Procurador diz que Janot cometeu crime de conspiração política usando a Lava Jato

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O procurador da República Angelo Goullart Villela, acusado de receber mensalinho de R$ 50 mil para atuar em favor da JBS junto à Procuradoria Geral da República, disse em depoimento à Câmara, nesta terça (16), que Rodrigo Janot praticou crime de “conspiração política” com a Lava Jato enquanto comandava o Ministério Público Federal.

Segundo Villela, o “modus operandi” de Janot com a delação da JBS para derrubar Michel Temer “foi muito parecido” com o modus operandi da PGR nas delações de Sergio Machado e Delcídio do Amaral, ambas usadas antes e depois do impeachment de Dilma Rousseff.

O procurador chamou atenção para o fato de que, em todos esses episódios, “alguns personagens se repetem: procurador Marcelo Miller e a advogada Fernanda Tórtima [que atuou no acordo da JBS].”

Villela tentou abordar o tema do uso dos vazamentos seletivos pela Lava Jato como arma política, chegando a mencionar a declarada falta de interesse da Corregedoria da PGR em apurar os episódios mais criticados na operação.

“Uma das coisas que até questionei na minha inquirição foi que, em 2015 e 2016, a PGR foi rotulada por muitos parlamentares, setores da imprensa e do Judiciário, pelos vazamentos seletivos.” Todas as delações que vazaram, no caso, foram feitas apenas por procuradores, sem ajuda da Polícia Federal, destacou.

“Somos rotulados por ‘n’ seguimentos de que estávamos vazando de forma seletiva, e eu não conheço um procedimento no âmbito da Corregedoria do Ministério Público para investigar um só vazamento.” Segundo Villela, a cúpula da PGR alegou que “é muito difícil investigar” e achar um culpado.

“As delações já extrapolaram muito” do ponto de vista ético, comentava Villela, quando o deputado Fernando Francischini interrompeu o depoimento, alegando que qualquer um pode ser penalizado por “conspiração política”. O parlamentar disse que interessava saber se houve crime “de verdade” na construção da delação contra Temer, ou seja, se provas inválidas foram incentivadas e utilizadas na denúncia.

A Francischini, o deputado Carlos Marun respondeu que não se podia minimizar as denúncias feitas por Villela contra Janot. “Isso não é crime menor, conspiração política comandada pelo ex-procurador-geral da República.”

Uma pausa foi feita. No retorno, Villela começou a abordar o relacionado com a força-tarefa da Lava Jato.

O procurador ainda disse que Janot, no caso de Temer, tinha como motivação impedir que Raquel Dodge assumisse a Procuradoria Geral da República. Por isso, ele teria aceitado a delação da JBS rapidamente, atropelando o processo.

“Não há a menor chance de o Rodrigo Janot não ter atuado de forma política, sem entrar no mérito da procedência da denúncia, para impedir que o presidente da República deixasse de indicar a dra. Raquel Dodge. E para isso ele precisava derrubar o presidente”, disse Villela. “Ele (Janot) sempre diz que tinha um crime em andamento, por isso tinha que dar a imunidade. Mentira. A pressa tinha outro motivo.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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    1. Já sugeri que façam entrevistas com esse procurador

      Marcelle,

      Não tenho dúvidas de que duas pessoas que podemm prestar grande serviço público ao Brasil na quadra atual são o Procurador Ângelo  Goulart Vilella e o Advogado-doleiro Rodrigo Tacla Durán. Se os dois disserem tudo o que sabem sobre as trapaças do sistema judiciário, sobretudo no âmbito da Fruade a Jato (essa ORCRIM institucional composta por policiais, procuradores e juízes) não restará pedra sobre pedra. O desespero de sérgio moro, de carlos lima e outros lavajateiros ante o primeiro esboço de provas apresentadas por Rodrigo Durán, mostrando que um amigo íntimo da família moro, asim como ela própria, recebeu honorários advocatícios pagos por um escritório que era controladopor rodrigo Durán e uma irmã deste. Tanto sérgiomoro como carlos lima e carlos zucollotto jr., amigo íntimo da família moro, foram pegos na mentira.

      Ângelo Vilella conhece o submundo e as entranhas do MPF e as coações, ameaças, chantagens e torturas psicológicas usadas pelos procuradores, para forjar delações que confirmem a tese que eles – acusadores – formularam. Tanto o GGN como os demais blogs e portais progressistas devem ficar atentos. É preciso entrevistar ângelo Vilella e divulgar as informações tanto aqui como no exterior, por meio de jornais como The Guardian, Le monde, Liberation, El País, Página 12, além de canais como a BBC, Al Jazera, The Intercept, etc. Se isso não for feito com brevidade, há risco de que Ângelo Vilella possa ser “suicidado” preventivamente pelas ORCRIM judiciárias.

    2. Já sugeri que façam entrevistas com esse procurador

      Marcelle,

      Não tenho dúvidas de que duas pessoas que podemm prestar grande serviço público ao Brasil na quadra atual são o Procurador Ângelo  Goulart Vilella e o Advogado-doleiro Rodrigo Tacla Durán. Se os dois disserem tudo o que sabem sobre as trapaças do sistema judiciário, sobretudo no âmbito da Fruade a Jato (essa ORCRIM institucional composta por policiais, procuradores e juízes) não restará pedra sobre pedra. O desespero de sérgio moro, de carlos lima e outros lavajateiros ante o primeiro esboço de provas apresentadas por Rodrigo Durán, mostrando que um amigo íntimo da família moro, asim como ela própria, recebeu honorários advocatícios pagos por um escritório que era controladopor rodrigo Durán e uma irmã deste. Tanto sérgiomoro como carlos lima e carlos zucollotto jr., amigo íntimo da família moro, foram pegos na mentira.

      Ângelo Vilella conhece o submundo e as entranhas do MPF e as coações, ameaças, chantagens e torturas psicológicas usadas pelos procuradores, para forjar delações que confirmem a tese que eles – acusadores – formularam. Tanto o GGN como os demais blogs e portais progressistas devem ficar atentos. É preciso entrevistar ângelo Vilella e divulgar as informações tanto aqui como no exterior, por meio de jornais como The Guardian, Le monde, Liberation, El País, Página 12, além de canais como a BBC, Al Jazera, The Intercept, etc. Se isso não for feito com brevidade, há risco de que Ângelo Vilella possa ser “suicidado” preventivamente pelas ORCRIM judiciárias.

  1. então o gaparzinho

    estava sendo camarada!!!! Ora bolas, viva a Dilma que o reconduziu ao cargo!!! Definitivamente o pttttttt foi um “jênio” republicano!!!

  2. O caminho é esse

    Janot agora está blindado, pois municiou o PIG/PPV com esses vazamentos que agora estão aatribuindo ao pimpão Rodrigo Maia. Ângelo Vilella, cuja reputação foi assassinada por Janot e comparsas no MP e no PIG/PPV, está tendo, agora, a oportunidade de falar e ser ouvido pelo grande público. As denúncias que ele faz são muito graves. Para apurá-las deveria ser feita uma acareação entre Vilella e Janot. Será que os golpistas estão dispostos a correr esse risco e ver Rodrigo Janot desmascarado por um colega? 

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