Pesquisa mostra desperdício dos recursos naturais no Brasil

Sugerido por Lair Amaro

Da Agência Brasil

Pesquisa apura que brasileiro mantém nível de desperdício de recursos naturais
 
Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro

Na véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado amanhã (5), pesquisa nacional sobre consumo consciente, feita pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), em parceria com o Instituto Ipsos, revela que o desperdício dos recursos naturais, em especial de água, segue sendo uma atitude comum dos brasileiros. A pesquisa, divulgada hoje (4) no Rio de Janeiro, ouviu mil entrevistados em 70 cidades brasileiras, incluindo nove regiões metropolitanas. A sondagem é feita todos os anos, desde 2007.

Os pesquisadores observaram que hábitos simples e de uso consciente da água, como fechar a torneira ao escovar os dentes, continuam quase iguais aos de 2007, com leve piora. Um em cada dez brasileiros (10,3%) não fecha a torneira durante a escovação. No ano passado, esse percentual atingiu 8,8% e, em 2007, era 9%. “Se ele não fecha a torneira quando escova os dentes, por extensão, a brasileira não fecha quando retira a maquiagem, ou o homem quando faz a barba”, observou, em entrevista à Agência Brasil, o economista da Fecomércio-RJ Christian Travassos.

Para ele, o número não é positivo, porque permanece estagnado em uma realidade em que a necessidade de utilização racional do recurso hídrico se tornou muito presente no noticiário. Nesse cenário, a perspectiva era que houvesse uma melhora no indicador. “Estatisticamente, o fato é que não houve variação significativa”, disse ele.

Travassos destacou que é importante o brasileiro perceber que o desperdício não está só  na rua. Está também dentro de casa. Ele chamou a atenção ainda para o fato de os recursos naturais serem limitados, “e boa parte das vezes [seu gasto] incide sobre o bolso das pessoas”.

O economista  salientou que ao mesmo tempo em que as questões ambientais se tornaram mais frequentes hoje em dia, “principalmente entre os jovens”, integrando inclusive as grades curriculares, os hábitos culturais dos brasileiros permanecem os mesmos em relação à água, cujo abastecimento é muito importante para estados como São Paulo e Rio de Janeiro e outras localidades.

Destacou também que  25% de brasileiros, ou seja, um em cada quatro, varrem ou lavam a calçada com jato d’água de mangueira. “Isso é preocupante”. Um em cada cinco (20,5%) lavam o carro também com o uso de mangueira. “É outro caso de desperdício em um momento em que o uso racional da água está em evidência”, acrescentou.

Na avaliação de Travassos, isso sinaliza que as campanhas  de economia devem dar maior ênfase ao bolso do consumidor: “Porque, quando há a questão do preço, é mais fácil a adesão. Se está estagnada há muitos anos em 10%, a proporção dos brasileiros que não fecham a torneira, para a gente trazer essa parcela para fechar a torneira ou não varrer a rua com jato d’água é necessária uma ação no sentido de reduzir a conta”.

Em relação ao lixo, a pesquisa evidencia que existe uma fração aquém do ideal. Christian Travassos destacou que menos da metade dos brasileiros separa o lixo em casa. “Desde 2007, nunca passamos de 50% na separação do lixo. Ano passado, estávamos com 44% e, este ano, estamos com 48%”. Isso ocorre, segundo o economista, porque quando indagados a respeito do que acontece com o lixo recolhido na rua, 64,6% dos brasileiros asseguram que  o lixo é misturado na coleta, sem separação entre o que é material reciclável e lixo orgânico.

“Ele não separa em casa porque acredita que, depois, é tudo misturado. E isso ocorre em um momento em que toda a questão dos resíduos sólidos está em evidência, há necessidade de acabar com os lixões, de ter uma agenda ambiental efetiva, e não apenas no discurso”, e a pesquisa indica a necessidade e importância de se ter coleta seletiva no país, comentou.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Enquanto isto o prefeito

    Enquanto isto o prefeito Haddad inaugura hoje, o primeiro Centro de Triagem de Secos da America latina, moderno, automatizado, empregando 50 catadores, e ninguem fica sabendo pq a mídia sabota os avanços dos governos progressistas, despolitiza a população e impede seu avanço rumo a uma sociedade mais justa e sustentável.

     

    Prefeitura inaugura Central Mecanizada de Triagem Ponte Pequena

    Publicado em: 05 de junho de 2014

    Inauguração será nesta quinta-feira (5/6), às 10h, com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Unidade representa avanço importante na coleta seletiva em São Paulo

    A inauguração da Central Mecanizada de Triagem Ponte Pequena (Avenida do Estado, 300), nesta quinta-feira (5/6), às 10h, representa avanço importante no cumprimento de uma das principais metas do prefeito Fernando Haddad para o setor: até 2016, o percentual de coleta seletiva em São Paulo aumentará dos atuais 2% para 10%.

    O evento de inauguração contará com as presenças, entre as autoridades, da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; do secretário de Serviços, Simão Pedro; e do presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Silvano Silvério da Costa. O ato contará ainda com a participação de representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Orçada em cerca de R$ 26 milhões, a unidade empregará 50 cooperados e processará 250 toneladas diárias de resíduos recicláveis. Anualmente, serão 80 mil toneladas.

    Concessionária do serviço de coleta domiciliar nas zonas Norte e Oeste da cidade, a empresa Loga é responsável pelo empreendimento, construído em cerca de seis meses. Instalada em área de 3 mil metros quadrados que inclui Estação de Transbordo, a Central Mecanizada conta com leitores óticos, que separam os materiais por tipo e cor. Outros destaques são as esteiras automatizadas e o Trommel, equipamento que faz a separação dos resíduos por dimensão.

    Ao final do processo, materiais como plásticos e papel sairão já prensados e prontos para a comercialização. A estimativa de receita líquida mensal é de R$ 1,6 milhão. “É um salto histórico na área da reciclagem em São Paulo. Em apenas um ano, houve a decisão de fazer as centrais, a aprovação e a realização da obra. É um recorde”, frisou o secretário Simão Pedro.

    O presidente da Amlurb, Silvano Silvério, destaca que, “além de criar condições para alavancar a coleta seletiva em São Paulo, as centrais vão incluir os catadores”.

    Santo Amaro

    Até a primeira quinzena de julho, entrará em funcionamento a Central de Triagem Santo Amaro, construída na Avenida Miguel Yunes pela concessionária Ecourbis (responsável pela coleta domiciliar nas zonas Sul e Leste), em terreno de 3.500 metros quadrados. O local também terá capacidade de processamento de 250 toneladas e receita igual à da unidade da Loga.

    São Paulo ganhará outras duas centrais mecanizadas até 2016, nos mesmos moldes. A construção de todas as unidades não resultará em custos para a municipalidade, já que as obras fazem parte dos investimentos previstos nos contratos entre a Prefeitura e as concessionárias.

     

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