À procura de um crime, mídia e Lava Jato demonizam filme de Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Ricardo Stuckert/IL

Foto: Ricardo Stuckert
 
Jornal GGN – O ano é novo, mas as estratégias da Lava Jato para alimentar a mídia com notícias contra Lula continuam as mesmas. A conta-gotas, começam a vazar mensagens trocadas entre executivos da Odebrecht sobre o financiamento do filme “Lula, o filho do Brasil”. E como a força-tarefa, aparentemente, ainda não encontrou indícios de crime nem descolou uma delação que substitua as provas nesse sentido, o jeito foi chamar atenção com um e-mail no qual um assessor de comunicação diz que a obra era “um tipo de louvação maléfico”.
 
Quem leu a reportagem do Estadão desta sexta (5) de cabo a rabo descobriu que a opinião de quem emitiu a frase que demoniza o filme sobre Lula não tem a menor relevância para o caso. Na matéria do dia anterior, o leitor descobriu também que Marcelo Odebrecht não ofereceu nenhum vestígio de irregularidade cometida no apoio financeiro dado à produção. Preso, Antonio Palocci ficou em silêncio, muito provavelmente para valorizar o passe, já que está com dificuldade em fechar um acordo de delação.
 
Diz a Lava Jato que descobriu essas mensagens internas da Odebrecht num computador apreendido há quase 3 anos, mas que só foi destravado recentemente. 
 
Além do depoimento de Marcelo, as mensagens vazadas até agora não dizem nada comprometedor. Um dos e-mails afirma que a Odebrecht aceitou, afinal, contribuir com R$ 750 mil mas com a condição de não aparecer entre os patrocinadores do filme. Uma carta do cineasta Luiz Carlos Barreto, publicada em resposta à matéria do Estadão, denota que a imposição não foi aceita.
 
Já no filme “Polícia Federal – A Lei é Para Todos”, todos os patrocinadores foram omitidos sem despertar nenhum interesse de investigadores ou da grande mídia sobre como e quem financiou a obra de 2017 feita em louvor da Lava Jato.
 
É no contexto de não querer deixar a Odebrecht aparecer entre os apoiadores que pode ser inserido o comentário do responsável pelo setor de comunicação da empresa, avaliando que a cinebiografia de Lula seria um “tipo de louvação maléfico” que acabaria como um “tiro no pé” do petista.
 
Foto: Reprodução/Estadão
 
 
Não seria de surpreender, dado o já conhecido modus operandi da Lava Jato, se um delator (ou aspirante a) de repente surgir com uma versão que atrela o financiamento ao projeto a uma contrapartida qualquer à Odebrecht junto aos governos petistas. De preferência, relacionada à Petrobras, porque aí a denúncia já sai com o endereço certo em Curitiba.
 
E se não ficar claro o ato de ofício praticado por Lula, se as contraprovas derem lugar às falas de co-réus ou se, no final de tudo, ninguém conseguir provar o que a Petrobras tinha a ver com essa história toda, será como a reprise de um filme que a gente já assistiu.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Doença!

    A elite que deu o golpe é doente.

    Os políticos que apoiaram o golpe são doentes.

    Os empresários que apoiaram o golpe são doentes.

    As pessoas que apoiam o golpe são doentes.

    O país já está adoecendo…

    Mais um pouco e não teremos solução!

    Vamos nos tornar um pais sem importância!

    Um pais sem valor!

    Um pais picolé de chuchu!

     

     

  2. Jânio de Freitas na folha de

    Jânio de Freitas na folha de São Paulo

    O apartamento que alguns brasileiros costumam atribuir a Fernando Henrique Cardoso é na Avenue Foch, em Paris, endereço dos príncipes de Mônaco, da família real da Arábia Saudita e de milionários de todo o planeta.

    Acontece que o apartamento está no nome de um brasileiro que o mundo mafioso costuma chamar de “laranja”.

    Fiz a investigação nos arquivos imobiliários da cidade de Paris a pedido de um jornal brasileiro online e fui informada do nome do “dono” : o melhor amigo do filho de FHC, Jovelino Carvalho Mineiro Filho. Depois soube que esse Jovelino Mineiro é associado aos filhos de FHC na Fazenda Buritis.

    Imaginem a mesma história com Lula!

    Leneide Duarte-Plon mora em Paris há muitos anos e é jornalista em acepção total da palavra. Uma moça fina, enfim. Ela foi lá e fez o que a chamada imprensa, um conceito rarefeito no Brasil, faz. Você ou alguém aí já foi na Avenue Foch? Eu já, há pouco mais de um mês. A sensação, é esta a palavra, lá, é que se Lula tivesse roubado o prédio todo do Guarujá, aquela joinha que os lavajetis dizem que é dele, sabendo que não é, ele não teria como pagar por um metro quadrado na Avenue Foch. São apartamentos de 17 milhões de euros. Um lugar onde os muito ricos e os novos muito ricos moram, em Paris. Mal há uma padaria por perto. Uma coisa ostentatória, deslumbrada, que deveria envergonhar o país. Mas as pessoas acham que Fernando Henrique é sério e que Lula é um bandido.

    Digam-me uma coisa: que salário paga um apartamento de17 milhões de euros? Nenhum. Essa não é uma quantia salarial, é simples assim. Lembrem: Lula pode ir preso porque Marisa Letícia não explicou como adquiriu dois pedalinhos, os famosos Marx e Hegel, no valor de menos de quatro mil reais, os dois. E também com base na acusação de serem donos de um apartamento, ou de terem comprado um apartamento que não compraram, mas visitaram uma única vez, e não fecharam negócio.

    Na manhã em que saí caminhando pela Avenue Foch, muitas coisas passaram pela minha cabeça. Fiquei com uma vontade danada de escrever sobre a percepção que fica muito clara, do quanto o Brasil é um país perverso com o seu povo. Do quanto somos racistas e mesquinhos. Talvez um valet que trabalhe na Avenue Foch possa comprar à vista uma joça daquela, no Guarujá. Seja como for, é impensável que as sumidades dos combatentes da corrupção, nunca antes vista, não saibam do que se trata esta história. Eles sabem, Jânio de Freitas escreveu a respeito em 2003: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1201200306

    Quando um professor universitário, um presidente da república do Brasil, alguém sério, teria um apartamento de 17 milhões de euros, senão tiver ganhado na megasena e seguir vivendo de renda? Vocês acham que ele por acaso o aluga no airbnb? Imaginam o IPTU de uma coisa dessas? E os custos básicos de manutenção?

    Querem explodir o Brasil e tornar o país irrespirável. Estão clandestinizando a esquerda organizada e representativa. Essa turma, essa choldra, essa escumalha, quer isso. É preciso uma mistura macabra de racismo e pedantismo delirante para fazer isso sem o menor respeito pela inteligência alheia, que seja a de poucos, mas cá está. E é preciso muita desumanidade e maldade com os que estão sendo tragados pela destruição que estão promovendo no Brasil.

    1. “O Brasil não é para principiantes”

      Eh isso ai: Avenue Foch não é para qualquer um, não. Alias, europeu adora brasileiro rico porque ele gasta sem medida e compra qualquer bobagem pelo triplo do preço.  Essa historia do sumiço de um contâiner de papéis sobre o pré-sal de dentro da Petrobras sob “segurança” de uma empresa americana, lembrou uma historia que ouvi sobre saques de obras de arte e outros de bens publicos no Brasil. O Henrique Marques Porto me relatou a historia que segue abaixo.

      No Theatro Municial do Rio existiam várias placas no Foyer e nas paredes da entrada da plateia com nomes das divas que la se apresentaram, tais quais Claudia Muzo, Bidu Sayão, Carmem Gomes, até a nossa Maria d’Apparecida. Pois bem. O que aconteceu com as placas? Sumiram! Todas! Quem sumiu com elas ou as roubou? [Vamos combinar que ninguém ‘some’ com bronze, certo?]. Foi o Adolfo Bloch, que comandou a reforma do Municipal de 1975/1978, no governo Chagas Freitas. Roubaram muito mais: um prédio inteiro! O antigo anexo do Municipal foi demolido e o terreno vendido, a preço de banana, para a Construtora Whrobel, que pertencia a um parente de Adolfo Bloch. Especulação fundiária urbana, nas barbas de todo mundo. O terreno virou estacionamento. Vinte anos depois, o terreno foi recomprado, a preço de ouro, pelo próprio estado. Ali foi “construído”, com festa, um novo anexo. São profissionais. Desde então o teatro vem sendo saqueado sistematicamente. Objetos, móveis, adornos, placas, estatuetas etc… o que estiver mais a mão. Qualquer dia aquele prédio vai amanhecer nu! Na década de 80, numa pequena reforma, “sumiram” 10 mil azulejos vindos de Paris para a construção do teatro. A polícia nunca resolveu o caso da abdução dos azulejos raros e muito valiosos. Compunham um painel que ficava na varanda do Balcão Nobre. Hoje devem estar enfeitando os banheiros de algum rico da zona sul ou da Barra.

      Se gritar pega ladrão la pelos lados da “gente de bem” desse Pais, não sobra um! Mas é o Lula o grande chefão da mafia.

    2. A “elite” brasileira é

      A “elite” brasileira é racista, escravocrata e patética, você esperava algo diferente de pessoas assim? Pegue os “milionários”* de qualquer país africano e você irá ver os mesmos padrões de comportamento.

       

      * entre aspas por serem pessoas que enriqueceram escravizando e roubando outros, cometendo toda sorte de crimes e crueldades. Não muito diferente do modo de operação dos milionários brasileiros.

    3. Post?

      Nassif,

      Este tema do apartamento do FHC daria um bom post, onde possamos todos pesquisar e contribuir

      Engraçado, os coxinhas acham que FHC merece, por ter sido Presidente do Brasil, mas, Lula é acusado justamente por ter sido Presidente do Brasil

    4. FHC é ladrão. Jânio de

      FHC é ladrão. Jânio de Freitas é lacaio do pig. Escreve para meia dúzia de blogueiros de esquerda lerem e dar a impressão de que aquela merda em que ele trabalha é um jornal. Nessa idade já poderia ter chutado o balde e jogado no ventilador tudo o que sabe sobre o submundo tucano-pig, que não deve ser pouca coisa. 

  3. Tá mais para dor de cotovelo:

    Tá mais para dor de cotovelo: o filme do Lula – ainda que fraquinho – teve boa acolhida internacional – muito devido ao status do presidente – com o próprio Barack Obama solicitando, à época, que a pré-estreia internacional do filme fosse nos EUA, o que aconteceu, com sessão em Washington. Já o filmeco deles…

    Curiosidade: a Produtora Downtown Filmes é a mesma dos dois.

    Curiosidade 2: A Globo Filmes investiu R$ 800.000,00 na produção de ‘Lula, Filho do Brasil’; virá ao caso? 

     

  4. Não que não vá continuar, mas a difamação a Lula até 24/01 será

    implacável para esta mídia já treinada em criar leviandades. Bons para destruir, mas sem forças mesmo para se reconstruir. Apodrecem seus títulos e seus funcionários nos ralos tortuosos dos esgotos que saem das latrinas públicas e privadas. 

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