Por causa da Lava Jato, Janot pode sofrer retaliações quando deixar a PGR

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Lula Marques

Jornal GGN – Rodrigo Janot está prestes a sofrer retaliações por conta das denúncias que apresentou no âmbito da operação Lava Jato contra políticos e membros do Judiciário. É o que diz Mônica Bergamo na coluna desta quinta (3).

De acordo com a jornalista, até ministro do Superior Tribunal de Justiça admitiu que Janot corre riscos na corte. Em setembro, o procurador-geral da República deixa o comando do Ministério Público Federal, mas continuará como subprocurador da República, o que lhe garante foro privilegiado.

Ele será, portanto, julgado no STJ. O problema é que a Lava Jato não poupou seus ministros. “O clima na Corte não é dos melhores para o atual procurador-geral, que já pediu investigação contra dois integrantes do colegiado – os ministros Francisco Falcão e Marcelo Navarro.” 

“As opiniões no STJ se dividem: um ministro diz que Janot, por causa do espírito de corpo, corre risco na Corte. Já um segundo integrante do tribunal afirma que é muito difícil que uma ação prospere já que ele apenas cumpriu as atribuições de seu cargo. Pode-se discordar do procurador, mas o ‘embasamento probatório’ das ações que propôs seria ‘devastador’, segundo o magistrado”, comentou a jornalista.

Nesta semana, o ministro Gilmar Mendes subiu o tom contra Janot e afirmou que ele trouxe loucura e tirou o mínimo de decência e integridade do Ministério Público com a Lava Jato. Os disparos ocorreram após Janot, pela terceira vez, demandar no Supremo Tribunal Federal a prisão de Aécio Neves.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Não só Janot. Daqui a pouco fazem CPI da Lava jato

    O calcanhar de aquiles da operação Lava jato são os acordos de delação literalmente premiadas. Raposas políticas espertas do PMDB-PSDB mais cedo ou mais tarde farão (ou ameaçarão fazer, se bastar para estangar a sangria) uma CPI dessas delações para sair das cordas e empatar o jogo, colocando sob suspeição os procuradores que foram generosos demais. Colarão a imagem de protetores de corruptos ricos no MPF. Na melhor das hipóteses dizerão que causou dano ao erário (o que permite indiciar por impobridade administrativa). Na pior das hipóteses dizerão haver indícios de vantagem indevida (corrupção), nos casos em que houver ligações de parentesco com escritórios de advocacia que negociaram as delações, mesmo que seja uma espécie de “nepotismo cruzado” (não atua nos processos sob um procurador que é parente, mas atua em outros). 

    No fim, claro que objetivo é um acordão “a la Jucá”: a CPI acaba em pizza mediante o MPF engavetar os inquéritos e processos contra V. Exas. (exceto contra petistas, é claro).

    O erro do MPF foi transformar a Lava jato em operação política no mesmo modus operandi de CPI do fim do fundo. Juntando os privilégios e benefícios de marajás, o MPF e Judiciário ficará tão mal avaliado quanto hoje é o Congresso Nacional.

  2. Eu quero é que esses ratos se devorem uns aos outros

    Eu vou dar uma faca para o Gilmar Mendes e outra faca para o Janot. A faca do morto será entregue ao Moro, o qual lutará com o sobrevivente. O combate seguinte será entre o sobrevivente e o Dallagnol. O último sobrevivente será enforcado em suas próprias tripas pela população em fúria.

    Não sobrará nenhum rato. Todos os privilegiados vão pagar pelo que fizeram com a população.

  3. O janot não precisa se preocupar

    É só ele oficializar a filiação ao psdb, já que milita pelo psdb a muito tempo, e estará imune para o resto da vida. E terá o aÓCIO para defendê-lo.

  4. Demorou, Janot, demorou (proposidatamente?)

    Como diria a grande Clementina: isso ai é briga entre a miséria e o miserê. Um pior que o outro, ou alguém tem duvidas de que o ministro Francisco Falcão não merece o processo por parte da PGR?! 

  5. A Constituição da República, território sempre desconhecido

    “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

    I – processar e julgar, originariamente:

    a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

    b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;”

    O que faz a informação de Mônica ainda mais nebulosa.

  6. Ainda, a Constituição

    Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

    I – processar e julgar, originariamente:

    a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

     

    Talvez as informações de Mônica se refiram a eventuais ações contra Janot, depois que ele voltar a ser Sub-Procurador-Geral. Ficaria a esquisitice de o STJ apreciar atos praticados no exercício de outro cargo -posto sob a jurisdição especial do STF.

     

  7. Não perde por esperar

    Sim, não perde por esperar. Mexeu com tucanos, será perseguido até os confins da Terra. E Temer, com certeza, que é um discípulo fiel de Maquiavel, não deixará por menos. Maquiavel recomenda que o governante seja vingativo, se preciso for, para dar exemplo aos outros, e inspirar medo nos seus adversários, para que nunca mais se atrevam a desafiá-lo novamente. .

     

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