STF julgará se Janot é suspeito para denunciar Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

O julgamento pelo plenário do Supremo será na próxima quarta-feira. Opiniões divergentes podem influenciar Câmara nos argumentos para arquivar a segunda denúncia contra o mandatário
 

Foto: Agência CNJ
 
Jornal GGN – O Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar, na próxima quarta-feira (13), se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é suspeito de investigar o presidente Michel Temer. A ação partiu de um recurso da defesa do peemedebista que considerou que Janot “extrapola os limites constitucionais e legais inerentes ao cargo que ocupa”.
 
O recurso foi apresentado na última semana pelo advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que realiza a defesa do mandatário, e foi encaminhado ao ministro relator das investigações da Lava Jato, Edson Fachin.
 
Fachin encaminhou o julgamento ao plenário do Supremo nesta sexta (08), colocando o caso na agenda para a próxima quarta-feira. Ainda nesta semana, o ministro Edson Fachin já havia negado o pedido de suspeição de Janot por Temer, afirmando que não há indícios de parcialidade do procurador-geral. Entretanto, o advogado entrou com recurso e o caso será analisado por todo o plenário da Corte.
 
“No afã de envolver o senhor presidente da República em fatos incertos e não determinados, uma série de ‘certezas’ foram lançadas pelo Chefe do parquet [Ministério Público Federal] que dificultaram sobremaneira uma análise isenta e desprovida de influências que só agora têm vindo à tona”, alegava Mariz, advogado do peemedebista.
 
“Sendo certo que toda a contextualização ora sintetizada, mas amplamente esmiuçada na exordial, evidencia a clara suspeição do Dr. Rodrigo Janot para a condução, no âmbito do Ministério Público Federal, de casos envolvendo o ora agravante [Temer]”, continuou a defesa, na sustentação.
 
O recurso de Temer ocorre nas prévias de um envio da segunda denúncia pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer à Câmara. Ainda que minoria e provavelmente manterem a opinião do relator com Janot à cargo das investigações, posições contrárias à Fachin de outros ministros podem influenciar nos argumentos levados pelos deputados para arquivar a segunda denúncia contra o mandatário.
 
Nessa mesma linha, a defesa de Michel Temer também entregou um recurso ao STF pedindo que se suspenda uma eventual denúncia contra o presidente a ser apresentada nos próximos dias pelo procurador-geral e pedidos de investigação contra o mandatário. Apesar de se referirem a outro recurso, ambos os casos devem também ser analisados juntamente com o pedido de suspeição pelo Plenário do Supremo na próxima quarta.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador