É preciso denunciar a instrumentalização do juiz da delação, por J.Berlange

 O trabalho do juiz consiste em cumprir duas funções básicas para solução dos conflitos de interesses: (a) conhecer e (b) julgar. Na esfera criminal, (a) tarefa de tomar conhecimento dos fatos em seus pormenores, a fim de alcançar a extensão das tramas e, nestas, (1) a tipificação do fato delituoso (roubo ou furto? corrupção passiva ou prevaricação da autoridade?, etc) e (2) a autoria e a participação das pessoas envolvidas. (b) a tarefa de aplicar a lei aos fatos apurados.

Há duas esferas onde se aplicam essas duas funções. A administrativa (policial) e a jurisdicional (poder judiciário). O caso da delação premiada está na fase de conhecimento administrativo e o único sujeito que está no processo é o delator e ex-diretor ladrão da Petrobras. As pessoas acusadas por ele não podem participar dessa fase, não podem sequer ter acesso ao processo, pois é segredo de justiça.

Vazar informação para ser usada pela mídia contra outras pessoas, constitui uma covardia semelhante a este exemplo: o americano quebra a perna do Anderson Silva e o árbitro amarra o lutador brasileiro no canto do ringue, depois manda a luta continuar porque ainda há dois tempos para o embate acabar. E, para aumentar a dor e o sangramento do lutador amarrado, o juiz – arbitrariamente e contra os princípios que regem a colheita de prova testemunhal – proíbe ao ao agressor covarde e mentiroso falar o nome de pessoas que sejam autoridades de alto escalão do governo, alegando que o fórum de julgamento deles é o Supremo Tribunal.

Ai, já é sacanagem mesmo.

Porque, no exercício da função de conhecer os fatos, não há limites para o juiz perquirir e investigar. Pelo contrário, ele obrigado a ir fundo nos fatos, buscando todos os detalhes e todas as pessoas envolvidas. Não pode haver omissão, não pode haver limitação à liberdade da testemunha de esclarecer os pormenores dos fatos. O juiz necessita de todos os detalhes para reconstituir a trama dos fatos e obter os nomes das pessoas envolvidas. A função de conhecer se desdobra em fases, uma coisa é colher a prova (admissão), outra coisa é valorar a prova (aproveitar para o julgamento), outra coisa é aplicar a lei aos fatos provados (que já é a fase de julgamento).

O material que vazou para a mídia é da fase ode colheita de prova. Nela, O juiz tem que se preocupar em reunir o maior número possível de elementos para reconstituir a trama dos fatos. No caso, da covardia aqui analisada, só se apurou a conduta do ladrãozinho safado que estava depondo. A descrição da própria conduta não é delação, é confissão. E isto ele já havia feito à Polícia Federal. Em Curitiba, ele teria que falar dos outros, inclusive de Presidentes, Senadores, Deputados e Ministros que soubesse que estavam envolvidos. Es provas colhidas relacionadas com essas autoridades não poderiam ser valoradas e nem submetidas a julgamento pelo juiz sindicante. Ele teria que colhe-las e remete-las ao órgão competente do Tribunal Superior, que as analisaria e valorizaria com o objetivo de decidir se mandava abrir processos contra eles ou não, se o Ministério Público promovesse a denúncia.

Ignorância do Juiz? Não! Má-fé!

Ele fez isto para deixar o nosso lutador amarrado, sangrando, no canto do ringue, enquanto os golpistas da imprensa brasileira realizam o massacre até o dia da eleição.

E depois? Termina em pizza? Não, este caso é diferente: quando o juiz deixa passar uma declaração vazia do tipo “ouvi dizer nos corredores que sim”, sem fazer ao ladrãozinho as perguntas que preencheriam a frase vazia de conteúdo, é porque decidiu começar o caso com uma baita de uma pizza! Se a pizza vem no começo do processo, no final, vai acabar naquele lugar que Levy Fidelix também escandalizou…

Redação

75 Comentários

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  1. Penso que, no momento, o

    Penso que, no momento, o ideal seria que todo o depoimento dele viesse à publico. Não dá para esconder uma parte e só mostrar outra. Mas infelizmente não vão fazer isso.

  2. Golpe na democracia…

    Uma parte da burguesia empurra o processo democratico para uma tentativa de golpe branco. Se perderem, desde oligarquia e familias (como Campos), se passando por antigos aliados e partidarios (Marina, PSB), midia e elite enraizada no estado (boa parte dos medicos e judiciario), ate o capital em pura forma, o que sera de nossa republica sob mais 4 anos de Passos timidos da inclusao social? 

  3. Quando um cara que nem era o

    Quando um cara que nem era o maioral ,confessa seu roubo de 70 milhões,presume-se que não ficará duro, o povo pensa nos comparsas e o pessoal de escalão maior  quanto que não roubaram…

                        E isso apenas em uma empresa. E as demais? 

                                Jesus!!

              O estrago tá feito,Não há juiz que dê jeito.

                

  4. Colocaram a camisa como o PT em sequestrador novamente

    Colocaram a camisa com o PT como sequestrador novamente, como em 1989. É impressionante o domínio da mídia nas eleições.

    1. A Mídia ainda manda!

      Pois é, Leandro. E depois o pessoal vem com essa lenga-lenga de que a Globo, os jornalões e as revistonas não tem mais poder!

      Eles ainda mandam, e muuuuiito!!!

  5. comentario

    Penso que os representantes da justiça brasileira sobretudo  a mídia, que tem responsabilidade social, precisam posicionar-se diante deste episódio imddiatmente. Este episódio constitui fato grave e ofende os princípios da justiça e da democraca brasileira. Não é possível assististirmos ao uso inescrupuloso de uma delação premida, de um processo que corre em segredo de justiça para fins eleitorais. 

    1. Torço para que seja verdade,

      Torço para que seja verdade, mas depois de ver tantos erros nessas pesquisas é bom ficar com o pé atras, e quanto ao ibope e o datafolha, demotucanos desde crianças, e pagos pela globo, idem, não creio que em nenhuma a Dilma virá em primeiro, sempre haverá a santa margem de erro batman!

    2. Oh, que maravilha saber que

      Oh, que maravilha saber que os fundos abutres dos EUA apostaram mundos de dinheiro na estabilidade do real e Aecio estracalharia todos eles, nao eh?

      Estou quase chorando de emocao, viu?  Vou cortar uma cebola pra espremer uma lagriminha, volto ja.

      1. Nassif, repito o que disse: 

        Nassif, repito o que disse:  os fundos abutres dos paises desenvolvidos apostaram uma carrada de dinheiro na estabilidade do real e Aecio os arruinaria.

        Essa eh a importancia de Aecio ganhar.  Repito:  Aecio arruinaria todos eles.

        Ganhe essa porra de eleicao de uma vez, Aecio.  Pare de ser bibelot alheio de uma vez por todas.

        Faca alguma coisa boa por esse mundo, canalha.

        1. Gilson, obrigada pelo menina,

          Gilson, obrigada pelo menina, mas o pha não me passa sinceridade, e isso já vem de muito tempo, antes mesmo dele se travestir de progressista.

          A vantagem desse blog aqui é que agora sei o que é o datacaf sem precisar ir lá. Vocês são ótimos.

      1. DataCaf

        É publicado no Conversa Afiada; e acho que é tracking do PT.

        Por que tanta birra do Conversa Afiada? Eu o leio como expresão do jeito carioca (que não sou) de ver as coisas. Outro ángulo.

      2. ljunior

        Segundo PHA, o DataCaf é um instituto de pesquisas sério financiado orgulhosamente pelo Ouro de Havana.

        As margens de erros são cuidadosamente calculadas para não terem a flexibilidade das dançarinas de palco do Faustão.

    3. Como?

      Dilma virou??? Mas quem disse p/ vc q Dilma caiu?

      A “pesquisa” que interessa e é a base de tudo é o resultado do 1o turno. Dilma estava bem à frente e continua.

      Absurdo são as pessoas que se fiam nesses institutos de pesquisas que foram desmoralizados pelos resultados das eleições no último dia 5.

      Erraram praticamente em 95% dos prognósticos e sem margem de erro.

      Dica: Se quer saber como vai ser o resultado das eleições no segundo turno é só conferir o resultado final da eleição de 2010.  Vai ser muito parecido.

      Todo o resto é terrorismo midiatico. Como foi e 2010, 2006, 2002.

      Todos já deveriam estar vacinados.

      1. tranquilos: é como estão TODOS os bicudos…

        … que conheço e convivo.

        Ao contrário do desespero nas eleições de 2 anos atrás, desta feita estão soberanos, senhores de si. Relaxados, tranquilos!

         

        Isto pra mim só tem 01 significado: fraude na urninha safada eletronica.

         

        E ponto. A ver…

         

        :/

    4. Gilson, creio que o Datacaf

      Gilson, creio que o Datacaf seja uma piada do Paulo Henrique Amorim. Seria o Instituto de Pesquisa do Conversa Afiada, um contraponto cômico ao Datafolha. Sabe-se lá de onde o PHA retira os números que publica. Mas, falando sério, não tenho a menor dúvida de que a Dilma esteja na frente. Os números dessas pesquisas oficiais não fazem o menor sentido. Acho que, com a proximidade do segundo turno, números mais próximos da realidade (mas ainda fraudulentos) começarão a ser divulgado. Abraços.

  6. em suma,
    covardia,
    safadeza

    em suma,

    covardia,

    safadeza jurídica,

    má-fe, golpe!

    o juiz joga no lixo as insitituições que deveria preservar.

    ou quer revolução?

  7. A espiral do silêncio se

    A espiral do silêncio se formou.  Agora não adianta usar o controle remoto e nem se levantar  e tentar mudar de canal, eles são todos um só. Noticiam o mesmo assunto, escondem os fatos e criaram a opinião dominante.

    A Dilma não enxergou que conspiravam contra ela, desde o primeiro dia de governo. Ela enviou diplomatas para o campo de batalha, enquanto os adversários enviaram os piores mercenários.

    Mesmo que ainda vença essa eleição, o próximo governo será ainda “pior” para a “opinião pública” por mais que se esforce e produza resultados positivos para o país.

  8. Sugestão para o próximo programa eleitoral da Dilma

    Eu acredito que o próximo programa da Dilma no horário eleitoral deve:

    a) colocar a Dilma para explicar de maneira didática a farsa da delação premiada contra ela.

    b) Colocar o jovem que apareceu apenas nos dois primeiros programas do segundo turno para bater forte no Aécio. O Aécio tem dezenas de esqueletos no armário.

    Em simples palavras: a) desconstrução da farsa; b) desconstrução do playboy carioca. Não existe mais clima para uma campanha propositiva. De agora em diante tem que ser na base da porrada. Foram eles quem começaram.

    OBS: o vídeo com as denúncias de um policial mineiro contra Aécio Neves está bombando na internet. Se ainda não viu, veja: http://plantaobrasil.com.br/news.asp?nID=82315

  9. O que fazer com este juiz
    O que fazer com este juiz partidário então?

    Vermos suas estripulias quietos?

    Ninguém bota freio nisso?

    Cadê a OAB, CNJ et caterva?

  10. Princípio da verdade real

    Segundo a versão do juiz, a ação penal em que o réu foi ouvido não estava sob segredo de justiça. mas não é este o ponto. A safadeza bem apontada no post é o fato de o mesmo ter estabelecido limites para a confissão do réu, determinando de antemão que o mesmo não declinasse os nomes daqueles que possuem foro privilegiado, (STF), orientando a manipulando o depoimento do réu para que substituísse esses nomes pela expressão “agentes públicos”.  

  11. Denúncia?

    JBerlange,

    Denunciar este juiz a quem, a JC ? Pois se denunciar ao Papa, não adianta, a reclamação precisa ser precisa ser encaminhada a alguém do outro mundo.

    Há exatos 30 dias, o mineirim estava em terceiro inteiramente batido, nem FHC queria saber mais dele, e quem operou este milagre inédito em tão pouco tempo foi o maior partido político do país, a grande mídia historicamente golpista e sua poderosa rede de contatos e informações. Até aqui, nenhuma novidade.

    Acontece que o mecanismo de toda esta rede em permanente estado de conspiração não oferece qualquer surpresa para os brazucas relativamente informados, muitos deles sempre alertando ao governo, por meio da internet ( o governo federal lê os blogs de opinião diariamente), sobre os riscos de se deixar o grupo livre, leve e solto.

    Se você tem a mídia como adversária contumaz ( com o Manchetômetro, esta realidade ficou cristalina), a primeira providência é se precaver, e o que foi feito pelo governo federal para se proteger ? Nada.

    Se não faz nada, apanha, e assim foi com Pasadena, Copa 2014 e tantas outras bombas, uma longa rotina de péssimas notícias que culminou com este golpe de 4ª feira, delação sem comprovação material, grava e editada para então explodir no JN.  Só agora o gaiato do JECardozo resolveu se manifestar, e como legítimo traidor que é, ainda tem a coragem de abençoar o golpe.

    De um lado, uma pessoa com atitude sempre republicana, e do outro lado um grupo capaz de reunir o que existe de pior, e este pior não é maneira de falar, é comprovado.

    Você ainda quer denunciar alguém ? Neste momento, a presidenta DRousseff conta apenas com 51% da sociedade brasileira, esta que está espalhada por aí, e mais ninguém.  

     

     

  12. Engraçado,  gostaria de

    Engraçado,  gostaria de entender as atitudes do Exmo. Juiz Moro. Sua Exª., depois das gravações terem sido divulgadas pela grande mídia,  rapidamente se prontificou em esclarecer que as gravações faziam parte de um processo era público, portanto sem sigilo.

    Neste domingo escutei a noticia em uma radio que ele liberou o acesso à CPI, CGU e PETOBRAS.

    Ué, ele não tinha declarado que era público e agora libera o acesso?

    Estranho.

  13. Isso é fruto do descalabro

    Isso é fruto do descalabro que foi o “julgamento” da AP 470. Quando o STF permitiu, ao vivo, que se desrespeitasse leis, normas e princípios, instituindo a vingança e o show como paradigma, deu a senha para que qualquer juiz, em qualquer comarca, de qualquer instância se arvore em justiceiro, desconhecendo a Lei, ignorando direitos e defendendo interesses de grupos ou pessoas, nunca o da sociedade. Quando esse “poder” chegar ao guarda da esquina, estaremos na selva.

  14. Vejam os pertados que estou

    Vejam os pertados que estou espalhando  nas redes sociais.

    Já espalhei mais de 300 desses.

    Para os indecisos isso pode ser uma arma letal.

    Não quero nem saber, guerra é guerra.

    Estou defendendo patrimônio dos meus filhos, netos, bisnetos …

    /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

     

    Atenção povo honrado deste país.

    Você que ainda está indeciso e não sabe em quem votar, peço por favor que veja este vídeo.

    É importante para o futuro da nossa nação.

    Não vote com raiva, rancor, ódio, por tudo que estão dizendo na mídia.

    Não coloque em risco o meu, o seu, e o futuro dos nossos filhos e netos.

    Assista por favor !

    http://youtu.be/kzIt7PpzOh8

  15. Parece comédia….
    Suplicy

    Parece comédia….

    Suplicy levou uma goleada pra ser senador,

    Mas segundo a margem de erro ,ele  pode ser presidente da República.

    Após derrota no Senado, Suplicy não descarta presidência do Brasil

    Domingo, 12 de Outubro de 2014http://noticias.band.uol.com.br/eleicoes/2014/videos/15231668/apos-derrota-no-senado-suplicy-nao-descarta-presidencia-do-brasil.html          Tá todo mundo chapado, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  16. Eu disse anteriormente que o

    Eu disse anteriormente que o vídeo com as denúncias de um policial mineiro contra Aécio Neves está bombando na internet. Se ainda não viu, veja: http://plantaobrasil.com.br/news.asp?nID=82315

    E fiquei pensando o que leva um policial que já sofreu quatro atentados de morte a se posicionar de forma tão destemida contra o Aécio Neves. E conclui que só pode ser por um único motivo: proteção.

    O que o policial está dizendo é “se me matarem, todo mundo vai saber quem me matou”. Não se trata, portanto, de uma delação premiada, mas de uma delação antecipada.

    Mas, e se o policial tivesse ficado calado, por que motivo ele se sentiria ameaçado? Por nenhum, imagino. Ou seja, eu ainda não percebi o porquê da denúncia. Raiva, porque um traficante de drogas( como ele chamou o Aécio) poderá chegar a presidência da Republica? Mas por que o Aécio, que manda em Minas, ainda não colocou  este policial para fora da polícia? Tudo isto é muito misterioso.

    1. Segurou 2 anos? O cara foi

      Segurou 2 anos? O cara foi preso este ano.

          Só se for dentro da margem de erro

      kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  17. Muito simples, depois da

    Muito simples, depois da “assessoria” à (des)ministra Rosa, no dito “mensalão”, o juiz-vazador sabe que, com o PT no governo, não tem qualquer chance de ascender ao STF (mesmo que seja um dos 3 nomes indicados pela tal ajufe); assim, voltou-se ao aecioporto: ou, até, livre-me de pensar uma coisa dessas, foi atucanado em algum contato. Conta, por isso, que em sendo/agindo assim será incensado na primeira vaga do depois de janeiro 2015. Simplíssimo, já que não será o senado ora eleito, mais os remanescentes (como o Luiz Henrique da Silveira que trai o PMDB e a Dilma por inteiro), que vetará o seu nome. Uma outra questão, mesmo que seja assegurada inamovilidade (assim?) dos juízes, como garantia constitucional, como alguém se eterniza numa vara criminal?

    1. Esquece 2018. Precisamos resolver esta.

      Se perder esta eleição se prepare para um longo inverno ultra-neoliberal.

      O maior erro foi falar em 2018. Alertaram desnecessariamente os gansos.

      Ou se ganha, esta eleição, ou adeus tia chica.

      E a longo prazo estaremos todos mortos.

  18. Pensando bem, vou roubar essa

    Pensando bem, vou roubar essa idéia do juiz para um roteiro para uma peça. A volta do surrealismo, agora neosurrealismo. Nome da peça: O Delator. Na verdade, poderia até ter o título  A cantora careca, uma adaptação de uma peça famosa para os nossos dias. A peça original tinha esse título, mas não havia nenhuma cantora e muito menos careca. Cenário: um telão que mostra apenas o teto de um lugar frio como um necrotério. No palco,  dois personagens, jornalistas de um diário especialmente convidados comentam o que conseguem ouvir do áudio,esse sim ao vivo e a cores. Não sei se o público terá paciência para assistir. Deveria ser um sucesso, na vida real,  todo mundo viu o que não viu e escutou o que foi vazado pelo juiz. E o bom da peça que escreverei (de repente, já está escrita), é que ninguém precisa pensar muito para desvendar a intenção do espetáculo. Né demais?! 

  19. DILMA
    TODOS, ABSOLUTAMENTE TODOS……A MÍDIA EM PESO…..AS CLASSES ELITIZADAS…..OS INSTITUTOS DE PESQUISAS…..OS CANDIDATOS NANICOS COM PROMESSAS DE CARGOS….JUÍZES COMPRADOS…ATÉ OS SUPREMOS…..TODOS ARQUITETARAM ESSE GOLPE QUE TÁ DESENHADO…..VAMOS VENCÊ-LOS, MINHA GENTE…..TODOS OS DIAS QUANDO SAIO CONSIGO CONVENCER AS PESSOAS.. TIRAR AS DÚVIDAS…PEÇO PARA REFLETIREM E LEMBRAREM COMO ERAM NOSSAS VIDAS DOZE ANOS ATRÁS!!!! Um País sem Memória é um País sem Futuro. Para não voltarmos a Viver os Horrores do Passado, devemos saber Valorizar o que conquistamos. DILMA 13 para o Brasil Não Retroceder…. !!!

  20. Existem provas irrefutáveis

    Existem provas irrefutáveis de desvio de dinheiro pelos envolvidos na operação Lava Jato. A origem do dinheiro desviado está nas empreiteiras que são citadas no processo mas não aparecem nos depoimentos vazados com a anuência do senhor Sérgio Moro. O erro do governo federal nesta situação específica é não cancelar temporariamente os contratos com as empreiteiras citadas até que as investigações terminem e os réus estejam na cadeia. Inacreditavel a frouxidão da presidência da república e do PT. A falta de rigidez do PT levará o país ao projeto neoliberal do PSDB.

  21. posto dessa forma, verifica-se uma intenção oculta…

    que certamente não partiu do depoente

    como acontece na lavagem de dinheiro, troque dinheiro por provas

  22. AÍ TEM DENTE DE COELHO

    Advogado famoso Kakay diz que Sérgio Moro é ogrande eleitor, e o Kakay vota em Aécio:

    http://zip.net/bxpVwC

    Deste mato nunca saiu cachorro:

    http://zip.net/blpS2q

    Dilma acha estranho, Presidenta é um golpe a la Paraguay só que judicial-eleitoral

    http://zip.net/bgpTvm

    Estes além de um manifesto alguém vaise pronunciar:

    http://manifestojuristasdilma13.com

    No Brasil até processo em “segredo de justiça” até para a presidente da República e o Congresso não é para o poder econômico e a mídia fazer campanha eleitoral. Alguém disse que este juiz não precisa tirar foto do voto, todo mundo já sabe quem é seu candidato:

    http://zip.net/btpTX3

    Acusações declaratórias por enquanto – ora as provas não foram confrontadas ainda depois de 15 dias:

    Informações repassadas por Paulo Roberto Costa ainda não foram confrontadas com provas

    http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/10/12/interna_politica,578820/parados-ha-duas-semanas-federais-esperam-pelo-stf-para-investigar-delacao-de-costa.shtml

    Não cumprindo o Código Penal em nome do ativismo judicial:

    FORMA INOVADORA

    TRF-4 manda Sergio Moro parar de intimar defesa pelo telefone

    A intimação da defesa não pode ser feita por telefone. Quem vinha fazendo isso era o juiz federal Sergio Fernando Moro, titular da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba e responsável pelo inquérito que decorreu da operação lava jato, da Polícia Federal. Em liminar proferida nesta quarta-feira (24/9), o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, determinou que Moro se abstenha de fazer intimações por telefone e que os prazos prescricionais passem a contar a partir da data do lançamento do chamado no processo eletrônico, e não do telefonema.

    Leia mais aqui http://bit.ly/1rpsMY5

    FORA DOS LIMITES – Nenhum dos fatos ocorreu no Paraná. Por que no Paraná?

    25 de agosto de 2014, 18h04

    Por Felipe Luchete 

    Preso há mais de 130 dias, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa apresentou pedido para que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região reconheça a incompetência do juiz federal Sergio Fernando Moro para acompanhar o caso. A defesa dele considera “inquestionável que a 13ª Vara Federal de Curitiba jamais poderia se ocupar das Ações Penais propostas em desfavor do paciente”, pois nenhum dos fatos imputados a ele em meio à operação lava jato ocorreu no Paraná.

    O documento afirma que os autos só fazem referências a São Paulo, Rio de Janeiro — onde fica a sede da Petrobras e a empresa de consultoria de Costa — e Pernambuco — pois a acusação aponta superfaturamento em contratos para a construção da refinaria Abreu e Lima. Ainda segundo a defesa, a ausência de fatos no Paraná foi assumida pela Polícia Federal durante audiência promovida em julho.

    http://www.conjur.com.br/2014-ago-25/ex-diretor-petrobras-tenta-afastar-juiz-sergio-moro-processo

    Sindicato na luta por Moro. Corporativismo E a sociedade brasileira será senhora ou escrava desta corporação.

    AJUFE INDICA SÉRGIO MORO PARA O STF

    CADEIRA VAGA

    Ajufe sugere três nomes de juízes para o Supremo Tribunal Federal

    A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) formou a lista tríplice com indicações para compor o quadro de ministros do Supremo Tribunal Federal, em decorrência da aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa, no final de julho. A associação indicou o desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região Leandro Paulsen, o juiz federal do Paraná Sérgio Fernando Moro e o desembargador do TRF-3 Fausto De Sanctis.

    A escolha dos nomes foi feita por meio de consulta entre os associados da Ajufe. Ao todo, 362 associados votaram em até três nomes, o que somou 949 votos. A lista deve ser encaminhada para a presidente da República, Dilma Rousseff.

     

  23. O juiz da delação é o

    O juiz da delação é o Ministro Teori Zavaski.

    Foi ele que homologou o acordo, já que durante os depoimentos foram citadas pessoas com direito a foro privilegiado, e assim sendo, o MP, que é quem faz o acordo e ouve o delator, enviou a homologação para o STF.

    Aliás, sobre o vazamento, este sim da delação premiada, a PF já instaurou inquérito há um mes :

    http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/09/pf-investiga-suposto-vazamento-de-depoimento-de-paulo-roberto-costa.html

    1. Demotucanos aprontaram na Petrobras

      Instaurou inquérito, e aí? No mínimo, por precaução, esse juiz tucano tinha que ser afastado do caso. Além disso, deveria haver uma retratação já que há indícios de envolvimento de demotucanos no inquérito e como réus.

  24. Que coisa asquerosa.
    O PT é

    Que coisa asquerosa.

    O PT é sempre a vitima, qualquer pessoa que represente algo contra ele é desde ja um ladrao, mentiroso, traidor.

    Pode ser Juiz , pode ser o STF ( mesmo indicado pelo PT ) pode ser o PGR, ministerio publico, pode ser o Helio Bicudo, Erundina, Chico Pinheiro ate mesmo o Suplici, pode ser ate mesmo o Povo…rs

    Estarao sempre errados! rs

    Certo e justo só o PT

    São tao totalitarios que acham que o PT é o Brasil ou a Democracia.

    PT democracia?

    Piada boa essa! 

    Para o PT Cuba é uma democracia, e a Venezuela sofre do ” excesso ” de democracia…rs

    Sao uma turma cara dura mesmo…

     

    1. O PT se acha.
      O PT se acha

      O PT se acha.

      O PT se acha acima de qualquer instituição, são do seu ponto de vista, melhor na auto propaganda melhor que o Brasil.

      Para eles o Brasil não merece o PT.

  25. e o min da justica
    Vendo os acontecimentos recentes de vazamento de denúncias gostaria de saber onde ?está o min da justica que tinha que estar a frente da presidente defendea pois acima de se petista a instituicao nao pode ser trtratado diferente de qualquer poder constituido.

  26. “O Escândalo Moro”

    Tudo bem que o PT goste de ganhar arriscando, sem reagir e limite-se a indefectível nota de repúdio do Falcão, mas o “Escândalo Moro”, em eleição que bate todos os recordes de absurdos em matéria de interferências “não ortodoxas”, para influenciar à escolha do eleitor, por parte da mídia, auto declarada líder da  oposição, da PF e da justiça, ultrapassa o famoso FHCiano “no limite da irresponsabilidade” e escancara a prepotência e a certeza de cidadão acima de qualquer suspeita, que não tem dificuldade em investir-se no papel de interferir na eleição para presidente do país, influindo na vontade de escolha de mais de 140 milhões de eleitores, através da utilização de tramites jurídicos, que não causariam prejuízo ao processo se adiados, para gerar e fornecer informações  gravadas a mídia partido, para serem utilizadas seletivamente contra parte do processo eleitoral. Se isso não for esbulho e atentado ao processo eleitoral, para que votar? 

  27. e ainda há quem acredite que é bom para o eleitor…

    que é bom ele ter este tipo de informação para poder escolher melhor em quem deve votar

    veja bem, sem uma prova sequer

    mas tucanagem é isso mesmo, eleitor mal informado é voto garantido

  28. É óbvio que existe um esquema

    É óbvio que existe um esquema formado pelas forças policiais, MPF e alguns juizes (juntamente coma elite) para tirar o PT do poder! É o golpe branco e, escrevam, se acontecer, todo o povo brasileiro pobre pagará a conta pois nunca mais deixarão que o PT volte a presidência, pois estará tudo cooptado (parte já está – nunca ninguém do PSDB é punido), inclusive o STF que terá 04 ou 05 indicações do Aécio nos próximos anos!  Se o PT perder, a alta cúpula do partido deveria optar pela auto extinção do Partido e consequentemente, do PTTismo, pois será estigmatizado,sempre, como o partido da corrupção e não aquele partido que mudou o País para melhor, muito melhor e, diga-se, economicamente para todos, inclusive a elite que não o aceita! Viva o Brasil, o Lula e a Dilma!!!!!!

  29. Juiz usando de sua

    Juiz usando de sua prerrogativa para atuar politicamente em favor da oposição esta “virando moda” no Brasil, a justiça é cada vez mais parcial. 

  30. Joga no colo de FHC

    Lembrando que o tal delator também é tucano e foi colocado pela 1ª vez na direção da Petrobras pelo principe das privatarias Fernando Henrique Cardoso, o governo mais corrupto dos últimos tempos. Nessa época, a empresa valia 6 vezes menos e andou afundada em escândalos omitidos pelos diversos setores, como a negociação da REPSOL, compra de plataformas superfaturadas que afundavam, tentativa de “doação” da Estatal. Há um conluio entre uma ala da PF, justiça e imprensa a fim de interferir nas eleições. 

     

    “Em seu depoimento, o demotucano Paulo Roberto Costa envolve outros diretores e informa que o aparelhamento da Petrobras ocorreu ininterruptamente nos governos Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique Cardoso e Lula. E a conta recai sobre Dilma, a primeira a tentar romper essa prática.”

  31. Cabe alentada representação

    Cabe alentada representação ao Conselho Nacional de Justiça contra este juiz. Há que inibir este tipo de distorção política do judiciário, que tem sido NORMAL até agora.

  32. E agora, continua a antipatia ao pt?

    Há várias pessoas e intelectuais que manifestavam uma clara antipatia o pt. Será que depois deste escândalo da delação premeditada, quer dizer da delação premiada ( premio ao aécio), eles ainda vão ficar com o partido psdb/pig? Será que vão passar por cima deste escândalo seletivo premiador ao psdb/pig no qual voltaram a vestir a camisa do pt nos sequestradores do abílio? Será que vão deixar a antipatia ao partido que tirou 40 milhões da pobresa, vários com famílias no nordeste e beneficiados; passar por cima de tudo e continuar com este psdb/pig/fhc assim corrupto? será?

    Não votar na Dilma jé era dificil de entender, mas agora, diante dos novíssimos fatos, votar “neles” é pura conivência, é irresponsabilidade.

  33. Neste novo golpe, estamos

    Neste novo golpe, estamos diante de dois bandidos confessos, dispostos a fazer qualquer coisa para se livrarem das penas duríssimas a que fazem jus, e três outros atores (bandidos?) que participam da trama. Um é o juiz, que pretende alçar vôo à mais alta Corte do judiciário. A senha é simples: me ajuda que eu te ajudo. Qual é a ajuda? Prepare o interrogatório e libere seletivamente aquilo que possa ser usado em horário nobre durante 15 ou 20 dias, a conta-gotas, qual capítulo de novela, para destruir o PT e Dilma. Falando em novela, entra em cena o segundo ator: a Globo. Ardilosamente, a Globo montou uma novela para este caso da Petrobras, com cenas fortes programadas para acontecer às vésperas do primeiro turno das eleições e na entrada do segundo turno. Tudo calculado, tudo pensado e cronometrado. Notícias fortes contra o PT, combinadas com adesões rápidas e programadas ao candidato das elites – partidos de aluguel, Marina de Neca, Viúva alegre -, e, qual um jogo ensaiado, a Globo levanta a bola nos telejornais para o playboy marcar no horário eleitoral. Não se sabe bem quem faz o quê ali. Se são os maqueteiros de Aécio que fazem o Jornal Nacional, ou se são os editores da Globo que produzem os programas eleitorais de Aécio. O terceiro ator, claro, o próprio candidato fantoche, que só fez dizer sim, sim, e sim… para os de cima, lógico. Sim para o juiz que será recompensado pelo menos com algum cargo; sim para Marina, que poderá escolher uma embaixada qualquer ou valorizar suas palestras para banqueiros; sim, para a Globo, que voltará a dominar toda a verba publicitária do governo federal juntamente com a Veja e a Folha – a Band se contenta com as sobras da Globo, sempre; sim para os banqueiros, que não terão mais a concorrência dos bancos públicos e poderão praticar juros altos à vontade; sim, para o imperialismo norte-americano e países ricos da Europa, cujos grupos de rapina em breve se apropriarão do pré-sal, da petrobras e do mercado interno brasileiro. Serviço sujo feito, pacote entregue, quem paga a conta, infelizmente, seremos nós, o povo brasileiro, se não tivermos condições de denunciar e desarmar o golpe – mais um, aliás, entre tantos que a mídia golpista brasileira já aprontou, contra Getúlio, Jango, Brizola, Lula e agora contra Dilma.

  34. SAUL LEBLON, NO PORTAL CARTA MAIOR

    13/10/2014 00:00 – Copyleft

    Aula de rua

    Cabeças brancas coroadas por bandeiras vermelhas. Gente da periferia, ao lado de verdadeiros mostruários de piercing e tatuagens. PT e PSOL juntos.

    por: Saul Leblon
     

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    Uma praça no centro de São Paulo reuniu neste sábado alguns elementos daquilo que talvez seja preciso buscar para devolver sentido à participação política, não só neste final da campanha, mas também depois dela –seja qual for o resultado da urna.

    Algumas centenas de pessoas, representantes do PT e do PSOL, lideranças dos movimentos GLBT, cantores de rock e funqueiros da periferia, quilombolas, coletivos de jovens, lideranças estudantis, lideranças trabalhadoras e de organizações de bairros e uma filósofa.

    Tão ecumênico quanto o formato, o repertório de difícil enquadramento em categorias convencionais teve momentos de comício, show, conversa, festa e aula.

    Um pouco de cada coisa.

    E tudo harmonizado pela dimensão humana resultante da dissolução formal entre palco e plateia.

    Pense na subversão representada pelo renascimento dos blocos de bairro, à margem dos desfiles de carnaval capturados pelas redes de televisão e apartados da rua por grades & grana.

    Foi um pouco essa ruptura que aflorou no encontro realizado no Largo do Arouche, no centro de São Paulo.

    Nem tudo são flores.

    A tarde de sol contrastava com as sombrias notícias emitidas pela ‘onda’ que desde 5 de outubro vaticina a vitória incontornável do conservadorismo nas eleições presidenciais do próximo dia 26.

    Longe da prostração que abate espíritos isolados, pautados pela emissão conservadora, o clima ali era de um renascimento na esperança de que algo pode ser feito, deve ser feito e será feito. E que o horizonte dessa resposta depende de decisões que competem às forças progressistas tomar.

    A presença solidária e assertiva de lideranças do PSOL, que vieram manifestar o apoio à Dilma no segundo turno, sugeria exatamente o oposto do funeral sorvido com precoce gula pelas elites endinheiradas e seu dispositivo midiático.

    Coube ao deputado federal reeleito, Jean Wyllys, do PSOL, tornar claro o sentido de resistência que passa aglutinar o campo progressista de agora em diante –seja qual for o desfecho de outubro.

    “Não vou negar o óbvio”, começou dizendo quase como se conversasse numa roda de amigos. “A vida dos brasileiros melhorou nos últimos anos. Digo por experiência familiar própria de minha gente pobre, em Alagoinha, no interior da Bahia. Mas também pelo que vi em debate recente na Universidade Federal da Bahia, onde estudei. O que antes era uma escola da elite branca, hoje é uma instituição com marcante presença negra e de jovens oriundos do povo’, testemunhou em intervenção coloquial, mas carregada de prontidão e urgência militante, que convergiu para um chamamento: ‘Nós sabemos o perigo que significaria um alinhamento conservador entre um Executivo dominado pelo PSDB e um Congresso de maciça presença de forças regressivas, como esse que foi eleito em 2014. Por isso não poderia lavar as minhas mãos como Pilatos. Meu voto é Dilma, 13’.

    Jean Wyllys reiterou o apoio idêntico de Ivan Valente, Marcelo Freixo e outros integrantes eleitos do PSOL, ademais de membros do partido, como Toddy e Bill, não eleitos, mas portadores de expressiva votação na periferia de SP.

    Coube a eles reforçar o espírito da frente de esquerda, sem rodeios, nem concessões.

    ‘Não foi fácil vir aqui’, ponderou Bill, ‘não estamos dizendo que aceitamos as omissões do governo do PT. O que nós estamos dizendo é que queremos continuar fazendo oposição pela esquerda, e não ver o Brasil mergulhado no retrocesso com Aécio Neves. Por isso, dia 26 é 13’.

    Cantores, presidentes de entidades estudantis, membros de cooperativas das periferias, ademais do ex-ministro Padilha, falaram no mesmo diapasão.

    Eduardo Suplicy, candidato ao Senado derrotado pelo eterno delfim do conservadorismo ,José Serra, conversou, cantou e emocionou.

    Vencedores e vencidos nas urnas. Progressistas de todos os tons de vermelho. Libertários de todos os gêneros.

    Militantes de cabeças brancas coroadas por bandeiras vermelhas. Gente pobre da periferia. Famílias assalariadas, ao lado de verdadeiros mostruários de piercing e tatuagens. Uma arca solidária, pluralista, amistosa e desassombrada. Uma espécie de regresso a um lar que nunca existiu, mas capaz de transmitir a sensação difusa de que esse é o lugar acolhedor para se lutar por novas formas de viver e de produzir no século XXI.

    A tentativa de explicitar isso, desvendar esse impulso e dotá-lo da musculatura histórica necessária aos desafios dos dias que correm e dos anos que rugem logo adiante viria em seguida.

    O bloco camarada do Largo do Arouche cessou a algaravia para a necessária compreensão desse futuro.

    Teve início, então, um aula da professora e filosofa da USP, Marilena Chauí, intelectual que há muito enxergou nesse tipo de Ágora um espaço para devolver sentido à política e à militância, em meio à crise dissolvente do neoliberalismo e da esquerda que cedeu a ele seus anéis e os dedos, e agora tem dificuldade para montar o cavalo da história que passa a sua frente.

    Chauí praticamente não fala mais ao dispositivo midiático conservador.

    Mas não se furta de comparecer às redes, às ruas e aos sindicatos, sinalizando um novo engajamento intelectual e militante.

    Que isso tudo ocorra a 15 dias das urnas do segundo turno de 2014, quando a ‘onda conservadora’ se autoproclama vencedora por ‘esmagamento’ do adversário, não deixa de ser ao mesmo tempo prenhe de tensão e de possibilidades.

    Como, aliás, é a visão da democracia que a filósofa começa a destrinchar agora no meio da rua para um ajuntamento atento que se busca e se decifra nas suas palavras.

    A democracia é um velho tema de Chauí.

    Não qualquer democracia. Aquela da ruptura, cuja construção se confunde com o fortalecimento dos trabalhadores.

    A dos que entendem o socialismo como a democracia levada às últimas consequências.

    Parece lógico, mas não é consensual.

    Há quem enxergue nessa ênfase a dissolução das determinações econômica que em última instância condicionariam a superação da lógica capitalista.

    A polêmica tem sua raiz em um texto apresentado por Marilena Chauí em reunião da CLACSO, realizada na Costa Rica, em 1978, ‘A questão democrática’, depois editado em coletâneas da autora nos anos 80.

    A abertura política e a criação de um novo partido de esquerda, diverso da concepção que originara o socialismo realmente existente, pautava os marcadores da luta progressista brasileira naquele momento.

    O entendimento de que a luta democrática pavimentaria a transição para o socialismo condicionaria as características de berço do PT.

    Aos que viam na ênfase democrática o abandono do marxismo, contrapunha-se a bandeira de um socialismo livre do autoritarismo e da degeneração recorrente nas experiências em dissolução no mundo.

    Antes de significar um abandono de princípios a incorporação da democracia como uma fissura de direitos, que promete mais do que o mercado está disposto a conceder, seria o catalisador da luta por uma sociedade de todos, intrinsecamente antagônica à supremacia do capitalismo financeiro.

    Ninguém poderia imaginar que duas décadas depois a sigla à qual esse debate se entrelaçara seria governo no Brasil. E nele permaneceria até esse segundo turno extremado de 2014, quando o risco real de uma derrota e a determinação de evitá-la faria da praça do Arouche, em São Paulo, o locus da retomada daquele debate, entrelaçado agora à experiência de uma década no poder.

    Chauí dissipa as dúvidas do passado logo nas primeiras frases, ao dar à democracia a sua definição radicalmente oposta à lógica do capitalismo brasileiro.

    Democracia verdadeira, ensina a professora, é indissociável da radicalização dos direitos sociais.

    Por direitos, entenda-se, a provisão pública, suficiente, regular, gratuita e de qualidade daquilo que é essencial à universalização da cidadania.

    A contraposição a isso está cristalizada no projeto conservador que hoje se declara antecipadamente vencedor nas urnas de outubro.

    A voz da filósofa soa mais alto na praça, quando anuncia que vai exemplificar o antagonismo entre esse entendimento da democracia e o projeto personificado em Aécio Neves.

    Lê então um trecho de manifesto de apoio ao ex- governador mineiro, recém lançado por intelectuais tucanos de alta cepa e egressos da candidatura Marina: ‘queremos que as pessoas realmente se emancipem da ineficiência e das distorções dos serviços públicos’, escande cada palavra na leitura.

    Chauí liga então a metralhadora giratória para evidenciar a lógica por trás da frase.

    O que está subjacente a essa pomposa ‘emancipação da ineficiência e das distorções dos ‘serviços oferecidos pelo Estado?’ — pergunta a voz na praça.

    Está subjacente que o que se chama de ‘serviços’ são direitos; e que esses direitos serão sonegados, explica.

    A filósofa emoldura então as consequências do projeto subjacente aqui e em todo o planeta.

    Quais?

    As da mercantilização dos direitos, transformados em serviços, adquiridos a mercado.

    ‘Isso’, proclama Chauí em assertiva que unifica e eletriza a praça dos cabeças brancas, dos piercings, das tatuagens, da gente da UNE, do Levante da Juventude, das lideranças do PT, dos representantes de trabalhadores, das cooperativas, dos movimentos GLBT, dos quilombolas…

    ‘Isso é matar o coração da democracia’, fuzila sob aplausos .

    ‘Isso’, repisam suas palavras ainda flutuando no entusiasmo coletivo, ‘é desincumbir o Estado dos direitos; isso é o projeto neoliberal; isso é o que vai se dar se o senhor Aécio tomar o poder’.

    Por trás da frase ‘tão pomposa do manifesto’, emenda a professora, está a crítica de Armínio Fraga ao salário mínimo; está o ensaio de extinção da CLT no Congresso comandado por Aécio Neves no governo FHC; está a venda da Vale e demais estatais a preço vil.

    Assim como por trás do PT ‘corrupto’ estão as setenta CPIs contra o governo do PSDB barradas em São Paulo; está o mensalão iniciado sugestivamente pelo PSDB mineiro de Aécio; está a lambança no metrô de São Paulo e o aeroporto feito com dinheiro público, na fazendo do tio de Aécio.

    Então por que o aluvião conservador encontrou receptividade social?

    Agora Chauí já não trata apenas do que chamou inicialmente de ‘ a nossa tarefa nos próximos 15 dias’. Fala dos próximos anos. Fala da agenda progressista para o futuro. Dentro ou fora do governo.

    ‘A base aliada do tucanato é a mídia’, pondera curto e grosso.

    Esse emissor diuturno ceva o ódio fascista que agora se arvora em ‘onda’. A tal ponto, adverte a filósofa, ‘que se alguém espancar uma pessoa na rua e disser que é corrupto, será aplaudido’.

    Um jornalismo autoexplicativo na sua manipulação da realidade é a usina que choca o ovo da serpente.

    Mas não só.

    A presença da intelectual na praça, falando a um grupo pequeno, sem palanque , sem ritual, sem superprodução, sem jargão, é uma crítica implícita a uma forma de fazer política que contaminou a própria esquerda , refletindo o entendimento singelo do que se passa nessa mutação histórica chamada colapso da ordem neoliberal.

    Chauí execra o termo ‘nova classe média’ adotado pelo PT para denominar os quase 60 milhões de brasileiros alçados ao consumo e à cidadania nos últimos anos.

    As intrínsecas consequências políticas e programáticas do termo incomodam a professora conhecida por não economizar munição contra a classe média paulista. ‘Arrogante, fascista e ignorante’, foi assim que a classificou em um evento comemorativo dos dez anos de governos do PT, em maio de 2013.

    ‘Não surgiu uma nova classe média no Brasil nos últimos anos’, corrige na aula debaixo da sombra de árvores centenárias do Largo do Arouche, entre elas um imponente chichá (Sterculia chicha), talvez a árvore mais altas de São Paulo. Solitário remanescente de um passado rural, quando o largo era a chácara do general José Toledo de Arouche.

    Sob o testemunho desse gigante silencioso, a filósofa conceitua o presente e os desafios que emergem um século e meio depois que a majestosa sapopemba enraizou por ali.

    ‘O que surgiu agora foi uma nova classe trabalhadora, sem a tradição histórica da classe trabalhadora’, adverte.

    Um chichá social, sem as sapopembas, as raízes longas e vigorosas que sustema o gigante vegetal ao lado.

    Isso muda tudo.

    ‘É uma classe trabalhadora retalhada pelas novas condições do trabalho na era do neoliberalismo’, explica Chauí.

    Um agrupamento que foi e é coagido a entender a sua inserção no mundo como uma relação unilateral com a gôndola do supermercado e o limite do cartão de crédito.

    Está subentendido na aula da praça e todos ali entendem: o nó górdio dos dias que correm é a rala contrapartida de organização coletiva e discernimento histórico desse novo protagonista da luta pelo desenvolvimento brasileiro.

    Como avançar mais se o sujeito do processo permanece alheio às raízes do conflito que determinam o seu destino?

    ‘Não nos faltam obras (para mostrar); falta-nos política. Nós ficamos economicistas. Precisamos definir o campo de classe dessa disputa’, disse Lula durante a primeira arrancada da direita nestas eleições, quando Marina ensaiava ser o Aécio, e Aécio era a Marina.

    Durante um período longo demais, muitos dentro do governo e do PT acharam que essa era uma ‘não-questão’.

    Que tudo se resolveria no piloto automático dos avanços incrementais no consumo, que se propagariam mecanicamente na correlação de forças da sociedade, fechando-se um circulo progressista virtuoso.

    Que uma frente eleitoral de direita, explícita no seu ódio ao PT e aos segmentos populares, tenha empalmado inclusive setores da nova classe trabalhadora, contradiz o bastante essa concepção para repor os termos da discussão sobre democracia, capitalismo e socialismo do início dos anos 80.

    Agora com os limites do jogo ainda mais estreitos.

    O que está em curso nestas eleições alerta para o reduzido grau de tolerância conservadora com o projeto de construção de uma democracia social no Brasil.

    O golpismo em curso evidencia que para afrontar esses limites é crucial saber onde se pretende chegar. Mas, sobretudo, providenciar os instrumentos organizativos necessários à sustentação do percurso.

    O respeito ao jogo institucional e o compromisso com a construção de uma democracia social que o ultrapassa é um conflito endógeno ao PT.

    De certa forma, um conflito inscrito no DNA da luta própria luta pelo desenvolvimento.

    A determinação política desse processo ficou clara neste pleito resgatando a crítica ao economicismo esboçada por Chauí há mais de trinta anos.

    Em resumo, não se pode mais atribuir à economia aquilo que compete à correlação de forças decidir: a repactuação de um novo ciclo de investimento com a distribuição da riqueza é indissociável de um avanço da democracia participativa no país.

    O resto é arrocho.

    Entre os requisitos incontornáveis para que não seja arrocho inclui-se a volta da política às ruas. Não apenas na crise; não apenas em eventos esporádicos da agenda eleitoral.

    A democracia, diz o historiador italiano, Luciano Canfora, não consiste no governo da maioria simplesmente por dar à contagem dos votos a sua representação política.

    Ela o será na medida em que exista um Estado social diante do qual quem não detém a riqueza na sociedade, ainda assim, tem peso efetivo na política e instrumentos para exercê-lo.

    É isso que faz da democracia social uma construção política que, sem expropriar previamente a riqueza, assume como imperativo coloca-la a serviço da finalidade social do desenvolvimento.

    É a essência do conflito ao qual o PT fundiu o seu destino.

    ‘Direitos sociais, não serviços vendidos a mercado’, reverbera a voz de Chauí no Largo do Arouche.

    Até onde essa contradição poderá evoluir nos marcos de um sistema produtor de mercadoria não é um problema meramente teórico, mas de engajamento, de práxis.

    É isso que a presença da filósofa ilustre está dizendo, cercada de animada receptividade na festa ecumênica da política com a praça.

    É uma subversão das formas de fazer política atualmente no próprio campo progressista.

    Se isso estiver certo, a lógica dos blocos de bairro vai invadir os partidos e as praças crescentemente nos próximos anos.

    E a voz de filósofos, economistas, historiadores , artistas, cientistas, lideranças sociais, dirigentes sindicais, jornalistas e, claro, também a dos políticos, passará a disputar com as árvores seculares a atenção de quem passa por ali. Com a mesma aceitação, espera-se, das animadas charangas que puxam os cordões livres nos carnavais do Brasil. Evoé.

     

  35. corruptos

    Este juiz de primeira instância, lá do Paraná, está corrompendo a Justiça… Que vergonha para a Justiça brasileira e para o país.

  36. O TSE NADA MAIS É QUE UM AMADOR BRINCANDO DE CONTAR VOTOS.

    Quando um tribunal se omite diante da manipulação midiática e da justiça partidária, coloca no povo e no seu próprio pescoço a coleira insana da mediocridade. Não é possível todos verem que a REDE GLOBO apoderou-se do sistema eleitoral brasileiro e trás com sigo todo o vício da mídia que só se sustenta com a dinheirama pública. Mídia hoje no Brasil não é só sinônimo de comunicação se apoderou das instituições democráticas e dita as regras, fez assim com STF que se ajoelhou babosianamente com a “faca no pescoço” e com a “leitura labial”, agora transformou o TSE num tribunal amador diante da esperteza dos “bilionários” de BILIS mesmo, que sonegam e se locupleta do dinheiro público amparados por ministros que até “jagunços” tem, pois se acusam uns aos outros dentro do tribunal como se lá fossem suas casas da mãe Juana. Acho sinceramente que o TSE não deveria promover eleição, deveria apenas consagrar e referendar o ESCOLHIDO pela GLOBO e sua máquina de manipular. Sem é claro esquecermos que canal de TV e concessão pública e não é partido político como fazem entender.

  37. Esse juiz fraudou o processo

    Esse juiz fraudou o processo eleitoral, retirando-lhe a eficácia democrática. O MPF tem o dever de processá-lo por ato de improbidade administrativa.

    O que esse juiz fez foi o mesmo que fraudar uma licitação ou um concurso público.

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