Poema Islâmico

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Enviado por Jns

Quando eu morrer

No dia em que levarem meu corpo morto 
não penses que meu coração ficará neste mundo. 
Não chores por mim, nada de gritos e lamentações 
– lembra que a tristeza é mais uma cilada do demônio. 
Ao ver o cortejo passar, não grites: “ele se foi!” 
Para mim, será esse o momento do reencontro. 
E quando me descerem ao túmulo, não digas adeus! 
A sepultura é o véu diante da reunião no paraíso. 
Ante a visão do corpo que desce 
pensa em minha ascensão. 

Que há de errado com o declínio do sol e da lua? 
O que te parece declínio, é tão somente alvorada. 
E ainda que o túmulo te pareça uma prisão, 
e é ele que liberta a alma: 
toda semente que penetra na terra germina. 
Assim também há de crescer a semente do homem. 
O balde só se enche de água 
se desce ao fundo do poço. 
Por que deveria o José do espírito 
reclamar do poço em que foi atirado? 
Fecha a tua boca deste lado 
e abre-a mais além. 
Tua canção triunfará 
no alento do não-lugar. 

(Texto extraído do livro “Poemas Místicos”, do poeta sufi Jalad ud-Din Rumi)

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. “tua canção triunfará
    no

    “tua canção triunfará

    no alento do não lugar”.

    bela homenagem à cultura islamica.

    lembrei de edward said em “orentalismo”

    – you tube -,

    grande defensor da cultura muçulmana.

  2. Hoje

     

    Poema de Wolinski

    Ilustração original Comics, Napoleão Gallery: miscellaneous - página de quadrinhos originais por Wolinski -

    “Hoje tomei a última ducha

             Vi o último pássaro

             Vi o vento agitar o último ramo

             Li o último livro

             Não colhi a última flor

             Fui ao passado olhar a última formiga

    Acariciei a última mulher

           Tomei o último trem

            Bebi o último copo

            Dei meu último suspiro

    Não me faça rir na última piada”

    [video:http://youtu.be/w_N42_owJ1c width:600 heigth:450]

    Esta canção foi escrita por Maryse, esposa de Wolinski, em novembro de 2001.

  3. Maryse Wolinski

     

    Longos anos de amor e alguns segredos

    L’Indepéndant | Michel Litout | 11/04/2011

    “Fizemos amor até as estrelas nos advertir que a noite havia chegado…”

    Maryse Wolinski, antes de se tornar uma escritora reconhecida, era, especialmente, a esposa de um artista. 

    Maryse, feminista convicta, é a distinta esposa, por mais 40 anos, de um dos mais horríveis misóginos de Paris. Georges Wolinski, cartunista e humorista, era um jovem jornalista do Journal du Dimanche, coroado pelo sucesso, quando cruzou os caminhos da sua vida. Maryse Wolinski, nesta história cheia de sinceridade, amor e ternura, fala sobre a sua união e os primeiros anos de vida em comum com o seu homem. Wolinski tinha a reputação de ser um viúvo feliz. Sua esposa morreu em um acidente de trânsito, deixando suas duas filhas e ele colecionava novas conquistas. No entanto, Wolinski rapidamente reconheceu que Maryse iria ser a mulher da sua vida. A menina loura, uma cópia dos personagens que ele publicava, sem vergonha, em seus quadrinhos, levou tempo para domá-lo.

    Amor e submissão

    Um dia, indo contra todas as resoluções tomadas pela feminista Maryse, que queria viver livre, ela concordou em se casar com ele. Foi um casamento quase clandestino, marcando, paradoxalmente, um ponto de inflexão na vida do casal. Após a cerimônia, “amigos tinham enviado cestas de flores que se espalhavam em um campo perto da casa que ele alugou. Ficamos deitados no meio das flores e fizemos amor até que as estrelas nos advertiram que a noite havia caído”. Esta relação, apaixonada, sensual, não impede, às vezes, grandes brigas. Maryse não suporta a vulgaridade de certos projetos de Wolinski, especialmente quando as mulheres são retratadas apenas como objetos de desejo. Ela já teve, até mesmo, muitas vezes, a tentação de ir embora, mas, deixar este homem poderia tornar-se terrível. Um esforço desperdiçado: ” Apesar das minhas resoluções, eu estava presa pelo amor e a submissão. “

    Libido e virilidade

    Esta confissão verdadeira, por vezes, muito pessoal, no texto de Maryse Wolinski alcança um sentido universal, quando se aborda o tema do desejo e da velhice. Todos os casais reconhecem as preocupações, em particular, com a perda da libido da mulher e da virilidade do homem. Maryse revela que a sua história romântica, que começou há 40 anos atrás, tem menos intensidade do que nos primeiros dias. Georges envelheceu, mas o amor cresceu com a idade. 

    Maryse faz tudo para combater os estragos do tempo. Sem muito sucesso. “Nosso amor inoxidável é, também, gentilmente, treinado para proibir o avanço da idade. Mas também sei que, quando eu tenho um momento de desatenção, me beneficio, um pouco, com a idade.” Ainda que o corpo de Georges Wolinski tenha envelhecido, a sua mão continuou a desenhar a sua esposa como uma seminua menina loura. A imagem da capa deste livro, às vezes, realmente perturbador, é uma prova.

    “George, si tu savais …” , Maryse Wolinski , Seuil

  4. Rumi

    Rumi (1207-1273), considerado o poeta mais traduzido para o idioma inglês e o maior poeta persa da história. 

    Embora a tarefa de descrever a presença da alma ou a comunicação que acontece além dos sentidos seja difícil, Rumi faz um belo esforço nesse poema, e fala ao coração pedindo um tempo à visão e à fala, e confiança na sabedoria que acontece além. 

    Em tempos difíceis e turbulentos que inevitavelmente vivenciamos, importante poder desenvolver outro tipo de comunicação como Rumi poeticamente propõe…

    GHAZAL 1540 (“Fountain of Fire”)
    Por Rumi

    Vem.
    Conversemos através da alma.
    Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.
    Sem exibir os dentes,
    sorri comigo, como um botão de rosa.
    Entendamo-nos pelos pensamentos,
    sem língua, sem lábios.
    Sem abrir a boca,
    contemo-nos todos os segredos do mundo,
    como faria o intelecto divino.
    Fujamos dos incrédulos
    que só são capazes de entender
    se escutam palavras e vêem rostos.
    Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
    Já que todos somos um,
    falemos desse outro modo.
    Como podes dizer à tua mão: “toca”,
    se todas as mãos são uma?
    Vem, conversemos assim.
    Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
    Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.
    Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
    Vem, se te interessas, posso mostrar-te.
    ~ Rumi

    1. Rumilindo

       

      “Vem

             Conversemos através da alma

             Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo”

       

             Rumi é o maior poeta persa da História.

       

             Namaste!

       

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