bento rodrigues, mariana, mg
por romério rômulo
1.
a dura terra de minas
é mordida pelo ódio
da riqueza apodrecida
uns bolsos ficam tão cheios
de ouro, ferro, alumínio
topázios imperiais
terras raras, cal, nióbio
de carvões e gandarelas
mais topázios e aguaçais
e tantas e tantas bocas
de quase nenhum pedido
que só lhes traz a valia
de arrancar estas terras
quando muito ganham a lama
requentada e apodrecida
que lhes corta a vida quando
comem as carnes, em queda
as águas se avermelham
as bocas se estrebucham
e os corpos entupidos
viram outros logo então.
2.
dura terra que me come
com uns bois enlouquecidos
e umas valas de ouro
a fazer o meu caminho
a terra que me recobre
sempre produz sobressalto
no meu olho de tormenta
cada montanha é novelo
que foi costurado longe
e aqui se desenrola.
3.
sobra o direito da morte
onde a vida sempre falta.
romério rômulo
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Faço seus os meus versos; faço meus os seus versos
Forte e lírico poema.
Cadê a cidade que estava aqui, a lama comeu…
[video:https://www.youtube.com/watch?v=BoXpQiMJj1E%5D
obrigado, Odonir.
RR