Imagens de satélite mostram a regressão do lago Poopó, na Bolívia, nos últimos três anos
Sugestão de Adir Tavares
do DW
Lagos vitais desaparecem pelo mundo
por Jennifer Collins
A escassez de água é um problema crescente, com a África sendo duramente atingida. Com aumento das temperaturas e redução das chuvas, os lagos secam. Confira alguns dos exemplos mais emblemáticos.
Lago Poopó
Barcos de pesca vazios estão encalhados na terra ressecada e rachada do outrora imponente lago Poopó, na Bolívia. A redução do nível de água do lago tem sido contínua durante anos, mas no início de 2016 secou quase completamente – um desastre para a vida selvagem e famílias dependentes dele para a pesca.
O lago Poopó sempre foi raso. Mas cientistas afirmam que, desta vez, ele pode não se recuperar. As mudanças climáticas fazem parte do problema. A precipitação diminuiu regularmente, e as temperaturas aumentaram dois graus Celsius nas últimas três décadas – um fator agravado pelo fenômeno El Niño, segundo os especialistas.
Mas o ressecamento do lago é um desastre também causado pelo Homem. A água do rio que alimenta o lago é desviada para a agricultura, assim como às minas de prata e estanho na região.
Cerca de 30 milhões de pessoas dependem do lago Chade, cuja água diminuiu dramaticamente no último meio século
Lago Chade
O lago Chade chegou a ser um dos maiores do mundo. Durante séculos, tem sido uma fonte vital de alimento e água para as comunidades que vivem ao redor. Mas ele está desaparecendo num ritmo assombroso. Desde a década de ‘960, diminuiu de cerca de 25 mil quilômetros quadrados para 1.350 quilômetros quadrados – o que equivale aproximadamente ao tamanho de Belize, pequeno país caribenho. A área é agora um amontoado de lagoas, ilhas e vegetações rasteiras.
O que outrora era uma terra fértil virou poeira. Agricultura e reservas piscícolas entraram em colapso. Cerca de 30 milhões de pessoas em países que incluem Chade, Camarões, Níger e Nigéria dependem dessas águas. O encolhimento do lago mergulhou a bacia numa crise de alimentos e desnutrição “numa escala épica”, de acordo com agências de ajuda humanitária.
Projetos insustentáveis de irrigação, desviando a água do lago e dos rios Chari e Logone, são parte do problema. Entre 1983 e 1994, a irrigação na área aumentou quatro vezes, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Mas as temperaturas elevadas e a diminuição das chuvas devido às mudanças climáticas também carregam culpa.
O Mar Morto é destino turístico apreciado por suas supostas propriedades curativas e pela diversão de flutuar
Mar Morto
O Mar Morto é, na verdade, um grande lago. É abastecido pelo rio Jordão e, embora não tenha nenhuma ligação com qualquer oceano, é tão salgado que nada além de alguns tipos de bactérias e algas conseguem sobreviver. Localizado na fronteira entre Israel, Cisjordânia e Jordânia, o Mar Morto é visitado por muitos banhistas e turistas devido às suas supostas propriedades de cura e à diversão de flutuar sem qualquer esforço.
O lago sobreviveu por milhares de anos porque a relação da água que evapora dele e aquela que flui nele permaneceu relativamente estável. Mas esse equilíbrio foi conturbado com o crescimento populacional na região. A água tem sido desviada para abastecer casas e também para o uso no setor químico e em plantações de batata. O nível está caindo cerca de um metro por ano, e o Mar Morto pode desaparecer completamente.
Mar de Aral
Carcaças enferrujadas se erguem da areia como monumentos fantasmagóricos – numa região que já fora um porto de pesca vívido e próspero. A cidade de Moynaq, no Cazaquistão, teve em seu auge dezenas de milhares de habitantes e estava localizada nas margens do Mar de Aral. Agora, as águas do que já foi o quarto maior lago do mundo estão a mais de cem quilômetros de distância, e a próspera indústria pesqueira e de alimentos em conserva da cidade desmoronou.
O Mar de Aral tem encolhido desde a década de ‘970. A água que fluía no grande lago foi desviada para irrigar a crescente produção de algodão do Uzbequistão, como parte do plano soviético de transformar a Ásia Central no maior produto mundial de algodão. Durante certo tempo, o país foi o maior exportador de algodão do mundo. Mas o desvio da água, juntamente com a construção de hidrelétricas e reservatórios, cobra o seu preço. É um desastre ambiental para as pessoas que vivem ao redor do lago e também para a vida selvagem.
http://www.dw.com/pt-br/lagos-vitais-desaparecem-pelo-mundo/a-37431092
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Secando, qui nem a LJ
Pela foto do street parece que não sanzonal mesmo. Lago Poopó.
Em MG
O lago (artificial) de furnas passou uns cinco anos com filetes d’água. Recentemente (dois anos) deu uma melhorada mas não chega nos níveis “de antigamente”. A foto abaixo é da região de Paraguaçu/Alfenas o rio Machado:
Palavras Cruzadas
Droga! Agora não vou poder mais responder MAR de ARAL nas palavras cruzadas! Grrrr….
comentário totalmente empírico
Porém advindo da minha observação…
Olhe o que está ao seu lado. Perceba quantos dos objetos são feitos de MADEIRA. Madeira vem de árvore que rarissimamente é de reflorestamento. Em torno de você e de todos os outros SEIS BILHÕES de viventes acontece a mesma coisa. O planeta Terra, principalmente nos últimos 100 anos ficou “careca” de toda a sua cobertura vegetal. Tal e qual a ilha de Páscoa para quem conhece a teoria.
Isso explica o aquecimento global, as mudanças radicais no clima as represas secas em todo o mundo. A falta de agua que se torna crítica.
Como eu disse acima o comentário é baseado em observação empírica. Mas o frescor a temperatura amena e a umidade percebidos num oasis, bosque ou numa alameda repleta de árvores não.