PF prende advogado que venderia influência em decisões de STF e STJ

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em um dos casos, o advogado, cuja identidade não foi revelada, teria cobrado R$ 2 milhões de um prefeito que havia sido afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e recorrera ao STJ – Foto: José Cruz/Agência Brasil

Por Felipe Pontes 

Da ABr

A Polícia Federal deflagrou hoje (10) a operação “Mercador de Fumaça”, na qual prendeu um advogado de Brasília que prometia influenciar decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF), em troca de dinheiro.

Em um dos casos, o advogado, cuja identidade não foi revelada, teria cobrado R$ 2 milhões de um prefeito que havia sido afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e recorrera ao STJ, segundo informações do Ministério Público Federal (MPF).

O advogado teria alegado que parte da quantia serviria para pagar assessores jurídicos que atuam no gabinete de ministros das Cortes Superiores, embora não existam indícios da participação de servidores públicos no esquema, de acordo com as informações da PF.

O MPF pediu a prisão preventiva do advogado com o argumento de preservar a ordem pública, pois o investigado já responde a outros inquéritos pelo mesmo crime, inclusive tendo confessado o esquema de manipulação de decisões judiciais em um tribunal superior. A medida foi autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília.

O advogado responderá pelo crime de exploração de prestígio, que prevê pena de um a cinco anos de reclusão em caso de condenação. O nome da operação da PF faz referência à expressão “vender fumaça”, usada no meio forense para se referir a esse tipo de crime.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. “o advogado, cuja identidade

    “o advogado, cuja identidade não foi revelada”:

    Logico que nao, eh tucano da gema.

    Que advogado nao-tucano tentaria vender “influencia em decisoes” dos putos do judiciario brasileiro?

  2. Ah, tá!

    “Mercador de fumaça”? O nome foi dado à operação como forma de inocentar, de antemão, os juízes?

     

    Pode ser que daí provenha o fumus boni iuris. Ou talvez o periculum in moro. Mas não vou bater demais na mesma tacla.

     

    Sempre ouvi dizer que onde há fumaça há fogo…

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