As discussões sobre o Código Florestal

Por fariajos

Nassif, bom dia. Foi publicada hoje uma entrevista do Aldo Rebelo que esclarece algumas noções de políticas desenvolvimentistas defendidas por ele, no âmbito da modificação do Código Florestal Brasileiro. Não sei. Acho que existem noções bastante díspares acerca do desenvolvimento que precisamos ter, que queremos ter e que podemos ter. É um debate que não está sendo feito, porque tem ficado esquecido em favor do debate plebiscitário entre o novo (desenvolvimentismo) e o atraso (mercadismo). Acho que deveríamos ir adiante, esperando um debate eleitoral não sobre os contrastes entre o velho e o novo (eleição plebiscitária) mas entre diferentes rumos e propostas para o que vem adiante. Não sei se a oposição terá competência para gerar alternativas, mas a visão de Rebelo me causa angústia, e eu a vejo mais como um produtivismo (desenvolvimento a qualquer preço) do que como desenvolvimento sustentado. Vou colher oposição a esta minha percepção, mas acho que o debate deve ser este mesmo: tentar entender o caráter do desenvolvimento que bate à nossa porta, e ver quem é o portador da melhor alternativa.

“Meio Ambiente e ONG´s são entrave para desenvolvimento”

Efrem Ribeiro

O deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP), relator da Comissão Especial do Código Florestal da Câmara dos Deputados que é alagoano, disse que por causa de organizações não-governamentais, financiadas com recursos do exterior,e o Ministério do Meio Ambiente, o meio ambiente se tornou um entrave para o desenvolvimento do país, principalmente para a agricultura.

“O meio ambiente se tornou em entrave não só para o desenvolvimento do país como, principalmente, para a agricultura. Nós vemos isso todos os dias. Basta observar que nós não conseguimos fazer uma obra de infraestrutura, não conseguimos fazer rodovias, não conseguimos fazer ferrovias, hidrovias, não conseguimos fazer hidrelétricas para gerar energia para o desenvolvimento do país justamente porque as organizações não governamentais, que não têm interesse no desenvolvimento, bloqueiam todas essas iniciativas”, afirmou o deputado federal.

Aldo Rebelo participou, nesta segunda-feira, de audiência pública na Assembléia Legislativa do Piauí sobre as mudanças do Código Florestal.

Participaram da audiência o presidente da Comissão Especial o presidente, deputado federal Moacir Neguileto (PMDB-PR), e os outros integrantes, os deputados Osmar Júnior (PC do B-PI) e Carlos Brandão (PSDB-MA).

Rebelo disse que está conversando com as autoridades de cada Estado e autoridades ambientais e a partir desta audiência, vai formular um Código do Meio Ambiente, que contemple a produção e o desenvolvimento de cada Estado.

Aldo Rebelo afirmou que o Ministério do Meio Ambiente não leva em conta a realidade de cada Estado e do Brasil e as Organizações não Governamentais, que recebem financiamento estrangeiro, atuam livremente atrapalhando o desenvolvimento da agricultura do País.

“O povo brasileiro precisa tomar café da manhã, almoçar, jantar e ter uma agricultura que produza alimentos para nosso povo e para exportação. temos que defender a agricultura e o meio ambiente.”

Qual foi a conclusão que o senhor tirou da audiência pública na Assembleia Legislativa do Piauí?

Aldo Rebelo – A audiência foi muito bem sucedida, nós podemos colher opiniões diferentes, visões distintas da mesma questão e vamos levar em conta o que lá ouvimos para elaborar o nosso relatório.

O que chamou a atenção nas discussões realizadas no Piauí?

Aldo Rebelo – Principalmente a aspiração legítima do Estado a ter o direito de se desenvolver, a usar a sua´potencialidade econômica, agrícola e industrial e, ao mesmo tempo, manter a defesa do meio ambiente.

O que deverá ser mudado no Código Florestal?

Aldo Rebelo – Nós estamos ouvindo as autoridades de cada Estado, os governantes, as organizações não governamentais e, a partir dessas audiências, nós vamos formular um Código que defenda, ao mesmo tempo, o meio ambiente, a produção e o desenvolvimento do Brasil de cada Estado.

O senhor tem criticado o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Por que?

Aldo Rebelo – Porque o Ministério do Meio Ambiente não leva em conta a realidade, a situação do Brasil, as organizações não-governamentais recebem financiamento estrangeiro, atuam livremente para tentar impedir o desenvolvimento da agricultura do país e o povo brasileiro, mesmo os ecologistas, precisam tomar café da manhã, almoçar e jantar. Para isso, nós precisamos de uma agricultura que produza alimentos para o nosso povo e, inclusive, para exportação. Então, é preciso preciso desenvolver o meio ambiente e defender a agricultura.

Como o senhor então vê o fato de que muitas tragédias globais estão relacionadas com o não respeito ao meio ambiente?

Aldo Rebelo – As tragédias estão ligadas ao aquecimento da terra, cuja origem não temos provas de que seja relacionado com a agricultura. Não é um sujeito que está plantando milho, feijão, café e soja que é o responsável pelas tragédias do meio ambiente. Muitas vezes as tragédias do meio ambiente têm origem na indústria, no aquecimento global que vem do aquecimento solar e , portanto, nós temos que combinar o desenvolvimento da economia e do país, o desenvolvimento do nosso povo com o meio ambiente.

A ação do ministro Carlos Minc está atrapalhando o desenvolvimento do país?

Aldo Rebelo – O meio ambiente se tornou em entrave não só para o desenvolvimento do país como, principalmente, para a agricultura. Nós vemos isso todos os dias. Basta observar que nós não conseguimos fazer uma obra de infraestrutura, não conseguimos fazer rodovias, não conseguimos fazer ferrovias, hidrovias, não conseguimos fazer hidrelétricas para gerar energia para o desenvolvimento do país justamente porque as organizações não governamentais, que não têm interesse no desenvolvimento, bloqueiam todas essas iniciativas.

Os governadores dos Estados têm essa preocupação com essa questão?

Aldo Rebelo – Não é só uma preocupação de governadores, mas de todos que têm interesse de preservar o meio ambiente, mas também que o Estado se desenvolva como se desenvolveu São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina. Nós perguntamos: o Piauí tem direito a se desenvolver, a ter uma agricultura forte, a ter rodovias, a ter ferrovias, portos e aeroportos?Eu acho que o Piauí, o Amazonas, todos os Estados têm esse direito. Você tem um Estado como São Paulo cruzado de rodovias, portos e aeroportos e o Estado do Amazonas não pode ter uma estrada sequer.

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