Sem provas e duvidosas acusações, Flávio Dino tem caso arquivado no STJ

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil 
 
Jornal GGN – As acusações de um dos delatores da Odebrecht contra o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) foram consideradas insuficientes pela Procuradoria-Geral da República (PGR) abrir uma investigação. O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Feliz Fischer, decidiu arquivar o caso nesta semana.
 
As acusações partiram do ex-funcionário da Odebrecht José de Carvalho Filho, que narrou aos investigadores que o atual governador maranhense teria solicitado R$ 400 mil, em 2010, e que em troca iria defender os interesses da Odebrecht em um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, que beneficiava a empreiteira.
 
Naquele ano, Dino era deputado federal e o executivo da empreiteira disse que o então parlamentar iria apoiar o projeto que trazia segurança jurídica a investimentos do grupo Odebrecht. Em um dos encontros, o então candidato ao governo do Maranhão teria solicitado ajuda de doações para a campanha eleitoral.
 
Mas o repasse, segundo José de Carvalho Filho, teria ocorrido na forma de caixa dois e que uma senha para receber a quantia teria sido entregue ao próprio candidato. Segundo o ex-funcionário da Odebrecht, a transferência teria sido conduzida pelo setor de operações estruturadas da empreiteira e registrada no sistema Drousys, com a contabilidade de caixa dois e propinas da construtora.
 
Entretanto, os procuradores da República não apenas não conseguiram trazer qualquer indício contra o hoje governador, como também detectou divergências nos depoimentos prestados por Carvalho Filho. Além disso, o delator não tinha detalhes da suposta entrega de dinheiro. Com o cenário, a PGR entendeu que havia “dificuldade praticamente intransponível” de provar o suposto repasse.
 
Desde que foi arrolado pelas acusações do executivo da Odebrecht, Flávio Dino defendeu sua inocência e afirmou que nunca atendeu a qualquer interesse da Odebrecht. “O justo propósito de investigar crimes muitas vezes atinge injustamente pessoas inocentes. É o meu caso. Tenho consciência absolutamente tranquila de jamais ter atendido qualquer interesse da Odebrecht, nos cargos que exerci nos 3 Poderes”, disse o governador, quando foi acusado.
 
“Se um dia houver de fato investigação sobre meu nome, vão encontrar o de sempre: uma vida limpa e honrada. Tenho absoluta certeza de que a verdade vai prevalecer, separando-se o joio do trigo. Inevitável a indignação por ser citado de modo injusto sobre atos que jamais pratiquei. Mas infelizmente faz parte da atual conjuntura”, completou o governador.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Mouro
    Entendo que magistrados

    Mouro

    Entendo que magistrados jamais deveriam exercer cargos politicos, porém, como Gilmar Mendes dá exemplos diario de politico sem o ser, como criticar o Dino?

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