Parlamentares do PT pedem que CNJ impeça Moro de assumir Ministério da Justiça

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – Parlamentares do PT entraram com ação no Conselho Nacional de Justiça para impedir Sergio Moro de assumir o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro. Eles querem a abertura de um procedimento administrativo para averiguar a conduta do juiz da Lava Jato, que classificam como parcial.
 
O pedido lembra que Moro prendeu Lula, o líder nas pesquisas de opinião sobre a eleição presidencial de 2018, e manteve contato com a equipe de Bolsonaro no segundo turno. Além disso, tomou medidas que influenciaram no pleito. A defesa ainda registrou que Moro age como se estivesse acima da Lei Orgânica da Magistratura ao pedir férias, e não exoneração, depois de ter aceitado o convite para o Ministério.
 
Outras reclamações sobre a suspeição do juiz serão analisadas pelo CNJ na próxima semana, afirmou a jornalista Mônica Bergamo na terça (6).
 
Por Gabriela Coelho
 
Do Conjur
 
Deputados e senadores do PT pediram ao Conselho Nacional de Justiça que impeça o juiz Sergio Moro de assumir o cargo de ministro da Justiça. Segundo eles, o convite feito pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e a resposta positiva do magistrado, ainda na condição de juiz, deixam evidente a parcialidade das decisões de Moro.
 
Por esse motivo, os parlamentares pedem também a abertura de um procedimento administrativo para averiguar a suposta atuação de parcialidade do juiz nos julgamentos do ex-presidente Lula.
 
O pedido foi feito pelos deputados federais do PT Paulo Pimenta (RS), líder do partido na Câmara, Paulo Teixeira (SP) e Wadih Damous (RJ) e pelos senadores Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ), Paulo Roberto da Rocha (PA), Humberto Lima (PE), Maria Regina Sousa (PI) e Jorge Viana (AC).
 
“Sem sombra de qualquer dúvida, que ao liberar desnecessariamente o sigilo e franquear ou permitir o vazamento do conteúdo da oitiva do ex-ministro Antônio Palocci, no bojo do encerramento do processo eleitoral, o juiz Sergio Moro agiu, mais uma vez, com parcialidade se sem a observância da legalidade. A parcialidade do juiz Sérgio Fernando Moro é gritante. Foi convidado quando a campanha eleitoral estava em curso”, afirma o documento.
 
Na ação, os parlamentares destacam que a afirmação do vice-presidente eleito General Mourão de que a campanha já estava em contato com Sergio Moro durante a corrida presidencial é prova testemunhal da relação entre o juiz e o então candidato Jair Bolsonaro.
 
“Uma relação que operou uma ‘troca de favores’, um vazamento de um depoimento pela promessa de um cargo político. Uma atuação que, de fato, já se desenha há muito tempo, com as ações para o impedimento do ex-presidente Lula, que era o líder nas pesquisas de opinião pública. Eliminando o principal adversário do aliado político, era necessário minar o candidato que se colocava”, diz a ação.
 
A representação afirma ainda que a imparcialidade do juiz é garantia de justiça para as partes. “Imparcial é o juiz que não tenha interesse no objeto do processo nem queira favorecer uma das partes. O convite feito durante a campanha eleitoral e divulgado agora não permite dúvida de que o juiz Sergio Moro abriu mão de sua imparcialidade durante o processo eleitoral para privilegiar a parte em disputa que lhe interessava, em uma atuação que, além de criminosa, é partidária e eleitoreira.”
 
Segundo a ação do PT, a postura do magistrado é extremamente grave, na medida em que se utiliza da posição que conseguiu auferir na sociedade para interferir de maneira indevida no processo eleitoral, sempre com o viés de prejudicar as candidaturas do partido.
 
“A aceitação do cargo político coroa o que sempre dissemos sobre o juiz Sérgio Moro comportar-se como ser político, não como magistrado. O convite feito configura não apenas comportamento deplorável, mas grave agressão à ordem jurídica e conduta incompatível com a importância e as altas responsabilidades do cargo de magistrado”, conclui a ação.
 
Responsável pela ação, o advogado José Lima afirma que a ida ao CNJ é necessária, pois há uma anomalia na postura do juiz. “É público e notório, sobretudo após aceitar o convite do presidente eleito, que há uma anomalia na postura de um magistrado que se julga acima da Lei, acima da Constituição, acima das garantias processuais penais, acima da Lei Orgânica da Magistratura e, inclusive, acima da soberania popular, uma vez que, em nosso entendimento, influenciou deliberadamente as eleições com o levantamento do sigilo de colaboração premiada às vésperas do pleito.”
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Que vão sonhando com isso.
    O
    Que vão sonhando com isso.

    O PT mostra ser um dos partidos mais burros e ignorantes da historia no que se refere ao exercício do Poder.

    Esperam nao mais terem Poder para tomar atitudes ?

    Se a Dilma após ser grampeada nada fez, imagina se o cnj vai fazer algo agora.

    Moro na justiça vsi agir da seguinte maneira: tentar se legitimar com acoes gerais e contra o crime organizado para, por trás, continuar agindo contra os partidos da centro esquerda, sempre sob a capa da tecnicalidade.

  2. O pedido é importante por se

    O pedido é importante por se tratar de um caso declaradamente parcial, mas não creio que o CNJ va impedir Sergio Moro de assumir o cargo de ministro. Talvez essa seja a melhor coisa que tenha acontecido com a vitoria de Jair Bolsonaro: Sergio Moro assumir quem é, de que ideias compartilha e sua ambição de poder.

    Sergio Moro disse em coletiva que não enriqueceu com a carreira de magistrado. Ele esqueceu das palestras que andou dando em cima de Lula e da Lava Jato em Nova Iorque, Paris, Mônaco e muito mais a preços não divulgados?  E o dinheiro que a mulher ganha em cima de lobbies com o nome dele ?

  3. Teve nada de parcial. Seria

    Teve nada de parcial. Seria se ele não tivesse por praxe publicar os documentos, e se eram assim tão nocivos, porque os advogados do lula não pediram sigilo ao processo?

    AO inves do bla bla bla, aonde esta a demonstração de que a publicação influenciou os votos? o pt estava a frente dos outros com Haddad e depois caiu? não. 

    Lula foi condenado em 2017. A decisão foi confirmada e a pensa aumentada na segunda instancia em colegiado. O STF analisou não um mas diversos recursos e pedidos. Mas o moro é o grande culpado?

    PT perdeu a eleição por arrogancia deles e do lula com essa instistencia de achar que voto em urna inocenta ou legitima atos ilicitos.

    Tivessem apoiado o ciro com a manuela como vice, hoje estariam discutindo ministerios para o pt.

  4. Eu acho que o PT vai ganhar sim …

    Vai ganhar 1 dúzia de bananas … Jesus! Santa Inocência .. PqP…  Há uns 3 anos que não ganhamos uma. Perdemos todas. Entregamos o Lula para eles. E, salvo um milagre, vão “deixá-lo lá, até sua morte”. Como disse Mito e seus filhos: vai apodrecer na prisão. Os caras de Curitiba dão risadas da gente. E aí .. vamos impedir Moro de assumir. Olha: a justiça tá cagando e andando para nós: militantes, parlamentares, Lula, PT etc… Será que não dava pra evitar mais esse rídiculo? Ãn? 

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