“É pau, é pedra. Será o fim do caminho?”

O clima já mudou, piorou, e todo esforço tem que ser empreendido para prover infraestrutura de adaptação e proteção

do FADS

“É pau, é pedra. Será o fim do caminho?”

Estamos na era geológica em que o sistema terra se ressente de ações desiguais, intensas, insustentáveis e terrivelmente humanas. O termo antropoceno, proposto para designar tal era, carece de precisão, na medida da desigualdade com que os impactos são provocados e sofridos. Aí os conceitos de injustiça/racismo climática/ambiental têm que ser invocados, para que se identifique precisamente quem lucra e quem morre.

Ainda chorando as centenas de milhares de mortes pela pandemia, muitas das quais poderiam ter sido evitadas não fosse a necropolítica  negacionista (des)governamental, entramos num verão de eventos extremos. Nada imprevisíveis, as chuvas torrenciais, concentradas e históricas, devastaram comunidades em várias cidades brasileiras, arrastando mais de trezentas e cinquenta vidas na Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. 

Os números gritam o alerta presente nos relatórios do painel intergovernamental de cientistas desde a década de noventa. O clima já mudou, piorou, e todo esforço tem que ser empreendido para prover infraestrutura de adaptação e proteção, principal e urgentemente, nos territórios e comunidades mais vulneráveis. Processos participativos têm de se tornar praxe, tanto nas ciências como nas políticas públicas e a cidadania, a democracia direta e o diálogo têm de nos guiar no caminho para que todo ser humano tenha direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal, como versa o terceiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“É pau, é pedra. Será o fim do caminho?” questiona o Fala FADS desta quarta-feira, 13 de abril. Se Tom Jobim observava que as águas de março fechavam o verão arrastando tudo o que estava em seu caminho, em tempos das emergências climáticas, como comprovam os inúmeros relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, na sigla em Inglês), não há tanta certeza de qual período do ano as catástrofes climáticas serão mais frequentes. Em Angra dos Reis, há cerca de 10 dias, em pleno outono, choveu cerca de 655 mm em 48 horas, enquanto a média histórica registra cerca de 150 mm para o mês todo.  

A vez e a voz deste Fala FADS será das vítimas das recentes catástrofes climáticas pelo Brasil, ou de pessoas que trabalharam diretamente no acolhimento dos desabrigados. São eles:

Carla de Carvalho, pedagoga, com especialização em gestão de pessoas e viabilidade de projetos, com especialização em psicopedagogia clínica e institucional, coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis (RJ) desde 2017, militante de direitos humanos e causas sociais desde 1994;

Laryssa Sebastiana de Jesus Alves, graduanda em Artes na UFSB. Nasceu e mora até hoje em Itabuna (BA), onde desde o Ensino Médio atua em projetos sociais;

Miguelito Teixeira de Souza é produtor rural, residente em Conselheiro Penas (MG), faz parte da Comissão de Atingidos de Conselheiro Pena e é vice-presidente da Associação Beira Rio Sustentável, voltada aos produtores rurais da região do vale do Rio Doce;

Santiago Bernardes, caiçara de Ubatuba (SP), biólogo, escritor e articulador em Ubatuba do Fórum de Comunidades Tradicionais Angra-Paraty-Ubatuba;

​​A mediação ficará por conta de Kátia Pisciotta, funcionária pública que atua na gestão de áreas protegidas e é membra da FADS. 

Para anotar na agenda: Fala FADS “É pau, é pedra. Será o fim do caminho?”, quarta-feira, 13 de abril, a partir das 18h30, na TV GGN (https://www.youtube.com/tvggn). Para saber mais sobre a FADS, acesse nosso perfil https://www.facebook.com/falafads.

Redação

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