Procuradores da Lava Jato podem apurar corrupção na eleição de Beto Richa

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Segundo colunista, membros da PGR colhem depoimento de Youssef, que teria lavado dinheiro para a campanha do tucano

Imagem: Montagem com foto de Vagner Rosário/Futura Press

Jornal GGN – O blog do Esmael Morais informa que procuradores da República que atuam na operação Lava Jato colhem, nesta quinta-feira (23), depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do operador do PMDB no caso Petrobras, Fernando Baiano, sobre as denúncias contra políticos que já são alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Os representantes da PGR “devem avançar [também] nas investigações sobre esquema que teria irrigado a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB) no ano passado”, afirmou o colunista. 

Morais refere-se à Operação Publicano, que desbaratou um esquema de pagamento de propina em troca do abatimento de dívidas na Receita Fiscal do Paraná. “Indícios apontam que o primo de Beto Richa, Luiz Abi Antoun, seria o elo entre os desvios na Receita Estadual e o doleiro Youssef, que teria a função de ‘lavar’ os recursos desviados para que pudessem ser usados na campanha do tucano”, frisou.

Abi seria o braço político do PSDB no esquema de fraude fiscal. Delações feitas por outras figuras envolvidas no caso apontaram que parte da propina – pelo menos 4 milhões de reais – ajudou a reeleger Richa em 2014. O partido do tucano nega as acusações.

“Dependendo do conteúdo da oitiva [com Youssef e Baiano], essas denúncias devem se juntar às que já pesam contra o governador e aliados na Procuradoria Geral de Justiça [do Paraná] e complicar de vez a vida de Richa.” A parte que cita o tucano já foi desmembrada e remetida ao tribunal onde ele pode ser investigado, em virtude do foro privilegiado.

Segundo informações do Jornal de Londrina, um dos réus delatores do esquema detalhou a divisão de 5 milhões de reais em propina recebidos entre o segundo semestre de 2014 e o início deste ano, quando este fiscal foi preso pela Operação Publicano. Um dos chefes do esquema é Márcio de Albuquerque Lima, inspetor geral da fiscalização da Receita, apontado como amigo pessoal de Richa – eles seriam companheiros de corridas automobilísticas.

Preso desde janeiro, o auditor fiscal da Receia Estadual Luiz Antônio de Souza firmou acordo de delação premiada com o Gaeco e vem prestando novos depoimentos (Crédito: Roberto Custódio/Jornal de Londrina)

Delator detalha partilha de R$ 5 milhões de propina na Receita Estadual de Londrina

Do Jornal de Londrina

Durante o período em que Luiz Antônio de Souza foi inspetor regional de fiscalização da Receita Estadual em Londrina, o suposto esquema formado por auditores fiscais teria arrecadado mais de R$ 5 milhões em propina junto a cerca de 70 empresas. A informação foi confirmada ontem pelo advogado Eduardo Duarte Ferreira, que defende Souza. Ele ocupou o cargo no segundo semestre do ano passado, até o começo de janeiro, quando foi preso em flagrante com uma adolescente, num motel da cidade, onde faria um programa sexual. Souza está colaborando desde maio com as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação Publicano e esteve ontem na sede do órgão, onde prestou novos esclarecimentos.

A ascensão de Souza ao cargo aconteceu devido à “dança das cadeiras” provocada pela ida de Márcio de Albuquerque Lima, então delegado da Receita em Londrina, para o cargo de inspetor geral de fiscalização, sendo responsável pelo setor em todo o Estado. Conforme Duarte Ferreira, as informações com os nomes das empresas, os valores pagos e como eles foram divididos entre auditores, chefias e advogados ou outras pessoas que tenham feito a intermediação da propina estão em um pen drive apreendido com o delator. O material está em código e só Souza teria condições de “traduzi-lo”.

Segundo o advogado, das cerca de 70 empresas, a maioria não tinha sido denunciada nas duas fases anteriores da Operação Publicano, que investiga a denúncia de que auditores, contadores e empresários teriam formado uma “organização criminosa” para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina. “Ele está detalhando cada situação, quanto o fiscal recebeu, quanto foi enviado para Curitiba”, explicou Duarte Ferreira. O advogado afirmou que agora seu cliente vai detalhar cada uma das situações.

Conforme as declarações prestadas até aqui por Souza, metade da propina obtida junto a empresários com grandes dívidas tributárias ficava com o auditor responsável pela fiscalização. O delegado e o inspetor regional ficavam com 20% cada um e 10% eram enviados para Curitiba, para o inspetor geral de fiscalização.

O Gaeco não quis comentar as declarações do advogado. Procurada pelo JL, a promotora Leila Schimiti disse apenas que Souza está colaborando com o esclarecimento de informações sob investigação.

12 Comentários

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  1. Essa Lava Jato virou uma

    Essa Lava Jato virou uma aberração, é o processo do fim do mundo. O juiz Moro virou o Grande Inquisidor da República.

  2. Richa

    Beto Richa está até o pescoço metido em mil e uma ilicitudes, mas cadê a indignação dos jornalões e de seus miquinhos amestrados? 

  3. Tanto faz!
     
    Ele não perde o

    Tanto faz!

     

    Ele não perde o mandato. O que o Judiciário descobrir será irrelevante até as próximas eleições.

  4. O PT deixa muito na cara

    O PT deixa muito na cara mesmo né! A lava jato começou no PR para os desavizados que não sabem, o MP não deixaria passar, e por esse mesmo motivo ficam tentando envolver o Beto Richa achando que foi ele quem pediu pra iniciar. Mentira tem perna curta, ele não fez nada… Uma hora ia extourar. 

  5. Novamente a oposição e a

    Novamente a oposição e a imprensa vermelha inventando coisas do governador. Já deu disso, não tem mais o que inventar né. Na minha opinião os envolvidos devem ser punidos, não importa quem seja.

    1. Verdade…

      inventamos também que ele jogou “pequenas’ bombas em vôs rasantes de helicópteros em professores grevistas… é cada uma que aparece. Esse seu “não importa quem seja” inclui também gente tucana? Ou não?

  6. Mesmo que o cara fosse primo

    Mesmo que o cara fosse primo de Richa, o governador não tem absolutamente nada a ver. O doleiro mesmo falou que Beto não tem nenhum envolvimento. Isso é mais uma mentira da oposição para incomodar o governador.

    1. Sim, com certeza. É mera

      Sim, com certeza. É mera coicidencia que o Brimo dele estava repassando para sua campanha o dinheiro extorquido pelo amigo de longa data chefe da Receita Estadual. Coicidencia tb a mulher dele estar elevada quase ao grau de Santa pelos auditores da Receita tudo documentado bonitinho pelos proprios auditores. Coincidencia tb ele ser amigo e do mesmo partido bandido mais cara de pau e politico mais rico do brasil, Sr. Kaefer, que depois de drenar a empresa financiar a eleicao declarou falencia de suas empresas no oeste do parana, dando calote em milhares de funcionarios e fornecedores. Em certa instancia, ja que esse senhor de boa conduta tem aprx 7000 processos nas costas, ele afirmou para a juiza nao ter dinheiro (R$900) para bancar as custas do processo. É desse tipo de gente que estamos tratando aqui, o povo tem que saber.

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