Por Lula ser candidato, Moro adia depoimento para depois das eleições

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Listando a condenação de Lula no triplex, o juiz ainda usou despacho sobre Atibaia para opinar que “apesar disso, o acusado apresenta-se como candidato à Presidência da República”
 

Foto: Reprodução depoimento de Lula a Sérgio Moro 
 
Jornal GGN – “A fim de evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios”: assim justificou o juiz federal Sérgio Moro para adiar por dois meses as audiências de Lula no processo do sítio de Atibaia. Se a pressa para o julgamento do triplex foi a marca da Lava Jato conduzida pelo magistrado de Curitiba, agora com ele preso, Moro vê riscos de Lula prestar depoimento como candidato à Presidência. 
 
Marcada inicialmente para o dia 11 de setembro, Sérgio Moro transferiu a audiência para dois meses depois, no dia 14 de novembro, às 14h, quando Lula deverá falar sobre o caso de Atibaia. A data é uma semana depois das votações em primeiro turno para eleger o Presidente do país.
 
Ainda, em seu despacho estritamente sobre o processo do sítio de Atibaia, o magistrado ressaltou a condenação do ex-presidente no caso do triplex para opinar que, “apesar disso, o acusado apresenta-se como candidato à Presidência da República”:
 
“Um dos acusados foi condenado por corrupção e lavagem”, introduziu o juiz, “encontra-se preso por ordem do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo a medida sido mantida pelos Tribunais Superiores”, continuou. 
 
“A fim de evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios, seja qual for a perspectiva, reputo oportuno redesignar as audiências”, foi a posição do juiz da Vara Federal de Curitiba, admitindo que irá adiar a audiência, que já estava previamente agendada, por motivos eleitorais.
 
Em resposta, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, lembrou que “um processo criminal jamais poderia ter seus atos orientados pelo calendário eleitoral”.
 
“A mudança das datas dos depoimentos, porém, mostra que a questão eleitoral sempre esteve e está presente nas ações contra o ex-presidente Lula que tramitam em Curitiba”, destacou a defesa do ex-presidente.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Sim, Moro, aqui no Brasil só

    Sim, Moro, aqui no Brasil só se explora delações premiadas e guiadas

    Interessante escutar como Monica lfalva  PT e acrescentava Haddad após um átimo, como se corrigissem seu lapso…

  2. Quando interessou, “correu” e

    Quando interessou, “correu” e passou o “caso” do Lula na frente; agora, também por interesse,”vai que toma um baile de Lula”, adia. Assim caminha a justiça(?????) da 13ª Vara de Curitiba.

  3. o fígado e o estômago do juiz, não resiste a este julgamento

    ele não usa as leis para julgar, os fatos para se abalizar e a verdade para direcionar. Tornou-se refém das notas impressas com a tinta do esgoto. Lula é um estrategista e os lavajateiros são escravagistas mimados por uma mídia insólita e decadente

  4. Confronto desigual .

    De um lado o político mais apreciado  do Brasil, melhor avaliação nacional e internacional de presidente brasileiro ao fim de mandato, filiado ao maior e popular  partido político de cunho trabalhista.

    Do outro lado medíocre juiz de piso,,com clara é conhecida tendência política elitista, conservadora, desprovido de senso de limites funcionais e de motivações de interesses nacíonais.(destruir a indústria de construção pesada brasileira não lhe trás nenhum constrangimento). 

    Pendencia jurídica: notícias de jornal de tendência golpista e interesses contrários a orientação política de Lula,

    perconceitos sociais, corporativismos de agentes públicos , frustrações salariais , participação ” pig ” , defesa de inocencia , também envolidos.  

    Vitimas : povo brasileiro, justiça, civilidade ,  reconhecimento de valor, economia nacional .

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