DIA DO MEIO AMBIENTE: O GRITO DE SOCORRO DA TERRA

 

 Comemora-se hoje, 05 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente. No Brasil, ambientalistas e líderes agrários continuam sendo assassinados e o ‘ correntão ‘, empregado em larga escala por desmatadores e grileiros para arrancar árvores e matar animais silvestres. Discute-se há algum tempo no país, num contexto de interesses do agronegócio, a reforma do Código Florestal, já aprovada pela Câmara de Deputados. No mundo, os desatres ambientais se sucedem de forma avassaladora. Um bom momento, pois, de parar e refletir sobre o futuro do planeta.

 Quem ainda tinha alguma dúvida de que as mais recentes catástrofes ambientais são consequência do aquecimento global parece começar a acreditar que tal fato é por demais verdadeiro. A Organização Mundial de Meteorologia (OMM), alertou que o calor extremo de 2010 foi uma prova irrefutável de que o aquecimento global está em curso. O que é pior: a tendência é de que o problema se agrave. O ano passado foi o mais quente da primeira década deste século, a mais tórrida registrada na história. Ao que tudo indica, a fúria da natureza é um fenômeno permanente e progressivo. A julgar pelas contínuas e catastróficas mudanças climáticas, resultantes da grave e impensada agressão do homem ao meio ambiente, a real e preocupante conclusão é que o habitat terrestre, a médio e longo prazos, talvez se torne um terreno impróprio para a sobrevivência das espécies humana e animal. O homem viveria, doravante, em alerta contínuo contra a fúria da natureza.

O aquecimento global e a poluição de rios e mares mudaram o clima no mundo. Por mais que se façam ações governamentais para prevenção e contenção de catástrofes – no Brasil, o descaso e a negligência ainda são flagrantes -, parece que nada mais conterá a força e a repulsa da natureza.

Observem que pela primeira vez no estado do Rio, no início do ano, ocorreu um tornado atingindo a Baixada Fluminense e parte da Zona Oeste. Nos Estados Unidos, dias atrás, a mais violenta série de tornados desde os anos 50 causou mortes e destruição na cidade de Joplin. O planeta está em visível desequilíbrio ambiental e, aos poucos, todos nós estaremos ameaçados pelas tragédias. De tanto presenciá-las, vamos adquirindo conhecimentos sobre ecossistema, desafios ambientais, efeito estufa, camada de ozônio, desastres ecológicos, abalos sísmicos, tsunamais, tornados, desenvolvimento sustentável, fenômenos El Niño e La Niña, índice pluviométrico, poluição, assoreamento de rios, emissão de gases poluentes, coleta seletiva de lixo… Um novo vocabulário do cotidiano.

Um recente estudo da ONG Oxfam, que presta assistência a nações pobres, mostrou que o número de desatres naturais saltou de 133 por ano em 1980 para mais de 350 nos anos da primeira década deste século. Um estudo inédito divulgado semana passada em São Paulo durante o C40 – encontro de 40 grandes cidades de todo o mundo em busca de soluções para o aquecimento global – mostrou que um bilhão de pessoas que vivem nas áreas mais pobres dos grandes centros urbanos do mundo estão diretamente ameaçadas pelas mudança climáticas globais em curso.

As considerações de estudiosos do clima global são as mais preocupantes possíveis. Afirmam, com todas as letras, que as mudanças climáticas tornarão as chuvas mais rigorosas. Além disso, um estudo da ONU alerta que grandes incêndios florestais já são mais comuns – o caos no clima seria o culpado.

Constatou-se também que a camada de ozônio sobre o Ártico atingiu os níveis mais baixos já registrados, informou, no início de abril, a Agência Espacial Europeia. A camada de gelo que cobre o Polo Norte nunca esteve tão fina. Segundo a instituição, a queda recorde de 40%, verificada no mês de março, foi causada por ventos mais fortes na região. Com isso, as geleiras perdem volume cada vez mais rápido. Assim, o nível do mar também se eleva agora mais rápido do que em qualquer outra época nos últimos 350 anos. Na Antártica, as mudanças no clima ameaçam a sobrevivência das espécies, em especial as que dependem do gelo para sobreviver. Ou seja, não dá para segurar mais a fúria da natureza estimulada pela enorme insensatez humana.

A pergunta que fica é: O que nós, humanos, ainda poderemos fazer para salvar o planeta? A preservação do que resta precisa ser tema da maior importância para todos, governantes e governados. Há, num tom mais otimista, a possibilidade de salvar o habitat no planeta Terra, desde que nos conscientizemos sobre os cuidados necessários com o ecossistema.

Se daqui para frente assim procedermos, talvez seja possível frear a fúria da natureza. Caso contrário, não há dúvida, a vida na Terra ficará cada vez mais inviável. A destacar em meio a tantas tragédias e catástrofes ocorridas ultimamente no Brasil, a solidariedade com as vítimas como resgate dos valores humanos de ajuda ao próximo e compaixão. A solidariedade superou a omissão, a negligência e a deseducação ambiental. No entanto, seria bem melhor prevenir que remediar. É preciso refletir e agir antes que seja tarde. Não custa lembrar que em 2012 o Rio sediará a conferência da ONU Rio+20 para decidir os rumos da preservação do planeta. Será o momento de decidirmos em que planeta desejaremos viver no futuro. O planeta pede socorro.

 

Redação

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