Vidas divorciaras: Carol Proner x Erika Mialik Marena

Ambas são loiras e jovens. Uma é professora universitária de Direito. A outra só conseguiu ser delegada da Polícia Federal.

Carol Proner defende o Estado de Direito contra os abusos evidentes que ocorreram e ocorrem no âmbito da Lava Jato. Erika Mialik está entre as autoridades que cometeram referidos abusos.

Ambas são eloquentes, mas a imprensa tradicional brasileira só deu espaço à delegada. A jurista foi confinada aos espaços alternativos, mas fora do Brasil Carol Proner goza de uma reputação que a delegada provavelmente nunca irá adquirir.

A policial se tornou personagem de um filme que faz propaganda dos abusos da Lava Jato. A jurista organizou a publicação de um livro que colocou em xeque o uso do processo penal como instrumento de tortura e de exclusão política. O livro fez sucesso dentro e fora do Brasil, o filme é um fracasso de bilheteria.

Carol Proner se expõe na internet à virulência dos seus críticos Erika Mialik se deixa expor na mídia tradicional. Uma parece ser movida pelo humanitarismo a outra age como se fosse prisioneira da vaidade e da sua opção autoritária.

A jurista gosta de ser informalmente vista ao lado de seus instrumentos musicais e dos seus livros. A policial prefere ser filmada e fotografada dentro da PF em situações formais, mas não mostra as armas de fogo que usa.

Erika questionou a soltura de presos na operação Ouvidos Moucos. Carol questiona as prisões ilegais realizadas a mando das autoridades. A delegada poderia ser punida administrativamente em razão de ousar descumprir uma ordem judicial, a jurista tem o dever ético de defender o Estado de Direito e colaborar para a melhoria das instituições.

Carol é respeitada pelos seus alunos e admiradores em virtude de exigir o cumprimento da Lei dentro dos limites em que ela foi promulgada. Erika inspira medo em virtude de distorcer o conteúdo da Lei ao aplicá-la e uma de suas vítimas cometeu suicídio. Ambas são mulheres, mas apenas uma delas conseguiu desenvolver uma personalidade feminina.

Fábio de Oliveira Ribeiro

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