Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Sopa de Jabuti e Jabá, por Rui Daher

Sopa de Jabuti e Jabá, por Rui Daher

Queridos seguidores, queridas seguidoras, fui avexado, situação que sempre me faz acionar a AK-47 verborrágica.

Talvez, leonino pretencioso, mas incentivado por amigos, nem todos leoninos, passei chateações quando resolvi inscrever o “Dominó de Botequim” para concorrer ao 59º Prêmio Jabuti, para livros publicados em 2016, na seção “crônicas”.

Quem me lê lembra que fui parar num hospital de Campinas até que a Câmara Brasileira do Livro (CBL) me concedesse o ISBN.

Inscrito, fiz tudo o que pediram. Taxas de inscrição, correios, tudo foi pago.

A surpresa chega na carta transcrita abaixo:

“Prezado Sr. Rui Marin Daher,

Vimos, através da presente, informar que a inscrição do livro Dominó de Botequim no 59o Prêmio Jabuti não pode, infelizmente, ser aceita.

Como V.Sa. bem sabe – e atestou conhecimento e concordância no ato da inscrição – o regulamento do prêmio estabelece como uma das exigências para a inscrição que o livro traga impressa a ficha catalográfica.

A obra Dominó de Botequim não satisfaz a exigência quanto a esse requisito. Assim sendo, mesmo lamentando não poder aceitar sua inscrição para o 59o Prêmio Jabuti, desejamos sucesso para a publicação e esperamos que, em futuras edições do Prêmio, continue nos prestigiando com a inscrição de suas obras.

Atenciosamente,

Conselho Curador

Prêmio Jabuti 2017″

Resposta

Deveria eu ficar quieto? Ainda mais quando na alma não cabem mais nomes que eu indico à letalidade.

Prezados Curadores,

Boa cura às feridas que lhes desejo cravejadas,

Sinto muito que uma obra literária, atestada como de qualidade por vários escritores brasileiros, ser desclassificada por injunções burocráticas e de importância relativa, mesmo com os requisitos de um modelo de ficha catalográfica, em grande parte, cumpridos no verso da 1ª página.

Lembrem-se que é uma edição do autor, produzida numa simples gráfica, independente de editora, sem pai ou mãe, e vocês devem saber muito bem o porquê tive de agir assim. Se não, o corporativismo poder-lhes-á explicar.

No mais, as informações dadas no verso da 1ª página, EMBORA EM LAYOUT que não condiz com o da CBL, informa tudo o que é solicitado na ficha catalográfica (prefixo editorial, ISBN Nº, título, tipo de suporte, número de páginas, edição do autor, ano da primeira edição, nome do revisor, autores da capa, diagramação e fotos, identificação da gráfica responsável pela impressão.

O que faltou? Os símbolos? Os pontos-e-vírgulas? A métrica e ordem das informações. O Copyright de um autor independente de quem pode ser se não do nome que lá está? Um absurdo! Fora isso faltam APENAS os dados da editora, do editor, que, sendo independente, como poderia ter?

E assim ficamos, dona CBL. Valor literário nenhum, pois não avaliado. Valor cobrado para a inscrição, não muito barato, miado. Idem quanto à remessa de 5 exemplares pelo Correios – exigência para a análise. Do quê? Uma página com uma ficha terá precisado de cinco técnicos para com uma lupa verem um erro formal aniquilava 164 páginas curiosas e dignas de leitura? Ganham bem?

Vamos à verdade. Se há uma melhor vontade com as obras inscritas através de editoras, por que não criam um concurso/prêmio separado para Autor Independente Imbecil, aqueles que não sendo do ramo editorial não conhecem os aspectos formais de uma ficha catalográfica?

De qualquer forma, fico agradecido pelo sucesso que a CBL deseja ao “Dominó de Botequim”. Pelas condições em que foi realizado, pelos lançamentos e vendas já realizados, SEM NENHUM APOIO DE EDITORAS E SEUS EVENTOS VIPS, de contundentes jabás, o livro já é um sucesso.

Infelizmente, tudo isso justifica o que, nos últimos anos, tem-se falado (mal) do Prêmio Jabuti.

Desejo que o livro vencedor seja ótimo e que o autor, caso venha a ler o “Dominó de Botequim”, não fique com a impressão de ter sido premiado no “tapetão”.

Atenciosamente grato

Rui Daher

Nota: 60% da edição foi vendida. Se algum amigo ou amiga ainda tiver intenção de ler o livro,, basta enviar um e-mail para [email protected] com nome e endereço completo. Envio pelo Correios sem custo. O pagamento (R$ 30,00) pode ser feito apenas depois do recebimento do livro para conta que será indicada. Coloco esta notapor perceber que nenhum de meus amigos de direita comprou o livro. Algumas colônias nem o perceberam. AVISO QUE O LIVRO NÃO É POLÍTICO, sem preconceito, pois.

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

10 Comentários

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  1. Tenho reparado que a palavra

    Tenho reparado que a palavra “curadoria” tem estado na moda. É curadoria disso, curador daquilo, deve até ter curador de fudtruque festival. De qualquer forma, me parece que essa curadoria de festival de jabuti sequer leu Kafka! 

    1. Obrigado Rino,

      não sabia que há uma nova espécie se espalhando no Brasil que aprendeu a fazer isso? Pensam criar uma Fundação e contrataram assessoria do “Urubu Malandro”. 

  2. sopa…..

    Caro sr. Rui, bem vindo ao Brasil. Brasil de milhões de brasileiros, sem amigos importantes, sem acesso á Imprensa, sem “um cachorro pra puxar pelo rabo”. Bem vindo ao Brasil que deixa a filha dos outros no meio da estrada, por burocracia cretina. Que impede seu direito de dirigir, por burocracia cretina. Que impede um escritor ter reconhecido seus méritos. Por burocracia cretina. Elie esquerdopata que se acha acima destes milhões de brasileiros. Intelectuais e afetados, incluídos. Bem vindo ao Brasil. De muito fácil explicação. Lamentar apenas, já não basta mais. AK nas ruas. abs.   

    1. Zé Sérgio, caro

      Bem que me avisaram para não cair nessa sem uma editora por trás. Entesei com as condições. Não usei a AK-47, mas a ousadia. Deveria ter inscrito o livro para o Nobel. Teria mais chances. Bom fim de semana. 

  3. Você é simplesmente um

    Você é simplesmente um sortudo, caro Rui ! Sendo eliminado de cara não tem que se preocupar com a infeliz, ingloria, desabonadora, e alguns adjetivos mais, possibilidade de ganhar o “premio”. Sem falar na parte $$$, um prejuízo só, não dá pra uma garrafa de “Mato Dentro”. Minha sugestão é que mantenha o foco no Nobel mesmo, que embora seja uma chatura ao menos a grana é compensadora. Não tão compensadora quanto o prêmio de um delator, mas isso não vem ao caso, você não tem talento para essas coisas. Continue naquilo que você é mestre, o manejo da AK 47.

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