Um ano esquisito, por Marcel Vieira

Enviado por Vânia

anoesquisito

Por Marceu Vieira

Foi mesmo um ano esquisito.
Teve zika e chikungunha.

Foi o ano do mosquito.
Ano do Eduardo Cunha.

Ainda nem acabou.
Mas é como se já fosse.

Um ano que já bastou.
E o que foi ele trouxe?

Um ano de violência:
de tiro e institucional.

Um ano de truculência
lá no Planalto Central.

Teve petralha e coxinha.
Teve pato na Paulista.

Ato de almofadinha
e delação de lobista.

Ano das Óticas Moro,
dos óculos pra um olho só:

se é do PT, tira o coro,
põe logo no xilindró!

Mas… se é do PSDB?
Crime feito por tucano?

A Lente Moro faz crer:
ilusão do olho humano.

Em São Paulo, teve o Dória.
No Itamaraty, o Serra.

Ano pra entrar pra História
com o Brexit da Inglaterra.

Nos States, teve o Trump.
No Brasil, teve o Crivella e…

…com sua cara de “vamp”,
o marido da Marcela.

Amigos se separaram.
Batalha de opiniões.

Amores se apartaram.
Enganos, desilusões.

David Bowie se foi,
e ainda era janeiro.

Prenúncio do que depois
viria no ano inteiro.

Carência de poesia,
afetos em extinção.

E que tanta porcaria
se viu na televisão.

Um ano de solidão.
Um ano de aprendizado.

A vida na contramão
de tanto sonho sonhado.

Reforma da Previdência.
Perversa contrafação.

Congeladas na sofrência
saúde e educação.

As escolas ocupadas,
e na mídia nem um pio.

Promessas desperdiçadas
nas Olimpíadas do Rio.

O ano do desemprego.
Também do empobrecimento.

Um ano de desapego
e das dores sem unguento.

Um ano todo fodido.
Um ano de desemparo.

O dólar enlouquecido.
O ano do Bolsonaro.

Um ano tão xexelento.
No rádio, “Malandramente”.

Um ano pro esquecimento.
Um ano… primeiramente.

Intolerância, atentados,
o terror da morte em Nice.

Na Síria, os refugiados.
A “guerra santa”, sandice.

O ano do mimimi.
O ano do retrofit.

Até Angelina Jolie
virou ex do Brad Pitt.

Redação

1 Comentário

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  1. Fim de ano e a mesmice de começar tudo outra vez….

    “Festa estranha, com gente esquisita, eu não tô legal”. Esse ano poderia ser resumido um pouco nessa frase. E foi muito bem descrito pelo Marcel Vieira. E como eu não quero mais pensar nos terriveis meses que viemos de passar e ainda vem pela frente, que tal um dia de graça? Viva o que de temos de melhor: a musica e nossos musicos!

    [video:https://youtu.be/nmwZzNSqt7k%5D

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