Youssef tentou usar acordo com Moro para anular condenação em Maringá

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Entre 1993 e 1996, Youssef participou de esquema que desviou mais de R$ 15 milhões da Prefeitura de Maringá. O julgamento só ocorreu em agosto deste ano, mais de duas décadas após o escândalo. O principal argumento do doleiro para não ser condenado foi o acordo que fez com Sergio Moro no Banestado 
Fotos: Agência Brasil
 
Jornal GGN – O acordo de delação premiada que Sergio Moro fez com Alberto Youssef em meados dos anos 2000, no âmbito do caso Banestado, foi usado pelo doleiro como argumento contrário a uma nova condenação, agora pelo desvio de R$ 15 milhões da Prefeitura de Maringá. A sentença, proferida pelo juiz Joaquim Pereira Alves, da 3ª Vara Criminal de Maringá, saiu em agosto passado, e estabelece mais de cinco anos de regime fechado a Youssef, sem nenhuma das regalias que ele recebeu na Lava Jato.
 
O julgamento do esquema de corrupção já se arrastava há mais de 10 anos. O Ministério Público ofereceu em 2002 a denúncia relativa aos desvios praticados na Prefeitura entre 1993 e 1996. Mas o caso só foi aceito em 2009. De lá para cá, dois dos principais acusados (o então prefeito Said Felício Ferreira e seu secretário de finanças, Luis Antonio Paolicchi) já faleceram.
 
Na sentença, o juiz Joaquim Alves anotou que Youssef citou o acordo com Moro na tentativa de evitar mais uma condenação. O doleiro afirmou “que quando fez o acordo com o Sérgio Moro, em 2003, acabou englobando um acordo geral, englobando municípios e governo do estado.” Youssef alegou que já havia colaborado com a Justiça e, inclusive, cumprido pena relativa aos desvios em Maringá. 
 
Moro, à época do Banestado, concedeu benefícios a Youssef mesmo com o doleiro declarando que movimentou “cerca de R$ 245 milhões” em recursos ilícitos em apenas um ano, destacou Alves.
 
“O acusado Alberto Youssef, em sede de alegações, pleiteou alternativamente pela: a) suspensão da presente ação penal, pelo prazo de 10 (dez) anos, nos termos de colaboração premiada; b) declaração judicial de que o acusado já está cumprindo a pena, e de consequência a extinção da punibilidade; c) reconhecimento da atenuante da confissão espontânea.”
 
Mas o juiz decidiu que o acordo de Youssef com Moro não acrescentou nada ao processo em tela.
 
 
Além disso, o juiz entendeu que Youssef não cumpriu pena nenhuma em relação aos crimes praticados em Maringá. E não só isso: “(…) conforme afirma o Ministério Público, o acordo foi rescindido com a reiteração delituosa do acusado Alberto Youssef na denominada Operação Lava Jato.”
 
Segundo a denúncia, uma auditoria na Prefeitura mostrou que empréstimos eram tomados junto à Caixa Econômica Federal e declarados ao Tribunal de Contas do Estado de maneira fraudulenta.
 
Enquanto isso, os recursos eram desviados com ajuda da equipe que controlava a secretaria de finanças. O titular da pasta usava empresas ligadas a Youssef para lavar o dinheiro. Em três anos (1993-1996), R$ 15,4 milhões sairam dos cofres públicos – o equivalente a 21% da arrecadação anual do município.
 
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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  1. Isto não seria o que chamam obstrução de justiça?

    Youssef parece ser o bandido predileto de Moro, ou seja, os seus acordos procuram deixar o doleiro livre para cometer outros delitos.

    1. Realmente, oq parece é que o

      Realmente, oq parece é que o Sergio Moro intencionalmente deixa o Youssef cometer crimes para que depois o próprio delate os outros participantes!

      Um tipo de bandido de estimação!

    2. São sócios, parceiros! Já
      São sócios, parceiros! Já venho dizendo isso faz tempo!
      Moro & Youssef, amor eterno!
      Que melhor associação, bandido e juiz?
      Moro é o juiz natural do Youssef.

  2. Hum, ambos são de Maringá.

    Hum, ambos são de Maringá. Será que ai não tem coisa não ?

    Pelo visto essa camarada é bandido de estimação do judiciário do Paraná.

    É a isca, o cavalo de troia jogado em outros setores, mas que sempre escapa ao final.

     

  3. “Youssef parece ser o bandido

    “Youssef parece ser o bandido predileto de Moro,”… Ou rdmaestri e, se ambos forem sócios nas patranhas? Observe-se que os dois, por estranhíssimas convergências, são vistos de mãos dada nestes rumorosos eventos. Seria isso mera sucessão de coincidências? Esquisito. Pois não? Orlando

  4. Nassif;
    Eu tenho a convição

    Nassif;

    Eu tenho a convição absoluta, tendo como base um raciocinio lógico dedutivo, de que o Moro e o Youssef há muito tempo  são comparsas.

    São muitas as coincidências, concordam?

    O dalagnol poderia desenvolver um power point sobre está quadrilha (de dois).

    sds

    Genaro 

  5. Nassif;
    Eu tenho a convição

    Nassif;

    Eu tenho a convição absoluta, tendo como base um raciocinio lógico dedutivo, de que o Moro e o Youssef há muito tempo  são comparsas.

    São muitas as coincidências, concordam?

    O dalagnol poderia desenvolver um power point sobre está quadrilha (de dois).

    sds

    Genaro 

  6. Se o Brasil fosse um país

    Se o Brasil fosse um país soberano e tivesse um serviço de contraespionagem, constataríamos que a CIA tem um posto avançado no Paraná monitorando além das autoridades brasileiras, autoridades dos países da famosa tríplice fronteira .

    Qualquer orgão de espionagem estrangeira sabe, basta pedir ao VEVAK iraniano, o G2 cubano ou o SVR russo, que eles cederão um powerpoint com os nomes e funções de todos os colaboradores. 

     

  7. Youssef e Moro são parceiros no crime organizado, há tempos.

    Prezados letores do GGN,

    Quando chamo sérgio moro e comparsas pelo que de fato sempre foram, e continuam sendo, ou seja, criminosos contumazes, alguns consideram exagerado ou classificam tal argumento como de “militante inflamado”. Mas as provas que surgem, dia após dia, mostram exatamente isso: que a Fraude a Jato é uma ORCRIM institucional e que Alberto Youssef e políticos tucanos e da direita golpista são aliados e protegidos históricos do torquemada das araucárias. NUNCA foram esclarecidas e bem explicadas as razões para sérgio moro manter Albeto Youssef cheio de regalias, apesar da reincidência nas práticas criminosas.

    O caso BANESTADO teve um desfecho vergonhoso e nenhum político de expressão da direita golpista, oligárquica, plutocrata cleptocrata, privatista e entreguista (cujo a símbolo maior são os tucanos, empresários ou financistas a eles ligados) foi punido, muito menos preso. Evadiram-se mais de U$132 bilhões de modo ilegal, sem pagamento de impostos. Mais grave: boa parte desse recursos eram públicos, produto de corrupção. O juiz era o mesmo sérgio moro. Os defesnsores do torquemada alegam que políticos com prerrogaiva de foro não estavam sob a jurisdição da então 2ª VJF de Curitiba; mas outros poderosos que estavam sob essa jurisdição não forma punidos, como é o caso de Albero Youssef, que recebeu benefícios e regalias, usando do instrumento da delação, para continuar delinqüindo, eliminando os doleiros e lavadores concorrentes. 

    Rodrigo Tacla Durán, advogado-doleiro que trablahou na Odebrecht, já mostrou que tem munição suficiente para desbaratar a ORCRIM lavajateira. Uma pequena amostra disso já deixou sérgio moro, a esposa rosângela wolf moro, assim comoo boquirroto carlos fernando dos santos lima em polvorosa. Com a divulgação de trechos de apenas dois documentos, Tacla Durán mostrou que carlos lima, sérgio moro e esposa MENTIRAM. Mais ainda: mostraram que carlos zucollotto jr, advogado e amigo íntimo da famíla moro e de carlos lima, atuava na área criminal e não apenas na trabalhista, que rosângela moro era sócia de zucollotto e recebeu honorários advocatícios,  outra mentira de sérgio moro e esposa que foi desmascarada. Não bastasse isso, Tacla Durán acusou carlos zucollotto de intermediar propina para os lavajateiros (procuradores e juiz).

    É muito provável que Alberto Youssef saiba de muita coisa do ‘lado B’ de sérgio moro e demais lavajateiros e que tenha enorme poder de chantagem sobre os integrantes dessa ORCRIM institucional. Se Youssef delatar a ORCRIM lavajateira, o castelo de cartas dessa ORCRIM se desmancha em segundos. Resta saber se em alguma das instituições que compõem o ‘sistema de justiça’ existe uma banda não podre, capaz de convencer Youssef a mostrar como agem os integrantes da mais perigosa ORCRIM instituccional em ação no País, responsável direta pelo golpe de Estado e que serve diretamente aos departamentos e agências de espionagem e investigasção dos EEUU, tais como NSA, NRO, CIA, FBI, etc.

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