O show da execração pública, por Eric Nepomuceno

 
Sugerido por Webster Franklin
 
Da Carta Maior

Anotações sobre uma farsa (II)

 
Por Eric Nepomuceno
 
Era preciso expor José Dirceu ainda mais – e também José Genoino – à execração pública. Concentrar neles toneladas de ressentimento sem fim.
 
 
Quando se postulava a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o então juiz Joaquim Barbosa procurou José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil do primeiro governo de Lula (2003-2007). Apresentou um pedido de rotina: apoio para que seu nome fosse levado ao presidente, a quem cabe indicar os membros da corte suprema.
 
Dirceu recebeu o pedido, e comentou com o postulante: “Bom mesmo será o dia em que os que pretendem chegar ao Supremo obtenham sua indicação por seus próprios méritos, e não por indicações políticas como a que está me pedindo”.
 
Barbosa foi escolhido por Lula porque Lula queria ser o primeiro presidente a indicar um negro para a corte máxima do país. De origem humilde, Barbosa construiu sua carreira graças a um esforço descomunal. Teria méritos profissionais mais que suficientes para chegar aonde chegou. Mas não chegou por eles.
 
Antes, tentou entrar na carreira diplomática. Acabou frustrado pelo elitismo dominante na corporação: o teste psicológico do Itamaraty que o derrotou menciona uma personalidade insegura, agressiva, com profundas marcas de ressentimento. Com isso, não fez outra coisa além de reforçar a agressividade, a prepotência, o autoritarismo e, enfim, o ressentimento do candidato. Não terá sido a única razão, mas certamente contribuiu para que toda essa história desse no que deu.
 
O sistema judiciário brasileiro está, como todo o sistema político, impregnado de vícios de raiz. A condução mediática e espetaculosa do julgamento que levou Dirceu e Genoino para a cadeira é prova cristalina dos desmandos do Supremo Tribunal Federal.
 
Joaquim Barbosa tem vasta e sólida experiência. Não é um aventureiro doidivanas: sabe muito bem o que faz. E fez o que fez, ao expedir os mandados de prisão de maneira tão insólita, de propósito.
 
José Dirceu é uma espécie de ódio pessoal. Mais do que prendê-lo, era preciso expô-lo ainda mais – e também José Genoino – à execração pública. Concentrar neles toneladas acumuladas de ressentimento sem fim. 
 

Não há outra explicação para que a ordem expedida aos responsáveis pela sua execução tenha sido tão absurdamente imprecisa. A pena a que estão condenados implica, necessariamente, legalmente, constitucionalmente, outro tipo de tratamento. Joaquim Barbosa tem plena consciência disso. Tecnicamente, ao menos, não há como negar essa consciência. 
 
Mas parece que nada disso importa. O que importa é que agora ele, paladino do moralismo hipócrita que viceja neste país, tem uma ampla e luminosa alameda para caminhar rumo a uma estrepitosa carreira política na maré da direita mais hipócrita.
 
Alguma vez, algum dia, esse país exumará essa história, da mesma forma que está exumando, junto aos restos mortais do presidente Jango Goulart, os detalhes das manipulações impostas ao país pelas suas elites malandras. Agora, com meio século de atraso, admite-se que a farsa perpetrada por parlamentares submissos à elite civil que fez dos militares seus marionetes de ocasião seja desmascarada. A começar, aliás, pelo começo: a tal revolução do 31 de março de 1964 não passou de um golpe torpe perpetrado no dia primeiro de abril de 1964. O dia da mentira.
 
Algum dia se conhecerá a verdade, os bastidores dessa farsa consagrada pelo Supremo Tribunal Federal e construída e alimentada pelos grandes blocos que controlam os meios de comunicação deste país. Meios que não informam: deformam. Juízes que, em sua maioria, não fazem justiça: são figuras de um grande teatro de absurdos.
 
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Anotacoes-sobre-uma-farsa-II-/4/29575
Luis Nassif

40 Comentários

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  1. Os filhos de Roberto Marinho,

    Os filhos de Roberto Marinho, os “príncipes” mandaram. Tem nada de ódio por questões de complexos, que existem, sim, mas, a atitude em si foi coordenada pela caterva padrão Merval. A Globo precisa tirarr a espada do pescoço no caso da sonegação bilionária já executada e nas que estão por vir, já que neste país, só paga imposto pra valer, sem escapatória absolutamente nenhuma, funcionário público.

  2. Vamos aguardar as

    Vamos aguardar as manifestações dos seus pares no STF no dia de hoje. Esse julgamento éalgo insólito, Barbosa é caso clássico de como a Prepotencia  a Vaidade e Esperteza  altera todo o equilibrio necessário a um Juíz. A mídia como todos perceberam ditou as setenças. O STF no meio jurídico e para as pessoas equilibradas está de joelhos completamente desmoralizado. O mais grave, provas que a origem do dinheiro era privado e não público foram deliberadamente ocultadas. Tudo em prol da derrocada do governo, o que não vão conseguir. Por isso mais artimanhas surgirão, pois quem não tem voto tenta o golpe.

    1. Quanto quer apostar que ,

      Quanto quer apostar que , depois de muitos “data Vênia”, ” com a “vênia do Min. tal” , não vão fazer absolutamente nada.  Ali, me parece, todos tem o rabo bem preso com a Globo. Não vão enfrentar o Quinzinho de jeito nenhum. No máximo, o M.A. de Mello irá fazer umas ironias, caras e bocas prá câmera e ficar por aí. As duas ministras vão se enterrar na cadeira ; o Fux irá, só prá variar , acompanhar o relator; o Gilmar soltará mais uns perdigotos ao ar; O Celso falará umas duas horas sobre a independência do STF, e os outros, bem os outros são os  que não decidem nada.

      Espero estar equivocada.

       

  3. Joaquim Barbosa não usa

    Joaquim Barbosa não usa óculos?

    Ah! Entendi! Para ler a constituição, não precisa, já que de qualquer forma ele não vai seguir o que está escrito…

  4. Esta é a sua natureza…

    O que mais me chamou à atenção no texto: o resultado do teste psicológico feito no Itamaraty que o derrotou mencionar uma personalidade insegura, agressiva, com profundas marcas de ressentimento; o pedido feito a José Dirceu; e consequentemente ter sido escolhido por Lula para ser o primeiro negro para a corte máxima do país.

    Os dois últimos episódios me fizeram relembrar a fábula do escorpião que pede a um sapo que o leve através de um rio. O sapo tem medo de ser picado durante a viagem, mas o escorpião argumenta que se picar o sapo, o sapo iria afundar e o escorpião iria se afogar. O sapo concorda e começa a carregar o escorpião, mas no meio do caminho, o escorpião, de fato, ferroa o sapo, condenando ambos. Quando perguntado por que, o escorpião responde que esta é a sua natureza.

    1. Sobre o ódio contra quem nos ajuda

       

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=iqMstbPOhRI%5D

      Tamara, muito bom, tomara que vire post. Volto e meia ouço alguém dizer que há pessoas que sentem um ódio mortal por quem em algum dia as ajudou. Tudo bem que alguém possa dizer que Barbosa está apenas procurando se projetar e construindo sua carreira política, bem como dando a Casa Grande a chace de chicotear os petistas. Sim. Mas não é só isso não. Há esse ódio visceral de Barbosa contra alguém que um dia os ajudou. Interessante se notar que Lula nunca pediu nada em troca a Barbosa, só espereva que ele atuasse como juiz, o que não ocorreu. O mais surpreendente de tudo isso é que a indicação de Barbosa foi aquela pela qual mais Lula se empenhou, tendo esperado 6 meses para que “problemas fossem resolvidos”, a mídia empresarial não queria Barbosa até mesmo por causa da sua cor, e havia a questão dele(Barbosa) ter espancado a mulher, conforme reportou a Veja em 2003:

      Enfim, um negro chega lá

      Ao indicar ministro negro para
      o STF, Lula manda mensagem
      emblemática à sociedade

      Policarpo Junior

      Fotos acervo STF
      acervo STF
      Hermenegildo de Barros (à esq.) e Pedro Lessa: mulatos no Supremo

      O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem tomado iniciativas que misturam ineditismo e forte conteúdo simbólico. Depois de tomar posse, levou uma caravana de ministros a uma favela em Pernambuco. Dias atrás, saiu do Palácio do Planalto à frente de 27 governadores para entregar ao Congresso Nacional as propostas das reformas previdenciária e tributária. Na semana passada, ao anunciar o nome dos três novos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Lula também aproveitou a oportunidade para mandar uma mensagem à sociedade que o elegeu presidente. Entre os escolhidos, está o procurador da República Joaquim Benedito Barbosa Gomes, 48 anos, o primeiro negro indicado para compor a mais alta corte do país desde sua criação, em 1829. Nascido em Minas Gerais, diplomado em Brasília, com doutorado em Paris e trabalhando no Rio de Janeiro, Barbosa Gomes construiu sua carreira a partir de uma origem humilde. Filho de pedreiro, sempre estudou em escola pública, morou em pensionato enquanto cursava a Universidade de Brasília e, para se sustentar, trabalhava, de madrugada, como digitador.

      Festejando sua indicação, Barbosa Gomes foi o primeiro a reconhecer o simbolismo de sua ascensão. “Vejo como um ato de grande significação que sinaliza para a sociedade o fim de certas barreiras visíveis e invisíveis”, disse. “Posso vir a ser o primeiro ministro reconhecidamente negro”, completou. Isso porque, na história do STF, já houve dois negros – um mulato escuro, Hermenegildo de Barros, ministro de 1919 até a aposentadoria, em 1937, e outro mulato claro, Pedro Lessa, ministro de 1907 até sua morte, em 1921. Ambos nasceram no interior de Minas Gerais, como Barbosa Gomes, mas nenhum era “reconhecidamente negro” nem de origem tão humilde – o que empresta à indicação de agora um simbolismo ao mesmo tempo étnico e social. Na juventude, Barbosa Gomes trabalhava de madrugada, estudava de manhã e dormia à tarde. Na universidade, sustentou-se como funcionário da gráfica do Senado e, antes de se formar, prestou concurso para o Itamaraty. Como oficial de chancelaria, serviu na Finlândia. Mais tarde, fez doutorado em Paris e tornou-se professor visitante de duas universidades americanas – Columbia, em Nova York, e Ucla, em Los Angeles. É fluente em inglês, francês e alemão. Tem dois livros publicados. Um em francês, sobre o Supremo no sistema político brasileiro, e outro em português, a respeito da questão legal das ações afirmativas em favor dos negros.

      Desde o início, Lula queria nomear um paulista, um nordestino e um negro. O nordestino escolhido é Carlos Ayres Britto, de Sergipe. Com posições de esquerda, já foi candidato a deputado federal pelo PT e assinou, há pouco tempo, um manifesto de juristas contra os acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O paulista é o desembargador Antonio Cezar Peluso, cujo perfil levemente conservador despertou resistência no ministro da Casa Civil, José Dirceu, para quem o ministro ideal era Eros Grau, jurista de formação à esquerda. Com sua indicação patrocinada pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que insistiu em seu nome até o último minuto, Peluso acabou ganhando a parada. Antes, ele teve uma longa conversa com um velho amigo de Lula, o deputado Sigmaringa Seixas. Na conversa, Seixas quis sondar as posições do futuro ministro a respeito das reformas previdenciária e tributária – e não saiu com a impressão de que seu interlocutor era um jurista de postura conservadora. “Ele tem posições avançadas”, comentou o ministro Thomaz Bastos, no auge das discussões em torno de nomes. O resultado final satisfez o Palácio do Planalto, pois, pelo menos em princípio e em tese, os três indicados têm posições simpáticas às reformas, o principal projeto político em curso do presidente Lula.

      A indicação de Barbosa Gomes, que parecia ser a menos complexa, acabou sendo a mais trabalhosa. Ele foi um dos primeiros escolhidos, pois sua biografia contemplava à perfeição os aspectos que Lula queria prestigiar: negro, de origem humilde e com boa formação acadêmica. No meio do caminho, porém, o ministro Márcio Thomaz Bastos, a quem coube ouvir os candidatos e apresentar os nomes ao presidente, foi informado de um episódio constrangedor da biografia de Barbosa Gomes. Muitos anos atrás, quando ainda morava em Brasília, ele estava se separando de sua então mulher, Marileuza, e o casal disputava a guarda do único filho – Felipe, hoje com 18 anos. Na ocasião, Barbosa Gomes descontrolou-se e agrediu fisicamente Marileuza, que chegou a registrar queixa na delegacia mais próxima. O governo ficou com receio de que Barbosa Gomes se transformasse num caso como o de Clarence Thomas, o juiz negro da Suprema Corte americana que, ao ser nomeado para o cargo, foi acusado de assédio sexual, gerando um desgastante escândalo.

      Enquanto o governo decidia o que fazer, os comentários pipocaram no próprio Supremo. A ministra Ellen Gracie, a única mulher da corte, no intervalo entre uma sessão e outra, mostrou-se preocupada. “Vai vir para cá um espancador de mulher?”, perguntou ao colega Carlos Velloso. “Foi uma separação traumática”, conciliou Velloso. “Mas existe alguma separação que não é traumática?”, interveio o ministro Gilmar Mendes. Para desanuviar o ambiente, o ministro Nelson Jobim saiu-se com uma brincadeira machista, a pretexto de justificar a agressão: “A mulher era dele”. O governo preocupou-se à toa. Indagado sobre o episódio pelo ministro da Justiça, Barbosa Gomes explicou que fora um desentendimento árduo, mas superado. Dias depois, Barbosa Gomes encaminhou ao Gabinete Civil da Presidência da República uma carta, assinada pela ex-mulher, reafirmando que tudo fora superado. Mais que isso, na carta Marileuza abonou o ex-marido – que não voltou a se casar e hoje mora com o filho do casal. “Na verdade, houve uma agressão mútua. Isso aconteceu num dia de ânimos acirrados. Somos amigos até hoje”, disse Marileuza a VEJA. “Foi uma briga de família provocada por ressentimentos naturais numa separação”, explicou Barbosa Gomes à revista. Com isso, o governo completou a trinca do Supremo sem temor. Agora, falta apenas o Senado aprovar o nome dos três candidatos.

          

       

  5. O Imperador no Colo do Papai

    Se o Brasil não for capaz de impor limites a essa criança deslumbrada e mal educada, respaldada  pelo oportunismo da Globo, Veja,  Folha e do PSDB ela invadirá diariamente sua casa para fazer cocô no tapete da sala. 

  6. Este juiz cometeu crime de

    Este juiz cometeu crime de responsabilidade e todos os outros ministros sabem muito bem disto, o problema é que, encastelados no SFT, eles senhores fazem o que bem entendem, não dão a minima satisfação para ninguém, são os donos da república. Nem o presidente da república, eleito pelo povo, ousa tanto.

    Não é possivel em uma democracia um juiz, seja ele quem for, de qual instância for, fazer o que fez este senhor, neste julgamento e após o julgamento.

     

    Disse e repito: O problema do Brasil é o judiciário. O judiciário brasileiro está desmoralizado pela ação vingativa e autoritária deste sejeito.

     

  7. Para não cair  na mesma vala

    Para não cair  na mesma vala comum do PIG, gosto de ter referências de alguns  “fatos”, seja contra quem for.

    Qual a fonte do  “teste psicológico do Itamaraty que o derrotou menciona uma personalidade insegura, agressiva, com profundas marcas de ressentimento.” ?!

  8. ” Antes, tentou entrar na

    ” Antes, tentou entrar na carreira diplomática. Acabou frustrado pelo elitismo dominante na corporação: o teste psicológico do Itamaraty que o derrotou menciona uma personalidade insegura, agressiva, com profundas marcas de ressentimento.”

    E é presidente do STF.

  9. O PT está pagando alto preço

    O PT está pagando alto preço pelo equivoco de dirigir um grande Pais não pelo interesse do Estado, que é o Pais do passado, do presente e do futuro mas pelo interesse de minorias, de setores, de regiões e tudo visto individualmente, isoladamente e não pelo interesse maior do Estado,  sempre o mais alto e o unico perene.

    Hoje vamos atender os negros, amanhã o Nordeste, depois os indios, depois os sem terra e assim vai-se costurando uma colcha de retalhaos demagogicos que não fazem um Pais e sim um aglomerado de patotas e compadrios.

    É fundamental notar como os grandes lideres da Historia moderna, Napoleão, Stalin, Mao, Roosevelt, Churchill, Tito,  De Gaulle, nunca dirigiram seus Pais para atender a minoria da moda, todos viram seus Paises como um conjunto uno e ínregro, nem suas regiões beneficiaram, governavam sempre pelo todo, pelo conjunto da população e seu futuro.

    É um apequenamento do Pais usar cargos do STF como presentinhos para atender este o aquele grupo. 

    Esta aí o resultado, um Tribunal esfacelado em estrelismos, mediocridades, indiferenças.

    O Pais tinha no minimo 50 melhores nomes para o lugar de representates de turminhas que foram agraciadas.

    1. *

       

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=iqMstbPOhRI%5D

       

      Pergunta de Tulio Vianna, do Blog Tulio Vianna, sobre nomeações para o STF, durante o encontro do Presidente Lula com blogueiros no Palácio do Planalto.

       

      Minha sugestão: Que se aprove uma PEC no sentido de se evitar que o Executivo indique membros dos Tribunais de Contas do Estado( e dos municipios, onde houver), do Ministério Público da União e nos Estados, e também do STF. Precisamos buscar novas formas de indicações destes fiscais da lei. E que não tenham vitaliciedade, que sejam cargos transitórios. E qual seria a saída para a indicação da nata do mundo jurídico para tais cargos? Os indicados por um outro método serão necessariamente técnicos isentos? Duvidododo, pois os operadores do Direito são geralmente malas sem alça a serviço da manutenção do status quo, termino acreditando que um ministro da Itália estava certo quando disse que nossos juristas só entendem de bailarinas. Precisamos de uma nova formação para o campo do Direito. Vou ver se resgato o texto A Máfia dos Bacharéis…

        

       

  10. Pois é, erro do Lula, por

    Pois é, erro do Lula, por vaidade mesmo. Diante da experiencia que tem deveria ter pesquisado mais. Essa da reprovação no Itamaraty por ser agressivo e ressentido deveria o ter demovido da intençao de nomear o Barbosa. 

    São características que um juiz não pode ter, nunca. Lula já foi o primeiro em muita coisa, poderia abrir mão dessa.

  11. Procurar um grande jurista é como procurar agulha no palheiro

    A Máfia dos Bacharéis, como sempre, está em ação

     
     Foi só se ameaçar Dantas com uma nova prisão, a revista Veja veio com esta história de “estado policial,” dando a entender que “todos nós estamos grampeados.”  Quem mandou o povo eleger um operário para a presidência da República? Isto a Máfia dos Bacharéis jamais vai aceitar.

    “Quando, enfim, os bacharéis mais reacionários ocuparam o poder com os militares, coube-lhes encontrar as fórmulas jurídicas para defender o estupro do Estado de Direito”Por Mauro Santayana, na Carta MaiorQUESTÃO DE ORDEMOs outros nomes da UDNMais uma vez os golpistas se reúnem. Quando um governo começa a distribuir renda, como no sistema escandinavo, a fim de sustentar um tímido “welfare state”, como faz Lula com o Bolsa-Família, contra ele se reúnem bacharéis e banqueiros, políticos, jornalistas e inocentes úteis.Mauro SantayanaBRASÍLIA – Sexta-feira (21), em Diamantina, o governador Aécio Neves fez o elogio de Juscelino, ao transferir para aquela cidade as solenidades comemorativas de 21 de abril. Para que ficasse bem nítida a intenção, Aécio convidou a filha de Juscelino, Maristela Kubitschek Lopes, para ser a Oradora Oficial da cerimônia. Esse elogio a Juscelino seria impensável, durante os últimos anos de sua vida. Oficialmente, Juscelino era um “morto civil”. Durante o seu governo, no qual rompera os cânones do imobilismo, o presidente fora acusado de corrupção e de ofender a família brasileira com seus amores, reais ou fictícios. O político mineiro, ao candidatar-se para suceder Vargas, e eleger-se em 3 de outubro de 1955 e a empossar–se em 31 de janeiro do ano seguinte – herdara todo o ódio que a União Democrática Nacional endereçara a Vargas. O partido constituía o velho resíduo do bacharelismo nacional, de origem oligárquica, que perdera sua posição hegemônica na sociedade, a partir da Revolução de 30.

    A política deixara de ser assunto restrito (ou quase restrito) aos advogados. Novas forças surgiam, em conseqüência da ação modernizadora de Vargas, e a UDN não podia admiti-las. O último grande ato de poder dos udenistas fora a Constituição de 1946, na qual, a pretexto de salvaguardar a ordem jurídica, os advogados exageraram em suas idéias “soi-disant” liberais, mas mantiveram para a classe dominante as posições angulares do poder. E como não podiam deixar de fazer, inscreveram na Lei Fundamental seus próprios privilégios corporativos.

    O médico Juscelino, que fora telegrafista e oficial da Força Pública de Minas, provinha da “low middle class”, filho de uma professora e de um caixeiro-viajante morto aos 33 anos. Não pertencia, pela atividade, nem pela formação, ao setor da sociedade tradicionalmente ligado à velha aristocracia remanescente do Império. No governo, fora o preenchimento de cargos que exigiam conhecimento jurídico, Juscelino buscou realizadores, preferindo a presença de engenheiros e pragmáticos. Isso exacerbou o ódio da UDN. Seus líderes eram quase todos bacharéis – com a notória exceção do jornalista Carlos Lacerda. O temor de perder seu poder na sociedade nacional se expressava no ódio contra a coligação PSD-PTB, aliança das classes médias urbanas com os trabalhadores e os empresários nacionalistas – a chamada burguesia nacional. Tratava-se de um movimento de forças modernizadoras. O bacharelismo delirante desses líderes mereceu de Afonso Arinos filho, então jovem diplomata – que rompera com Lacerda – a ferina observação de que “a UDN pensa que o povo come hábeas corpus”. A UDN, que não podia confessar que combatia Juscelino por estar rompendo o poder das oligarquias, acusava, pela imprensa, o presidente de ser o “Pé de Valsa”, o corrupto e corruptor, o irresponsável construtor de Brasília, o esbanjador dos recursos públicos.

    Quando, enfim, os bacharéis mais reacionários ocuparam o poder com os militares, coube-lhes encontrar as fórmulas jurídicas para defender o estupro do Estado de Direito. Totalitários por sua natureza, Carlos Medeiros da Silva e Francisco Campos, antigo fundador da corporação fascista “Legião de Outubro”, e redator solitário da Constituição de 1937, redigiram o Ato Institucional, em que se valiam do argumento absoluto da força. Em sua visão do Direito, a Revolução (na verdade apenas um golpe militar clássico) se legitimava por si mesma, ou seja, pela sua vitória sem combate. Outros juristas, como Gama e Silva e Alfredo Buzaid dariam seu aval à Ditadura. Esses fatos servem para realçar a corajosa resistência democrática de tantos outros grandes advogados, alguns até mesmo de origem oligárquica, como Victor Nunes Leal e Evandro Lins e Silva, perseguidos sistematicamente pelo Poder. A partir de certo momento, os advogados, em sua maioria, decidiram partir para a resistência. A bomba contra a OAB atesta essa bravura.

    O “corrupto” Juscelino sofreu todas as perseguições conhecidas. Foi humilhado por um interrogatório movido por oficiais inferiores. Reproduzia-se, de alguma forma, o que pretenderam os golpistas contra Getúlio, ao instaurar Inquérito Policial Militar em uma dependência da Força Aérea: a fim de o interrogar, julgar e condenar o Presidente – também sob o pretexto da corrupção – com o aplauso da UDN dos bacharéis. Getúlio os venceu, ao denunciá-los em sua Carta Testamento e na corajosa decisão de deixar a vida. E tanto os venceu que seu sucessor, Juscelino, retomou seu Projeto Nacional.

    Hoje, o cerco é contra o presidente Lula. A imprensa, de modo geral, se soma aos bacharéis da velha UDN, que trocou de nome, mas não de alma. O desvario da chamada “opinião publicada” chega aos limites da insânia: o Procurador Geral da República entrou no clima geral. Na realidade – e se trata também de um crime, que deve ser combatido – houve o uso de recursos do chamado Caixa Dois. Esse é um velho mal do sistema político brasileiro e de outros sistemas (o caso norte-americano é exemplar). Se formos andar para trás, chegaremos a Mauá e ao financiamento que sempre fez aos candidatos da Monarquia, da qual – não obstante seus conhecidos méritos – foi sócio privilegiado.

    A oposição tem várias faces, e uma muito nítida, a de Tartufo. Se seus líderes, que dominam a maioria do Parlamento, estivessem interessados em moralizar o processo eleitoral, teriam proibido taxativamente o uso de caixa-dois e das doações clandestinas às campanhas e teria imposto um teto às doações registradas. Como no velho exemplo de Lampedusa, mudou-se tudo, para tudo continuar no mesmo. E para confirmar essa postura, o Senador Artur Virgílio reconhece ( uma vez que os tucanos foram apanhados com o bico na gamela) que o uso do caixa-dois é corriqueiro nas campanhas eleitorais.

    Mais uma vez – e vale voltar à Carta-Testamento de Vargas -, os golpistas se reúnem. Eles só admitem crescimento econômico para o próprio desfrute. Quando um governo começa a distribuir renda, como no sistema escandinavo, a fim de sustentar um tímido “welfare state”, como faz Lula com o Bolsa-Família, contra ele se reúnem bacharéis e banqueiros, políticos, jornalistas e inocentes úteis.

    A diferença é que, desta vez, não podem contar com os quartéis. Os militares se encontram vacinados contra a interferência no processo político, e se preocupam muito mais com a defesa da soberania nacional sobre o território brasileiro. Dessa forma, podem esquecer o apelo ao golpe, seja parlamentar, com o pretendido impeachment, seja por outros meios, como a infiltração de agentes provocadores nos movimentos populares, como já está ocorrendo.

    http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=3048

     

  12. É nisso que da usar o

    É nisso que da usar o critério cor de pele ou raça como gostam os integrantes do movimento da “raça” negra.

    Algo a dizer senhores do movimento da “raça” negra, sobre o primeiro ministro  do STF dito NEGRO?

    1. Sou negro e não concordo com

      Sou negro e não concordo com sua opinião.

      Não é porque o Joaquim Barbosa está errando que todos os negros são como ele.

      E mais, quantos juizes brancos são iguais ou piores do que o Joaquim Barbosa ?

      O Joaquim Barbosa está em evidência, é claro pelos seus erros, que  é pontencializados pela sua cor.

      Quem é mais nocivo à sociedade brasieleira, Joaquim Barbosa ou Gilmar Mendes ?

      Sito apenas Gilmar Mendes por está na lembrança recente da população.

      E juízes do interior do país que cometem abusos, desmandos, conchavos com às elites, e por aí vai.

      E mais, sou inteiramente a favor das cotas, porque o estado brasileiros nos deve, por tudo que os nossos ascendentes fizeram por este país, com dor, sofrimento, vivendo com condições sub-humanas, humilhados, apanhando no tronco, por quem sabe, por algum dos seus ascendentes.

      Deixo claro que não tenho nenhuma simpatia por Joaquim Barbosa, pois ele está tentando destruir o partido que mais fez pela raça negra nos últimos 513 anos, e continuará fazendo, se Deus quiser.

      1. Eu disse usar critérios de

        Eu disse usar critérios de cor pra ocupar posições, independente de outros predicados.

        A propósito sou um miscigenado. Não digo mestiço, por que mestiço seria mistura de diferentes “raças” humanas e só existe uma raça humana. Etnias diferentes sim.

  13. Quantos negros fizeram o

    Quantos negros fizeram o mesmo esforço de Barbosa para estudar e subir na vida? Quantos negros tiveram seus sonhos frustados e sua capacidade não reconhecida? Quantos deles agrediram suas esposas? Quantos deles se tornaram tiranos com o poder que em algum momento tiveram em mãos?

    Explicar as atitudes deste homem cruel em cima de ressentimentos passados é errado. Ele tem inquéritos policiais por ter agredido sua mulher. Trata-se de um sádico ambicioso e sem caráter. Não se explica um tirano violento, se condena e se despreza.

  14. O psicotécnico do Quincas

    “[Quincas] tentou entrar na carreira diplomática. Acabou frustrado pelo elitismo dominante na corporação: o teste psicológico do Itamaraty que o derrotou menciona uma personalidade insegura, agressiva, com profundas marcas de ressentimento.”

    Um colega já perguntou onde se achou esse teste. Pergunto eu: se o elitismo domina a “corporação” diplomática — o que dá a entender que preto no Itamaraty dificilmente entra –, como acreditar na validade de um psicotécnico aplicado a um deles? em outras palavras, o tal teste não pode ter sido então uma forma “científica” de deixar claro que preto, e de origem pobre inda por cima, no Itamaraty não entra? Argumento fraco esse, não?

    O que desqualifica completamente o Barbosa é, data venia, seu modus atuandi, sua truculência, seu partidarismo descarado, seu total desprezo àquilo por que devia zelar: as leis do país, os modos civilizados. Se isso é por questão psicológica ou outras não é o que importa. Se for sua psicologia a chave a explicar seu modo de atuar, pergunto: esconder o pedaço do processo que envolvia o Daniel Dantas se deve então ao fato de ter “uma personalidade insegura, agressiva, com profundas marcas de ressentimento”? Não são outros os motivos, não?

  15. Não fiquem bravos! Assim como

    Não fiquem bravos! Assim como o mensalão é só “caixa-dois”, Barbosa é só um “ressentido”. Tudo se encaixa! 

  16. No dia da Consciência Negra,

    No dia da Consciência Negra, taí um negro sem consciência, e com muito rancor. Melhor ainda: 15 de Novembro de 2013 comemorou-se o dia do Negro sem Consciência!

  17. Uma teoria conspiratória

    Uma teoria conspiratória freudiana. JB cometeu todos os erros possíveis e imagináveis na condução do “julgamento do século”. Escondeu provas , deturpou , inventou , mentiu , criou todas as condições para que um questionamento futuro de lisura jurídica fosse possível. Afinal , será que não seria essa a intenção oculta do magistrado , sob violenta pressão midiática , sabe-se lá que tipos mais de pressão sofre/sofreu , para melar um julgamento que lhe foi encomendado e com um resultado com o qual não concordava. Nada explica tamanha sucessão de erros na condução de um processo tão grande , a não ser que estejamos falando de um ser que reage a uma profunda crise de consciência , ou de um sociopata , de um aprendiz de Maquiavel ou de um forte candidato a uma vaga no Pinel ….

  18. “o teste psicológico do

    “o teste psicológico do Itamaraty que o derrotou menciona uma personalidade insegura, agressiva, com profundas marcas de ressentimento”

    Quero deixar registrados os meus cumprimento pela brilhantismo profissional dos psicólogos do Itamarati. Foram precisos na avaliação personológica.

  19. O nosso Idi Amin Dada

    O nosso Idi Amin Dada será o Joaquim Barbosa. Ele está bem perto. Precisa de uns ajustes com a Rede Globo, com o Boechart da Rede Bandeirantes, com o Octavinho da Folha e, pimba, a face cruel do ditador africano aparecerá substituindo a Cara do Barbosa.

    Grande Jurista! Bem vindo, Idi Amin Dada brasileiro.

  20. Eh caso psiquiatrico

    Quem conhece um pouco José Dirceu, ja imagina o tratamento dispensado a Barbosa.

    Dirceu nunca foi um beija-mão, nunca foi de lamber botas e não se da a intimidades. Algo que talvez tenha dito, mas sobretudo a forma talvez fria ou autoritaria que tenha tido para com Barbosa, como ele tratava com muitos, inclusive com jornalistas, deve ser o resultado, somado à personalidade insegura e a tudo que viveu, a esse raiva exarcebada durante e pos-julgamento. 

    E Dirceu sempre foi autêntico.

  21. REESCREVENDO A HISTÓRIA

    Não acho que vamos ter de esperar a “exumação” da execreção de Dirceu e Genoíno tanto tempo quanto Jango. As redes sociais são fator incrível de encurtamento desse tempo. Desde os prmeiros movimentos da AP 470, de Joaquim Barbosa e dessa midia criminosa, os frequentadores aqui do blog do Nassif já estavam reescrevendo nossa história política com inteligência, sentido de justiça e responsabilidade para com presente e o futuro. Isso é prova de que há muita gente agindo para que tenhamos uma justiça e uma democracia fortes. E caminhamos sem parar.

  22. Como exumação pública?

    Como exumação pública? Estamos da era da informação rápida. No mês que entra sairá vários livros sobre, e já sairam, o mentirão. Só não se informa quem não quer (minoria) ou que não tem tempo ou recursos (maioria).

    Eleitoralmente vão ter se esforçar mais para contaminar a quadro favorável a Dilma.

    A questão para mim é quanto ao futuro. Toda esta estrutura arcaica, cara, lenta, e parcial do poder judiciário como um todo continuará até quando ? Quantos Zés serão necessários para que isto aconteça. Querem colocar o Lula no banco dos réus. Se continuar assim já já chegam la. E se chegar no banco…

  23. Genoino passa mal novamente e

    Genoino passa mal novamente e é atendido no presídio da Papuda, diz advogado

    http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/11/1374329-genoino-passa-mal-novamente-e-e-atendido-no-presidio-da-papuda-diz-advogado.shtml


    O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-presidente do PT José Genoino, disse que seu cliente passou mal nesta quarta-feira e teve que ser atendido dentro do presídio da Papuda. 

    http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/11/1374329-genoino-passa-mal-novamente-e-e-atendido-no-presidio-da-papuda-diz-advogado.shtml

  24. Joaquim pode ser prepotente,

    Joaquim pode ser prepotente, arrogante, o que for. Mas cumpriu o seu dever.

    Simples assim.

    Joaquim não condenou sozinho os réus. Quem deu origem ao processo do mensalão foi Roberto Jefferson.

    O que estava nos autos foi suficiente para condenar os réus. Houve casos de unanimidade em algumas condenações.

    Réus condendados com direito a  regime semiaberto podem ser presos no final de semana. Aliás, no regime semiaberto os condenados cumprem a pena na cadeia nos finais de semana.

    As prisões foram legais.

    Cadê os representantes dos movimentos em favor dos negros que não se manifestam acerca das manifestaçoes de racismo contra Barbosa?

    Fala sério, ptebas, ptzoides e afins.

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