A Serra do Rola-Cunha não tinha esse nome não


Antônio Cruz/Agência Brasil

Ali, Fortuna surrupiável!
O Cunha pisara em falso.
Dão político e propina um salto
Precipitados na delação.
Todo o país assistiu.
Faz um silêncio de morte,
Na altura tudo era paz …
Revelado o seu segredo,
No vão da opinião pública
O Cunha se despenhou.
E a Serra do Rola-Cunha
Rola-Cunha se chamou.

Mário de Andrade adaptado, “A Serra do Rola Moça”

Redação

6 Comentários

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  1. Quer explodir a Dilma

    e está se implodindo, a certeza da blindagem era tanta que exagerou na dose.

    Nem pode ser chamado só de opositor, é terrorista mesmo, terrorista de estado.

    Quase estou apostando que após a férias, e alguns papos retos com os pastores e também com os outros insetos do golpismo (Aécio, Paulinho, Gilmar, Serra, Sampáio, Agripino, Merval…), vai voltar pianinho e querendo “paz”… quem sabe até com a Vanda.

  2. A Serra do Rola-Moça

    Há num disco de Teca Calazans. Aqui é com ela e Martinho da Vila. A gravação dela sozinha, em disco, é muito melhor (não encontrei no youtube). Posto aqui somente o link ( pra não aparecer o vídeo). “Rola”, acho que só no nordeste ou parte dele, tem um sentido erótico, muito erótico (jamais usado publicamente, exceto entre pessoas com mais intimidade), Não sei se foi esta intenção do autor (acho que sim) aproveitando, safada e gostosamente, o nome de uma serra em Minas Gerais (como vejo nos buscadores).

    https://www.youtube.com/watch?v=Z1yMq-2DL_M

    1. aumente seu vocabulário – cultura inútil

      Rola: não tem naquela acepção no Houaiss online (conteúdo UOL), mas tem na edição impressa, mesmo assim, com pudor… que não deveria jamais haver em nenhum ótimo dicionário: não se refere a outros sinônimos, nem qaue seja linguagem “chula” regional que dá idéia melhor do termo e de seu uso. (Vejo que é usado no RJ também, talvez não com toda a carga emocional daqui do nordeste). Deixo meu pitaco: não creio em linguagem “chula”, é linguagem e ponto final.

      1. desgraça pouca é bobagem: voltou a barra e a setinha

        não sei se é porque vejo ás pressas, digito quase sem olhar, mas tô vendo, novamente, a terrível barra à esquerda, que só se move e some com aquela bendita (impublicável) setinha invisível, ou quase invisível. Acho que é de propósito, sadismo do GGN, só pode. 

        Minhas promessas foram em vão, vou pedir de volta minhas orações.

        Ou deixá-las como crédito ( Oba! Vai dar pra pecar á vontade!!!!!)

  3. O poema de Mário de Andrade, no original

    A Serra do Rola-Moça

     

    Não tinha esse nome não…
    Eles eram do outro lado,
    Vieram na vila casar.
    E atravessaram a serra,
    O noivo com a noiva dele
    Cada qual no seu cavalo.

     

    Antes que chegasse a noite
    Se lembraram de voltar.
    Disseram adeus pra todos
    E se puserem de novo
    Pelos atalhos da serra
    Cada qual no seu cavalo.

     

    Os dois estavam felizes,
    Na altura tudo era paz.
    Pelos caminhos estreitos
    Ele na frente, ela atrás.
    E riam. Como eles riam!
    Riam até sem razão.

     

    A Serra do Rola-Moça
    Não tinha esse nome não.

     

    As tribos rubras da tarde
    Rapidamente fugiam
    E apressadas se escondiam
    Lá embaixo nos socavões,
    Temendo a noite que vinha.

     

    Porém os dois continuavam
    Cada qual no seu cavalo,
    E riam. Como eles riam!
    E os risos também casavam
    Com as risadas dos cascalhos,
    Que pulando levianinhos
    Da vereda se soltavam,
    Buscando o despenhadeiro.

     

    Ali, Fortuna inviolável!
    O casco pisara em falso.
    Dão noiva e cavalo um salto
    Precipitados no abismo.
    Nem o baque se escutou.
    Faz um silêncio de morte,
    Na altura tudo era paz …
    Chicoteado o seu cavalo,
    No vão do despenhadeiro
    O noivo se despenhou.

     

    E a Serra do Rola-Moça
    Rola-Moça se chamou.

     

    (Já publicado aqui no GGN, inclusive, pelo próprio Gilberto Cruvinel)

    https://jornalggn.com.br/blog/gilberto-cruvinel/a-serra-do-rola-moca-por-mario-de-andrade

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