Temer receia que prisão de Rocha Loures detone a base aliada

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Romério Cunha/Fotos Públicas
 
 
Jornal GGN – O governo Michel Temer receia que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, atenda ao novo pedido de prisão do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, filmado recebendo uma mala de dinheiro da JBS. A Procuradoria Geral da República voltou a solicitar a medida preventiva agora que Loures não tem mais cadeira na Câmara. Mesmo sem mandato, o “homem de confiança” de Temer segue com foro no STF, porque seu inquérito está amarrado ao de Temer.
 
De acordo com o Painel da Folha desta sexta (2), a avaliação do Planalto sobre a prisão de Loures “é feita com evidente irritação”. O governo diz que Fachin tem sido “agressivo” e o acusa de “jogo casado” com a PGR.
 
O temor vem do seguinte prognóstico: “O Planalto sabe, porém, que uma eventual prisão de Rocha Loures poderá detonar debandada de parte da base aliada que vinha torcendo por um fato novo que justificasse o desembarque do governo.”
 
Por isso, “Michel Temer passou os últimos dias afirmando a aliados que não tinha nenhum receio sobre uma possível delação de Rocha Loures. Disse que o ex-assessor, chamado por ele mesmo de homem de sua estrita confiança, não tem nada que possa comprometê-lo.”
 
O jornal também informou essa semana que advogados de Loures sondaram o Ministério Público sobre uma delação premiada e receberam uma grande negativa. Isso porque o ex-deputado não deu sinais de que implicaria Temer em sua delação.
 
De acordo com relatos da JBS, Loures foi indicado por Temer para substituir Geddel Vieira Lima nas negociações entre a empresa e o governo. Joesley Batista sugeriu na delação que, com Loures, discutiu negócios de interesse do frigorífico que poderiam render propina ao governo Temer. Parte desse dinheiro poderia manter a suposta propina Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, presos em Curitiba.
 
O governo ainda espera que a PGR conclua a investigação contra Temer e apresente denúncia na próxima semana. De acordo com o Estadão, o Supremo deverá consultar o Congresso para saber se Temer poderá ser processado. Será necessário dois terços da Câmara para instaurar a ação penal.
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Que bagunca eh essa do ultimo

    Que bagunca eh essa do ultimo paragrafo que eu nao entendi?!?!

    Ou eh denuncia de crime ou nao eh, que historia eh essa de CONSULTA AO CONGRESSO pra decidir se O SUPREMO PODE OU NAO processar?!?!?!

    1. É o que manda a lei.

      É o que manda a lei. Presidente só pode ser processado criminalmente com autorização do congresso, e apenas por crime cometido durante o exercício do atual mandato.

      Basicamente, quer dizer que um presidente que conte com amplo apoio parlamentar jamais será processado durante seu mandato. Por isso o jogo do “quanto pior, melhor” que fizeram com a Dilma; para poder fazer qualquer coisa contra ela era necessário que os parlamentares se sentissem livres para condená-la, e para isso era necessário que o povo se voltasse contra ela.

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