The Guardian: Escolha de Bolsonaro para Itamaraty preocupa ambientalistas do mundo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A escolha de Ernesto Araújo para o Ministério das Relações Exteriores não incomodou apenas o corpo do Itamaraty pela quebra de hierarquia – o novo ministro de Bolsonaro tem 50 anos mas nunca teve voz de comando numa embaixada, por exemplo, sendo considerado um técnico “junior”. 
 
Ambientalistas internacionais também estão preocupados com o “viés ideológico” com que Araújo filtra pautas importantes, como a questão climática. O The Guardian repercutiu o assunto em artigo divulgado nesta quinta (15), após descobrir que Araújo associou a ciência do clima a dogmas marxistas. Sua nomeação “deve causar um arrepio no movimento climático global”, diz o jornal.
 
“Especialistas em negociações climáticas disseram que a nomeação foi triste para o Brasil e para o mundo – embora eles tenham esperança de que o novo ministro das Relações Exteriores seja mais pragmático quando ele representar seu país.”
 
O secretário executivo do Observatório do Clima Brasileiro Carlos Rittl disse ao The Guardian que “seria muito ruim para a imagem do país se ele trouxesse sua ideologia” para as negociações e debates internacionais. 
 
“Se o Brasil se tornar um pária na agenda climática global, seria extremamente ruim para nossos negócios, especialmente o agronegócio. Quando eles vão para a Europa para negociar um acordo, as salvaguardas climáticas estarão sobre a mesa.”
 
A agenda de Bolsonaro no âmbito internacional começou a preocupar muito antes da escolha do ministro. Quando ele anunciou a fusão do Meio Ambiente com Agricultura, a repercussão negativa foi grande pois representa prejuízos aos grandes exportadores. 
 
“Acredita-se que o risco de perder as vendas de soja e carne bovina na Europa seja o motivo pelo qual Bolsonaro recuou nas ameaças de deixar o acordo de Paris e fundir os ministérios da agricultura e do meio ambiente.”
 
Segundo o The Guardian observou, a “retórica incendiária [do ministro Araújo] ecoa a de Bolsonaro, que venceu a eleição presidencial do mês passado com cerca de 57,7 milhões de votos. Desde então, o ex-capitão do Exército adotou uma das administrações de extrema-direita do mundo e prometeu alinhar o Brasil mais estreitamente com Trump e os EUA.”
 
Leia o artigo completo aqui.
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Quanto pior, pior.

    Eu sou testemunha de como uma adminstração incompetente  onde o seu principal executivo é uma pessoa desqualificada para o cargo. Trabalhei durante mais de 20 anos numa empresa multinacional. Líder no seu mercado de atuação com inacreditáveis: share de 55% e um net income de 15%. Tudo ia de vento em poupa mesmo com um downsizing acima dos padrões do mercado. Porém, a força da empresa residia na altíssima capacidade dos seus quadros técnicos e administrativos. O CEO era um habilidosíssimo homem de vendas cujo pragmatismo imprimia grande lucratividade ao negócio. Um dia como acontece na vida, a empresa foi vendida a um novo grupo de outro país. A primeira coisa que fizeram foi dispensar o principal executivo, claro, sem antes  submete-lo ao um processo de fritura. Uma sexta feira á tardinha estava na quadra esportiva assistindo um jogo entre os funcionários quando chega ao local aquele que viria a ser o novo presidente. Entre uma cerveja e outra me falou sem pestanejar: minha missão aqui é fazer uma faxina em todos os funcionários mais velhos. Eu que já tinha pelo menos 20 anos de casa tremi na base. Os dias foram passando, e a promessa dele foi fielmente sendo cumprida. Dia após dia, recebíamos a notícia que determinada pessoa normalmente de alta expertise tinha sido demitido e o lugar na maioria das vezes preenchido por pessoas sem o menor preparo para a função, o famoso QI. Uma noite cheguei em casa e falei para minha mulher: a empresa não dura mais dez anos, o barco vai afundar e antes que vá a pique eu vou pedir demissão. Claro, ela não gostou nem um pouco da ideia. Mais foi o que fiz. Pra resumir, essse senhor que assumiu a direção da empresa no Brasil foi “recompensado” mais tarde com a presidência do negócio a nível mundial e no seu lugar nomeado um cara sem as mínimas condições. Resultado aqueles 55% de market share em menos de dez anos foram reduzidos a meros 25% e a lucratividade caiu absurdamente. Fora isso, várias fábricas ao redor do mundo foram fechadas. Em compensação(pasmem) eles  se orgulham  de ser uma empresa cuja preocupação com a segurança é uma das melhores do mundo. Por que contei esse caso? Para mostrar que quando você tem o comandante, o principal executivo  que não reúne as condições necessárias para o cargo, quer sejam técnicas ou mesmo sem a experiencia adquirida noutro segmento,  há uma forte tendencia  por motivos que vão desde o medo do perda de autoridade, passando pelo egocentrismo e até pelo autoritarismo, de que ele comece a nomear para postos chave assessores com nível de proficiência sempre inferior à sua. E isso acaba se espalhando como um rastrilho de pólvora por toda empresa, criando uma pirâmide de incompetentes em toda a organização. Parece ser isso o que começa a acontecer nesse novo governo. Cada nomeação é pior que a outra. Imaginem o que não irá acontecer nos escalões mais abaixo. O resultado disso para o país poderá ser catastrófico.

    1. Parabens

      Tenho essa certeza tambem.

       

      Mas como o Brasil é muito rico, acho que não vai quebrar mas que os bolsolixos vão sofrer muito isso vão

  2. Assim não dá. Deixa Bolsonaro

    Assim não dá. Deixa Bolsonaro montar sua equipe. Seu sucesso pode depender de suas escolhas. Vamos ver o que acontece, porque o pior, o golpe de 2016, com o Judiciário, as Forças Armadas e Globo & cia., a mídia, prendendo o Presidente Lula que seria eleito em primeiro turno, emplacar se segundo presidente para dar continuidade ao regime de arbítrio. Lula livre.

  3. O meu chute do dia.

    Esse governo vai apanhar pra cacete em matéria internacional. Desse jeito, que é pros boçanistas entenderem.

    Simplesmente os países têm tratados diversos. O Brasil é signatário de muitos, ratificou outros tantos, tem uma série de compromissos.

    E como a gente sabe, sobretudo com o Temer, a dor de cabeça que tem sido o não cumprimento de muitos deles.

    Fora isso, de olhar para os Estados Unidos como o “grande exemplo a ser seguido”. Realmente é difícil tirar alguém de um delírio sem desmontar todo o mundo criado. Imagine um governo. E um eleitorado… “Seguir o exemplo do chefe” sem ter cacife é barrado com um “coloque-se no seu lugar”. Por isso esse alinhamento sadomasoquista do agora denominado Mau Militar.

    Não sei ao certo, mas parece que é preciso ver as coisas sobre uma perspectiva diferente… é absurdo considerar, por exemplo, o aquecimento global como um “complô esquerdista mundial”. É estúpido. Mas tem gente estúpida o suficiente para acreditar. E quando quem formula está mentindo simplesmente pra manter a sua visão de mundo, apesar das evidências? Fake news podem estar entre o dolo e o delírio. 

     

     

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