Promotora de caso Marielle é afastada

Em sua defesa, Carmen diz ter direito à liberdade de expressão, mesmo com seu cargo. E afirma que suas opiniões políticas nunca afetaram sua atuação profissional.

Jornal GGN – A promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho pediu afastamento das investigações do assassinato de Marielle e Anderson. O pedido foi feito nesta sexta, dia 1. O motivo foi a propagação de sua imagem ligada à campanha de Bolsonaro que apareceu logo depois que afirmou ser o depoimento do porteiro do Condomínio de Bolsonaro não confiável.

No dia 31 de outubro, a procuradora concedeu entrevista coletiva sobreo caso Marielle e, na ocasião, junto aos demais procuradores, afirmou que o porteiro mentiu sobre ter ligado para anunciar entrada de Élcio Queiroz no condomínio em vista a Bolsonaro. O depoimento do porteiro saiu no Jornal Nacional, onde o tema começou.

Diante das afirmativas Carmen Eliza foi confrontada por imagens de seu perfil em redes sociais com camiseta ‘Bolsonaro presidente’. Logo depois das eleições volta à carga dizendo que o Brasil venceu e um sensível ‘libertos do cativeiro esquerdopata’. Essas publicações vão ser analisadas e podem render punição à promotora, segundo o artigo 128 da Constituição, que veda aos membros do MP atividade político-partidária.

Em sua defesa, Carmen diz ter direito à liberdade de expressão, mesmo com seu cargo. E afirma que suas opiniões políticas nunca afetaram sua atuação profissional. Se afasta após ‘lamentáveis tentativas’ de macular sua atuação ‘séria e imparcial’. Acusou o ataque de ‘verdadeira ofensiva de inspiração subalterna e flagrantemente ideológica’, e que tais ataques atingem seu ambiente familiar e seu trabalho.

Diante de tal repercussão, a Corregedoria Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro instauro procedimento para análise.

Leia a nota a seguir.

Nota de esclarecimento – Promotora de Justiça pede afastamento voluntário do Caso Marielle e Anderson

A Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) reconhece o zeloso trabalho exercido pela Promotora de Justiça Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que nos últimos dias vem tendo sua imparcialidade questionada no que afeta sua atuação funcional, por exercer sua liberdade de expressão como cidadã, nos termos do art. 5º da Constituição Federal. Assim como Procuradores e Promotores de Justiça, no cumprimento diário de suas funções, velam incansavelmente pela promoção dos Direitos Fundamentais, é compromisso da Instituição defender o Estado Democrático de Direito e a livre manifestação de pensamento, inclusive de seus membros.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) esclarece que as investigações que apontaram os executores de Marielle Franco e Anderson Gomes foram conduzidas pelas Promotoras de Justiça Simone Sibilio e Letícia Emile Petriz. Findas as investigações, a Promotora de Justiça Carmen Eliza Bastos de Carvalho passou a atuar na ação penal em que Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são réus, a partir do recebimento da denúncia pelo 4ª Tribunal do Júri da Capital. Sua designação foi definida por critérios técnicos, pela sua incontestável experiência e pela eficácia comprovada de sua atuação em julgamentos no Tribunal do Júri, motivos pelos quais Carmen Eliza vem sendo designada, recorrentemente, pela coordenação do GAECO/MPRJ para atuar em casos complexos.

Cumpre informar que, diante da repercussão relativa às postagens da promotora em suas redes sociais, a Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro instaurou procedimento para análise.

Nesta sexta-feira (01/11), o GAECO/MPRJ recebeu os pais de Marielle Franco, Marinete da Silva e Antônio Francisco da Silva, e a viúva de Anderson Gomes, Agatha Arnaus Reis, que defenderam a permanência de Carmen Eliza à frente do processo penal, em andamento no Tribunal de Justiça.

No entanto, em razão dos acontecimentos recentes, que avalia terem alcançado seu ambiente familiar e de trabalho, Carmen Eliza optou voluntariamente por não mais atuar no Caso Marielle Franco e Anderson Gomes, pelas razões explicitadas em carta aberta à sociedade.

Redação

12 Comentários

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  1. Nassif: isso é sacanagem. Alguém esta querendo atingir o TogaSuja e o resto do bando. Agora quem vai mascarar a bagunça do caso da vereadora e outros buchichos das Milícias? Como é que os VerdeSauvas permitiram essa ousadia de afastarem uma alidada tão prestativa? Já se sabe que o AI-10 tá prontinho. Esse anuncio do DaBalinha foi só pra esquentar os tamborins. O ÍndioVice parece foi avisado pra ficar de prontidão. Serviço limpo, tipo Erdogôn (com os curdos). E dentro da DemocraciaDaBaioneta, pela Konstituição do Çupremu. Desce das “Montanhas”, descansa na “Praia” e depois dispara pelos “Pampas”. Tipo vêm fazendo, desde XV de Novembro de 1899. A saida dessa valorosa “companheira” há de ser ocupado por outro abnegado Gogoboy. Pois sempre há um servo de prontidão.

  2. Chegamos no país a este nivel de desordem constitucional devido ao posicionamento dos órgãos reguladores que sempre, sempre, adotaram a filosofia do “deixa rolar pra ver como fica”.
    E sempre dá ruim! Senão vejamos:
    Por falta de punições às declarações misóginas, racistas, punitivistas e de apoio a ignomínias como ditaduras e torturadores, chegaram aos poderes, executivo e legislativo, grupos infames e nocivos ao país, seja por seu descompromisso com o social ou com o meio ambiente, seja por sua incitação à barbárie chegando ao nivel insano de esbravejar em apoio a um excremento como um AI-5, ou ainda por um fundamentalismo religioso obscurantista que busca resgatar teorias como planicidade ao tempo que conversam com Jesus na goiabeira.
    Por falta de punição a um juiz que ignorou todas as normas do Direito, comportando-se parcialmente para, como vem mostrando a vaza a jato, junto a promotoria alijar da disputa eleitoral um candidato com potencial de vitoria, presenciamos hoje algumas ações sem fundamentação juridica que, em muitos casos, servem apenas para expor negativamente quem, ou aquilo, que esteja fora do agrado do julgador ou de um grupo ao qual pertença.
    Por não se exigir retratação imediata e punir uma mídia que de forma dolosa assassinava reputações, publicando ilações ou chegando ao cúmulo de em rede nacional iludir a população, transformando em criminosa uma ação legitima de uma presidenta em pleno exercício constitucional vazando, ilegal e espectaculosamente, uma gravação obtida dolosamente por um grupo que só tinha por objetivo assaltar o poder, chegamos a uma eleição vencida não por idéias mas exatamente pela falta delas, onde prevaleceram a mentira e o assassinato de reputações. Hovessem os organismos responsáveis agido tempestivamente, não precisaríamos hoje gastar dinheiro com uma inútil “CPI das fakes news”.

    Claro que assim como qualquer um esta senhora que só agora foi afastada tem o direito de manifestar apreço por aquilo que julga apropriado. Mas ofender publicamente os que pensam de forma diferente, como estando numa discussão de um “pé sujo”, mostra desiquilibrio para exercer um cargo dentro de uma profissão cujo simbolo é uma balança. Retomo ao ponto principal do meu texto: Por que levou 1ano para ser punida?

  3. O ativismo político e anti-partidario da Promotora em relação aos partidos de esquerda não atrapalha sua atuação profissional. Agora mesmo ela foi afastada do caso por seu ativismo político mas isso não interferiu nem interfere na sua atuação profissional.

    1. Rui: essa ingenuidade me comove. Me engana, que eu gosto. Andar pelo chiqueiro, inclusive comungar com os porcos, e não se lambuzar com a lama, só na sua cabecinha…

  4. Ela faz parte da “elite do judiciário” que está por trás do golpe de estado…
    Ela pode até conhecer leis, e às vezes negá-las…
    Mas, a sua ignorância humana é vasta…

  5. “Em sua defesa, Carmen diz ter direito à liberdade de expressão, mesmo com seu cargo. E afirma que suas opiniões políticas nunca afetaram sua atuação profissional. Se afasta após ‘lamentáveis tentativas’ de macular sua atuação ‘séria e imparcial’. Acusou o ataque de ‘verdadeira ofensiva de inspiração subalterna e flagrantemente ideológica’, e que tais ataques atingem seu ambiente familiar e seu trabalho.”
    É para rir ou para chorar?
    Como é que uma imbecil dessa consegue passar em concurso público que dizem ser difícil?
    Será que entrou pela janela assim como o deltan dinheirol?
    No judiciário e mp, entrar pela janela é coisa normal.

  6. ESSA Carmen Eliza É PUXA SACO DE QUEM GANHA ,SEJA BOLSONARO OU SEJA OUTRA PESSOA.
    ELA QUER MELHORAR FINANCEIRAMENTE DE VIDA, QUEM SABE ESPERANDO UMA PROPOSTA DE TRABALHO MELHOR,OU UM CARGO DE CONFIANÇA DO EX.PRESIDENTE BOLSONARO.
    TEM UMA FULANINHA QUE DEPOIS QUE O BOLSONARO ENTROU ,ELA JA MUDOU VARIAS VEZES DE CARGO.
    ESSA CARMEN ELIZA DEVE SER AFASTADA DO CASO DO ASSASSSINATO DA VEREADORA.
    SEM MAIS

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