Brasil recebe mais investimentos em energia renovável

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Sugerido por alfeu

 

Do Instituto CarbonoBrasil

 

Brasil sobe em índice de atratividade para investimentos em renováveis

Por Jéssica Lipinski

Fonte: Instituto CarbonoBrasil

 

País passou do 14º para o 12º lugar em ranking dos mercados mais atrativos para a energia limpa; outros países emergentes também mostram sinais de avanço no setor, enquanto nações desenvolvidas perderam um pouco do fôlego

 

O Brasil foi um dos países a apresentar um aumento no índice de atratividade para energias renováveis divulgado pela Ernst & Young nesta terça-feira (25), acompanhado também de outras nações em desenvolvimento, como a China.

O país ficou no 12º lugar em 2013, subindo duas posições em relação ao ano anterior. Segundo o relatório, Ernst & Young’s Renewable energy country attractiveness index(RECAI – algo como Índice de atratividade de energias renováveis por país da Ernst & Young),  2013 marcou um bom momento para o Brasil, que continua a conquistar um lugar de destaque no cenário global de energias renováveis.

No último ano, o país realizou cinco leilões de energia renovável, incluindo o primeiro exclusivamente de energia solar, que aprovou seis projetos num total de 123 megawatts (MW) a uma média de US$ 96 por megawatt-hora (MWh).

Isso pode abrir caminho para um boom solar, que até agora estava sendo ofuscado pelo preço relativamente baixo da energia eólica. A eólica, aliás, continua a dominar os projetos de energias renováveis no Brasil, embora ainda haja dúvidas de que possam ser mesmo entregues.

Em novembro, o país aprovou 39 projetos eólicos num total de 830 MW e assegurou mais 2,3 gigawatts (GW) no leilão A5 de dezembro, a um custo médio de US$ 51 MWh. Em dezembro, também foram concedidos 1 GW de hidroeletricidade e 160 MW de biomassa. O leilão A5 atraiu 35 GW em propostas.

A China manteve seu segundo lugar no índice em relação a 2012, mas apresentou grande desenvolvimento do setor renovável, se aproximando dos Estados Unidos, que ficaram com a primeira posição.

“A China continua um mercado dominante no índice, refletindo um ritmo sem precedentes de progresso apoiado por metas substanciais e um alto crescimento contínuo na demanda de energia”, observou Klair White, editor do relatório.

Esse avanço se deveu em parte ao aumento de 12 GW na capacidade solar e de 14 GW na capacidade eólica do país em 2013. Neste ano, a China pretende implementar mais 18 GW de energia eólica, e as instalações offshore devem ganhar prioridade.

“Continuaremos a trabalhar ativamente no setor eólico offshore neste ano através da aceleração no estabelecimento de uma tarifa feed-in de referência para projetos offshore”, comentou Shi Lishan, vice-diretor do departamento de novas energias da Administração Nacional de Energia da China, à Bloomberg.

O Japão também subiu do 5º para o 4º lugar no índice, apresentando um desenvolvimento em seu setor renovável principalmente devido ao fechamento de usinas nucleares e ao alto custo de importação do gás natural e do carvão. No país, a capacidade renovável cresceu 7 GW no último ano, e a energia solar, em especial, apresentou um rápido crescimento.

Já grandes potências estabelecidas da energia renovável, como os EUA, a Alemanha , o Reino Unido e a Espanha, não apresentaram um 2013 tão bom. No caso dos norte-americanos, isso ocorreu devido a incertezas políticas, ao preço barato do gás de xisto e ao lapso de créditos para a energia limpa.

A Alemanha apresentou uma terceira posição menos sólida devido ao corte de subsídios do governo para algumas tecnologias renováveis, sugerindo que o desenvolvimento de nova capacidade no país pode se tornar mais difícil de agora em diante.

Na Espanha, a determinação de reduzir o déficit orçamentário do país levou a medidas dramáticas, como limites de rentabilidade, ajustes monetários em tarifas feed-in e impostos fixos na geração de energia elétrica.

Em relação às tendências de crescimento, o RECAI apontou Uruguai, Malásia, Indonésia, Quênia e Etiópia como países a serem observados neste ano devido à expansão de seus mercados, que têm chances de “substituírem os mercados europeus, que terão potencial limitado de crescimento” em 2014.

O RECAI afirma que a resiliência, a eficiência e a eficácia serão os maiores fatores para um bom desenvolvimento renovável em 2014. O relatório ressalta a importância de os governos “despolitizarem” as negociações de energia para evitarem a estagnação, e também de as empresas aprenderem a se adaptar às muitas turbulências políticas e econômicas que atingem frequentemente a indústria renovável.

“Em suma, ‘eficiência’ e ‘eficácia’ precisam ser as palavras de ordem deste ano. O mercado deve focar em: integração da cadeia de valores, consolidação em uma escala global, operação e eficiência de capital e melhorias de tecnologia”, colocou Ben Warren, líder de transações globais em tecnologia limpa da Ernst & Young.

“As energias renováveis são agora um mercado verdadeiramente global, e os interessados devem desenvolver estratégias e uma cadeia de suprimentos abrangentes, serem flexíveis a mudanças de mercado e estarem dispostos a procurar novos mercados”, concluiu Warren.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. É muito bom saber que cada

    É muito bom saber que cada vez mais o Brasil investe em energia renovável. Apesar de possuir reservas de petróleo, como o pré-sal, esse recurso é inesgotável e não totalmente limpo, o que aliás, nenhum tipo de energia é. Expandindo o uso da eólica, gasta-se menos capital com as outras fontes e economiza-se pelo fato do vento ser gratuito. Isso é, obviamente, um benefício, porém, o custo para a instalação dos moinhos é alto, mas nada que deixe a energia eólica ser vista como um prejuízo.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador