Jornal GGN – Às 10h14 da manhã desta quinta (10), o presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz, comunicou oficialmente aos pares que o governador Wilson Lima, do Amazonas, decidiu usar o habeas corpus recebido pelo Supremo Tribunal Federal na noite anterior para faltar ao depoimento previsto para hoje. Os senadores lamentaram e criticaram Lima por ter dispensado a “oportunidade” de explicar o colapso da saúde no Estado durante a pandemia do novo coronavírus. O presidente da CPI, senador Omar Aziz, comunicou que irá recorrer da decisão.
“Iremos recorrer dessa decisão. Respeitamos a decisão da ministra Rosa Weber [do STF, que concedeu o HC], como temos respeitados todas as outras decisões contra a CPI. Mas acredito que o governador do Estado do Amazonas perde oportunidade ímpar de esclarecer ao Brasil e ao povo amazonense o que aconteceu no Amazonas. O que aconteceu lá não foi coisa rotineira: faltou oxigênio, pessoas perderam a vida. Ele não terá outra oportunidade de dizer o que poderia dizer hoje aqui. Perde uma oportunidade gigante não só como homem público, mas como pessoa, de explicar quem são os responsáveis pelas omissões. Vamos respeitar a decisão, mas não vamos cessar a busca pela verdade.”
“A ministra Rosa Weber não decidiu que ele não viesse. Deu a ele o direito dele decidir se vinha ou não vinha. Se ele viesse, não seria obrigado a fazer o julgamento de falar a verdade e ficar calado. Ele decidiu não vir. Perdeu a oportunidade de explicar porque tinham 478 milhões de reais depositados no fundo de saúde pública do Amazonas e, ainda assim, faltou oxigênio, medicamentos, leitos”, disse o senador Eduardo Braga.
Os senadores ainda mostraram preocupação com os reflexos da decisão do STF. Ex-ministro da Saúde, o senador Humberto Costa frisou que o HC foi concedido a Lima na condição de investigado, não de governador de Estado. Mas apostou que outros governadores seguirão o mesmo caminho de Lima e recorrerão ao Supremo para faltar à CPI.
“A Constituição diz que nós podemos investigar aplicação de recursos públicos federais. Se não podemos arrolar governador e prefeito nessa investigação, como essa investigação pode se fazer? O Supremo ou o Congresso vai precisar decidir essa questão em algum momento, principalmente se a decisão que vier a ser dada dizer que a ausência se dá em função do papel de governador.”
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