TCU aponta falhas do Porto de Suape durante governo de Eduardo Campos

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O Tribunal de Contas da União apontou irregularidades no Complexo Petroquímico de Suape, um porto da Petrobras vizinha à Abreu e Lima, em Pernambuco. O empreendimento que atrasou cinco anos para ser construído teve um orçamento de R$ 5,5 bilhões, o que equivale a R$ 3,5 bilhões a mais do que projetado. 
 
Relatórios do TCU mostraram falhas na gestão do empreendimento em três vistorias que já realizou. Auditorias foram abertas para apurar esssas irregularidades constatadas em 2012 e 2013, mas aguardam julgamento.
 
Uma delas relata aumento de 100% nos custos de obras, que de R$ 1,8 bilhão passou para R$ 3,6 bilhões.
 
Outro alerta dos fiscais foi que a Petrobras não realizou licitação. Com os altos custos, a estatal buscou sócios para dividir os investimentos na obra. Empresas como o grupo Vicunha, a Braskem e Mossi Ghisolfi foram procuradas pela Petrobras, mas sem sucesso de venda de fatia do negócio. 
 
A Odebrecht aceitou, e construiu as três unidades do complexo. A primeira começou a funcionar em 2012, a segunda neste ano e a terceira já está concluída, mas ainda não iniciou as operações.
 
O não uso de licitação é permitido por lei, mas não é comum. De praxe, o TCU recomenda a ferramenta de concorrência de venda de negócios. 
 
Já nas auditorias abertas, foi levantado o tipo de contrato assinado, reconhecido como aliança, que não atendeu alguns requisitos, como o estabelecimento de preço teto e a abertura de custos, e que não teve um projeto muito bem estruturado, considerado pelos auditores como “insuficiente”.
 
Outra observação é que a Odebrecht participou do projeto e depois pediu aumentos de quantitativos, incialmente não solicitados. Os auditores acreditam que a Petrobras pode ter sido induzida ao erro pela empreiteira, mas que a estatal não acompanhou a obra. 
 
O Complexo Petroquímico de Suape acumulou prejuízos de R$ 638 milhões em 2012 e 2012. No lançamento, a cerimônia contou com o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O empreendimento está sendo investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
 
Com informações da Folha de S. Paulo
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. “empreendimento que atrasou

    “empreendimento que atrasou cinco anos para ser construído teve um orçamento de R$ 5,5 bilhões, o que equivale a R$ 3,5 bilhões a mais do que projetado”:

    Entao vale varios jatos.  Que ridicula situacao que a operacao da PF se chama…  “Lava Jato”!!!

  2. A petroquimica suape não é um porto e sim uma unidade petroquími

    Ha uma confusão na matéria. O complexo petroquimico de suape não é um porto e sim uma unidade petroquimica que produz PTA, PET e fios.

    1. Parece que sob a coordenação

      Parece que sob a coordenação do governo federal, que liberava os recursos, o governo estadual tocava a obra. E, salvo engano, daí começou a ruptura do Eduardo Campos com a Dilma Roussef. E a demissão do Paulo Roberto Costa, da Petrobrás..

       

  3. Operação Lava Jato, para

    Operação Lava Jato, para lavar o Jato, Jatinho, só perde para o lançamento da Vacina pra Cavalo como investimento em Saúde em Minas . . . . . isto é mais que ato falho . . . . .

  4. Muito estranho…

    Irregularidades constatadas em 2012.  Em 2012, Paulo Roberto Costa foi afastado. E, em 2012, se não estou enganada,o PSB de Eduardo Campos desligou-se da base aliada. Há muito coisa a ser esclarecida sobre o governo pernambucano e P.R. Costa. Será por isso que uma parte do PSB correram a se ajoelhar à Aécio? Não entendo muito de política, mas algumas coincidências me chamam atenção.

    1. Vai no site Vermelho que tem

      Vai no site Vermelho que tem uma matéria sobre um processo judicial com “esquemas” locais e até do Porto de Suape. Algo que ultrapassa a casa do bilhão, em 2007. Estão juntos PSB e PSDB regionais. Parceria, portanto, anterior a 2012,   ano em que a Dilma demitiu o Paulo Roberto e estragou a festa. 

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