Palocci deixa prisão após acusar Lula e outros petistas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: EBC

Jornal GGN – Antonio Palocci deixou a prisão em Curitiba na tarde desta quinta (29) depois de se consolidar como um dos principais detratores de Lula e Dilma Rousseff na Lava Jato. O ex-ministro da Fazenda passou 2 anos e 3 meses preso e somente após a delação premiada em que ataca os ex-presidentes é que obteve o direito de ir o regime domiciliar. 

No começo da prisão, Palocci resistiu à cooperação com os procuradores de Curitiba. Depois, numa audiência com Sergio Moro, em abril de 2017, ofereceu arrastar para a Lava Jato nomes do mercado financeiro e de empresas de comunicação. Moro demonstrou publicamente seu desinteresse nesses assuntos em um despacho que pautou o Ministério Público Federal. Os procuradores rejeitaram qualquer acordo com Palocci, e ele teve de fechar com a Polícia Federal.

Somente depois de vincular Dilma, Lula e outros petistas a escândalos de corrupção, ratificando todas as teses construídas pela Lava Jato, é que Palocci foi agraciado com o que a força-tarefa promete a todo delator: a possibilidade de cumprir pena em casa, em troca da cabeça de petistas mais graúdos.

Segundo relatos do Estadão, Palocci deixou a prisão por volta das 15h30, para uma audiência com o juízo da execução penal. Recebeu uma tornozeleira eletrônica e já partiu para São Paulo, onde sua família reside.

O ex-ministro foi condenado a 9 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, e passará para o regime prisional semiaberto domiciliar, sob monitoramento.

“Às 10h55 o sistema eletrônico processual da 12.ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, responsável pela execução provisória da pena de Palocci, registrou o recebimento da ata da sessão de julgamento de ontem do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) – a segunda instância da Lava Jato –, em que foram concedidos os benefícios ao ex-ministro previstos em sua delação premiada, fechada com a Polícia Federal. O principal deles, o direito de deixar a cadeia, em Curitiba, onde estava encarcerado há dois anos e três meses”, anotou o Estadão.

Desde 26 de setembro de 2016 ele estava detido em Curitiba, alvo da fase da Lava Jato batizada de Operação Omertà. Em julho de 2017 o ex-juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-petista em uma primeira ação julgada contra ele a 12 anos e dois meses de reclusão.

A 8.ª Turma Penal do  Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julgou nesta quarta-feira, 28, o recurso de Palocci e por maioria os desembargadores reduziram a pena do ex-ministro, reconheceram a efetividade da delação premiada fechada com a Polícia Federal e concederam o benefício da progressão de pena.

A defesa pediu que fossem concedidos a ele os benefícios de sua delação premiada, já homologada pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Jogo de Xadrez contra Lula

    É impressão minha, ou todas às vezes que se anuncia algum julgamento de recurso impretado pelos advogados do Lula, a Lava Jato libera algum acusado e o STF vota favorável a algum tema polêmico contrário à opinião pública? Imaginem agora o efeito que teria, caso se desse o contrário. A Lava Jato prende outros acusados de delitos, o STF vota favorável há  algum tema polêmico mais defendido pela opinião pública. Pergunto:Qual dos dois ambientes favoreciaria em tese uma decisão a favor do ex-presidnete? No primeiro, ou no segundo casos? Claro que no segundo. Alguém poderia fazer a pesquisa verificando se corresponde há uma tendência ou se é apenas uma impressão e nada mais.

  2. Lei 12.850 assinada por
    Lei 12.850 assinada por dilma

    § 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.

  3. Bandalheira geral
    É o Brasil destes tempos. Não há muito mais o que dizer, as coisas já se tornaram absurdamente surreais há algum tempo. Daqui pra frente pode-se esperar tudo.

  4. Zé Cardozo e Paulo Bernardo estão na fila.

    Zé Cardozo, o  quinta coluna na derrubada de Dilma, e Paulo Plm-Plim Bernardo, agente da família Marinho, estão só aguardando serem chamados para testemunhar contra o PT.

  5. Palocci é a primeira grande

    Palocci é a primeira grande fatura que Lula está pagando. No inicio do primeiro mandato  Lula nomeou Palocci para o Ministerio da Fazenda parafazer contraponto ao fidelissimo Jose Dirceu, homem de carater que jamais traiu.

    Palocci já tinha então péssima reputaçãocomo Prefeito de Ribeirão Preto, com processos por corrupção, o mais famoso dos quais o caso das “ervilhas com molho de tomate”, fraude de licitação para a merenda escolar, o pior tipo na escala da corrupção. Palocci tinha como objetivo o enriquecimento pessoal acima de qualquer veleidade politica ou ideologica.

    Lula escolheu Palocci para fazer frente a Dirceu, agora chegoua conta. Palocci nunca enganou, o carater já era bem conhecido de Lula.  Apostou errado, Dirceu se sacrificou em beneficio do PT porque outro era seu estofo, cultura e biografia.

    Palocci já estava com o selo da traição desde o inicio do governo Lula, Más escolhas levam a maus resultados.

     

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