Raquel Dodge envia ao STF parecer contra liberdade a Joesley e Saud

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: DIvulgação

Da Agência Brasil

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pela manutenção da prisão preventiva do empresário Joesley Batista, um dos sócios do grupo J&F, e do executivo do grupo Ricardo Saud. Ambos foram presos no mês passado por determinação do ministro Edson Fachin após a rescisão dos benefícios do acordo de delação premiada.

Na manifestação, a procuradora sustenta que a prisão preventiva dos acusados é necessária diante da gravidade dos fatos apurados e para prevenir a prática reiterada dos crimes. Dodge também destacou a possiblidade de os acusados fugirem do país por terem bens, contas bancárias e residência no exterior.

“Estão presentes não só os pressupostos da prisão preventiva – boa prova de materialidade e de autoria – mas, igualmente, o risco à investigação e à instrução criminal, à ordem pública e à aplicação da lei penal, bem como a adequação de tal medida no caso concreto”, diz o parecer.

Raquel Dodge também argumentou que o acordo de delação, suspenso por determinação do ex-procurador Rodrigo Janot, não pode ser utilizado pelos investigados como blindagem contra a aplicação da lei.

Para a procuradora, a partir dos indícios apurados até momento, é possível concluir que houve omissão de informações na delação de forma “intencional, premeditada e de má-fé”. Um dos fatos investigados pela PGR é a omissão sobre a participação do ex-procurador Marcelo Miller a favor do grupo JBS durante o período em que trabalhou no Ministério Público Federal (MPF).

“Os fatos de que se tem notícia são gravíssimos, o caso é emblemático e sem precedentes na história do país, de forma que as investigações devem ser conduzidas com seriedade e cercadas de extrema cautela pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. Não há espaço para incertezas.”

Os advogados de Joesley e Saud sustentam que os acusados jamais cooptaram o ex-procurador Miller para atuar a favor da JBS e que não omitiram informações da PGR.

A defesa de Miller informou que o ex-procurador “nunca atuou como intermediário entre o grupo J&F ou qualquer empresa e o [ex-] procurador-geral da República, Rodrigo Janot ou qualquer outro membro do Ministério Público Federal”.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Foco

    A luz dos holofotes saiu de cima do Temer e quadrilha.

    Tudo era ilusão. Não houve conversa no Planalto, malas de dinheiro, conversas com Aecim, compra de silêncio do Cunha e etc. Tudo desaparece, assim como o avião do Teori, o Helicóptero do Perrella, o Aeroporto do titio do Aécio, a pasta com documentação de processo contra a rede Globo,……mas, os recibos, isso sim, o Lula deve apresentar os recibos do aluguel.

      1. Preocupação legítima

        Caro Ze, todos torcemos por isso.

        Acho que a esquerda política já está mobilizada e falta agora o restante da população (tirando apenas os coxinhas de carteirinha) entenderem o que está em jogo. Falta estes entenderem que estão no lado político errado (conservador) por conta da defesa de bandeiras comportamentais e religiosas, que sempre tiveram o apoio do Lula e que hoje foram afastados do campo popular apenas por esperteza da midia e do judiciario, que tenta criminalizar Lula

        O jogo está virando aos poucos. Mais uma caravana do Lula e ninguém assegura.

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