Procuradores que apoiam Escola Sem Partido não se preocupam com MP Sem Partido, diz Serrano

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: RBS

Jornal GGN – Em vez de defender Escola Sem Partido com um manifesto “autoritário” e prejudicado pelo “déficit cognitivo”, procuradores e promotores deveriam apoiar um “Ministério Público Sem Partido”. É o que indica texto que o jurista Pedro Serrano publicou em sua página nas redes sociais no sábado (10), após ler o manifesto de mais de 100 membros do MP que se dizem a favor da censura na sala de aula, em prol da moral e da família.

Para Serrano, soa incoerente rejeitar uma suposta partidarização ou politização do ensino ao mesmo tempo em que usa-se o cargo de procurador ou promotor para falar de política ou defender um projeto político do presidente eleito.

“(…) interessante se observar que não parecem se preocupar com um ‘MP sem partido’, se anunciam como membros do MP e não cidadãos para defender publicamente um projeto ligado expressamente a direita do espectro político e ao Bolsonarismo.”

“Além de totalitário, pois de fato busca calar a diversidade de visões de mundo inerente a uma sociedade livre e complexa, há um gritante deficit cognitivo no tal manifesto”, disparou Serrano.

Segundo ele, o manifesto erra ao culpar o professor pelo “conflito geracional próprio da adolescência e juventude, que sempre existiram em quase todas culturas, descrito por Freud e todos os psicanalistas e quase toda psicologia, que é essencial para o amadurecimento saudável do ser humano.”

No texto, os membros do MP sustentam que “as famílias são lesadas quando a autoridade moral dos pais é solapada por professores que se julgam no direito de dizer aos filhos dos outros o que é certo e o que é errado em matéria de moral. Instigados por esses professores, muitos jovens passam a questionar e rejeitar o direcionamento estabelecido por seus pais no campo da religião, da moral e dos costumes, ensejando o surgimento de graves conflitos no seio das famílias”, sustentam os promotores e procuradores.”

“Bem, espero que seja uma minoria [dentro do MP]”, apontou Serrano.

Leia mais sobre o manifesto aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Com cereteza todos eles são

    Com cereteza todos eles são eleitores da direita há anos…

    O que sempre deveria existir é uma justiça republicana!

     

  2. Procuradores q apoiam a escola. Sem politização
    Parece que em breve estaremos dominados por uma extrema direita , conservadora, falsa moralista e com um tremendo cunho doutrinário evangélico.

  3. MP Sem Partido

    Um nome para estas tentativas de ingerência na formação dos jovens se chama ditadura, da qual fui vítima na minha adolescência e juventude. Melhor ainda seria chamá-la ditaburra. Fica a dúvida de como foram conseguidos os diplomas destes doutores, talvez da mesma forma duvidosa do doutorado de Sergio Moro.

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