Parceria da Lava Jato com EUA fez Odebrecht ser investigada em mais 5 países da América Latina

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Após os Estados Unidos terem divulgado dados sobre pagamento de propina pela Odebrecht em cima de obras espalhadas pelo mundo, mais cinco países da América Latina se viram pressionados a abrir investigações contra a empreiteira, além de exigir pagamento de multas em decorrência da corrupção envolvendo contratos com o poder público.

Segundo reportagem do Estadão, desta terça (10), a Odebrecht será alvo de inquéritos no Peru, Argentina, Equador, Panamá e República Dominicana. México, Colômbia, Guatemala e Angola, na África, ainda não se pronunciaram sobre a possibilidade de também levar a empresa aos tribunais.

Chama atenção da reportagem o fato de que, em alguns países, os procuradores que anunciaram os inquéritos sequer têm ideia de quem seriam os agentes públicos beneficiados pelos esquemas de corrupção envolvendo a Odebrecht. Mas já anunciaram que vão existir ressarcimento por parte da companhia.

Além disso, a oposição aos governos atingidos, a exemplo do que ocorre no Brasil, aproveitam o escândalo para atingir seus oponentes. Estão na mira governantes e ex-governantes, como Cristina Kirchner (Argentina), Ollanta Humala (Peru) e Ricardo Martinelli (Panamá), Danilo Medina (República Dominicana) e Rafael Correa (Equador).

No Panamá, desde o final de 2016, a Odebrecht foi proibida de firmar novos contratos no país. E ainda há críticas pelo fato de o atual governo já ter firmado contratos avaliados em US$ 2,5 bilhões com a empresa. Lá, a reação do Ministério Público foi um pouco “tardia”. Foi necessário entidades da sociedade civil organizada anunciar uma investigação independente para que os procuradores decidissem entrar no caso.

No Peru, o chefe do Ministério Público Pablo Sánchez Velarde anunciou na semana passada a formação de uma força-tarefa local para investigar a corrupção ligada à Odebrecht. Ele se encontrará com o colega brasileiro, Rodrigo Janot, na sexta-feira (13) para acelerar a troca de informações e as apurações no país andino, diz o Estadão.

“O MP peruano alega não saber, por ora, quais são as autoridades do país que se envolveram em corrupção, o que dependerá de tratativas diretas com a empreiteira e da cooperação com outros países”, destacou. Por enquanto, há a estimativa de que foram pagos R$ 29 milhões em propina entre 2005 e 2014, e que este valor será cobrado da Odebrecht.

O Equador, por sua vez, tomou uma atitude diferenciada. Ao invés de tocar uma investigação própria, pediu que os Estados Unidos enviem “as informações com nomes e provas de funcionários que receberam subornos”.

“O MP equatoriano sustenta desconhecer quais autoridades foram subornadas. A Justiça do país proibiu novos contratos com a Odebrecht. No mês passado, houve busca e apreensão nos escritórios da empreiteira”, lembrou o Estadão.

Na Repúbica Dominicana, “após a divulgação dos documentos do Departamento de Justiça dos EUA, a Procuradoria-Geral do país pediu às estatais os contratos com a Odebrecht e uma equipe especializada em combate à corrupção está à frente das investigações.”

E, na Argentina, dois nomes importantes dos governos Kirchner estão envolvidos nas acusações. “O do deputado Julio de Vido, que foi ministro do Planejamento, pasta responsável pelas obras de infraestrutura, e o do ex-secretário de Transportes Ricardo Jaime – preso em 2016, em outro caso de corrupção internacional. O Ministério Público da Argentina tem ao menos duas investigações relacionados à Lava Jato.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. parceria….

    E a idéia não foi sempre esta? Na outra matéria, Temer e Carmen Lucia obrigam o RJ a privatizar. E a ideía não foi sempre esta? O apoio do tucanato com figuras em posições estratégicas do governo federal não é pela volta das Privatarias? O que importa se a Odebrecht quebrar? O que importa se a Petrobrás tornar-se Petrobrax ( um sonho tucano)? O Brasil continuará com suas reservas naturais fenomenais  a sustentar sua única Elite. A Elite do Poder Público. É a história de um país que não consegue evoluir. Sacrificios, exige nossos mandatarios. 2017 começou como sempre nestes últimos 30 anos. Aumento de impostos, novas taxas e impostos, aumento de tarifas de serviços doravante públicos que agora privatizados, aumento escrachado de salários e benefícios para categorias abastadas do serviço público que via de regra tem influência e indicação política, enquanto não se paga nem salários de servidores públicos dos serviços verdadeiramente essenciais: policiais, bombeiros, professores, atendentes e enfermeiros da saúde pública….O que importa destruir a Odebrecht e seus 20 mil profissionais? Bem feito!!! A Odebretcht e toda esta gente é corrupta. Quem afirma isto é o limpido e correto governo brasileiro e seus politicos. O Brasil se merece.   

  2. É uma operação americana para
    É uma operação americana para destruir a empresa nacional. Usaram de um judiciário cooptado no Brasil, quem toca da poder e força aos farsantes a jato Moro, procuradores e delegados é os EUAs, não atoa viajam direto para lá onde se reúnem e fazem tratativas, recebem ordens do Dep de Justiça Americano. São traidores dos interesses nacionais, da soberania e devem ser tratados assim. Cadeia é pouco, deveriam no mínimo pegar prisão perpétua ou pena de morte para esses agentes antinacionais do judiciário.

  3. O Brasil com TODAS as

    O Brasil com TODAS as condições em ser uma potencia em construção de obras no exterior, pela tecnologia, facilidade de adaptação, boa convivencia com os operarios locais (ao contrario dos chineses, coreanos, turcos, indus, todos povos de deficil interação com outros) agora está ALIJADO completamente do mercado mundial porque incriminou dirigentes desses paises, é o SANTELMO DO MUNDO, o unico honesto, sabe quando o Brasil vai ganhar uma obra publica no exterior?

    NUNCA MAIS.

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