12 anos depois, meu direito de resposta na Veja, por Luis Nassif

Hoje a revista Veja publicou um direito de resposta que solicitei há 12 anos. Foi para responder a ataques de Diogo Mainardi, me acusando de privilégios junto ao BNDES e de chantagear um Secretário de Segurança de São Paulo. 12 anos! Qual o efeito dessa decisão? Apenas o de reabrir velhas chagas.

Havia uma lógica por trás dos ataques de Mainardi, que levei algum tempo para entender.

A mídia estava em crise. Entrou nos anos 2.000 com alto grau de endividamento, devido às dívidas em dólares contraídas nos anos 90, em um momento de bonança.

Ao mesmo tempo, sabia que era questão de tempo para que a Internet abrisse de vez as barreiras de entrada aos grupos estrangeiros. Na época, a grande ameaça eram as empresas de telefonia, muito maiores. As redes sociais ainda eram incipientes.

Sabia-se que o modelo tradicional de mídia estava em crise, era questão de tempo para acabar. E não se tinha a menor ideia sobre o que viria depois.

Nesse impasse, Roberto Civita trouxe a fórmula tentada por Rupert Murdoch. Tratava-se de reeditar o discurso do inimigo externo, pedir emprestado a retórica da ultradireita, empreender uma guerra sem quartel para que a mídia passasse a ser a principal protagonista política. Com seu candidato vitorioso, teria condições de impor restrições aos avanços dos novos modelos de notícia que apareciam no bojo da Internet.

Encontrou as empresas em uma transição, com novas gerações da Folha e das Organizações Globo sem a liderança dos fundadores. Não foi difícil convencê-los.

A tática adotada foi da guerra cultural sem quartel, algo que foi repetido na Argentina com o Clarin. 

Explico. O universo da mídia é composto por “celebridades”, jornalistas, artistas, intelectuais, especialistas que se tornam referências. Os tempos de relativa diversidade dos anos 90, impulsionados pelas diretas e pela má-consciência da mídia, pelo apoio à ditadura militar, deixaram um legado de jornalistas e intelectuais que não endossariam o discurso de ódio que se desenhava.

Teve início, então, uma ofensiva para afastar jornalistas não alinhados, cujo principal instrumento era justamente a coluna de Mainardi, na Veja. A revista vivia o auge. Com a direção intelectual de Roberto Guzzo, transformou-se em uma máquina de moer reputações. Do alto de uma tiragem de 2 milhões de exemplares, produzia assassinatos semanais. Ninguém era poupado, de escritores e artistas considerados de esquerda.

Sucessivamente, Mainardi atacou Franklin Martins, na época o principal comentarista político da TV Globo; Tereza Cruvinel, titular da coluna de política do jornal O Globo; e eu, colunista de Economia da Folha e titular de programa na TV Cultura. 

No caso de Franklin e Tereza, havia uma clara concatenação com a direção de O Globo. Na mesma semana do ataque de Mainardi, ambos foram demitidos. Atacou também Elio Gaspari, por um artigo no qual não endossava totalmente a campanha de ódio da mídia. Na mesma hora, Gaspari reformulou sua opinião, sabendo que a ideia do ataque era montar uma armadilha que justificasse também seu afastamento.

No meu caso, houve uma demora maior. No primeiro ataque de Mainardi, respondi mostrando que, na mesma edição, havia cinco páginas de publicidade do Banco Opportunity, de Daniel Dantas. Os ataques de Mainardi visavam defender o Opportunity.

No segundo ataque, na semana seguinte, a Folha impediu minha resposta. Não havia clareza, ainda, sobre o que ocorria. Sabia, apenas, que havia movimentos de placas tectônicas se movendo na mídia e que meu tempo na Folha estava no fim. Com o tempo, ficou claro o alinhamento da Folha com Dantas. 

Saí da Folha algum tempo depois. Julgava que havia uma pressão de Dantas. Levou algum tempo para cair a ficha de que o responsável foi André Esteves, do Pactual. Mas esta é outra história.

Saindo da Folha, me preparei para a guerra com a Veja, mas levei uns 6 meses para entender todas as peças do jogo.

Era evidente que, ao permitir ataques contra seus jornalistas, O Globo e a Folha estavam acertados com Civita. Mas qual a lógica por trás desses ataques?

O jogo foi clareando progressivamente. Uma das peças centrais foi o caso Tales Alvarenga, ex-diretor de redação, que se tornara uma espécie de diretor responsável, com uma coluna semanal. Foi o primeiro a introduzir o estilo de ódio que se tornaria dominante nos meses seguintes.

Quando o jogo ficou claro, comecei a escrever a série “O caso de Veja”. Àquela altura, Caio Túlio Costa assumira a direção do iG e me convidou para levar o blog para lá.

Foi uma guerra sem quartel. Veja contratou o colunista Reinaldo Azevedo na época, ao lado de Mainardi, o propagador do estilo Olavo de Carvalho na mídia. Valendo-se do amplo espaço do portal da Veja, Azevedo produziu o equivalente a 500 páginas de ataques a mim, ao lado de Mainardi, que continuava com seus ataques.

Foi um jogo sujo, onde o maior desafio era não entrar nas baixarias dos ataques. O que mais me impressionou era o temor generalizado que Veja infundia em todos.

Passei os anos 90 e metade dos anos 2000, enquanto estive na Folha, na defesa das vítimas dos linchamentos de mídia. Fui o responsável por virar o caso Escola Base, Bar Bodega, a desmascarar o jogo de Paulo Maluf com os precatórios, a defender Chico Lopes, quando sua casa foi invadida, a defender inúmeras pessoas vítimas da máquina de moer reputações da mídia. Quando começaram os ataques da Veja, fiquei só. Ninguém tinha coragem de ir contra a máquina de assassinar reputações que a revista se tornara.

O único consolo era o apoio dos leitores no Blog. Lembro-me, depois de um dia extenuante, um leitor do interior de Goiás pedindo que não desanimasse, oferecendo a bicicleta dele para uma rifa, para me ajudar na defesa.

Foi um período de poucos blogs, mas que me convenceu definitivamente da importância de se dar voz aos invisíveis.

Não havia limites para os ataques. 

Antes de começar a guerra, reuni minhas duas filhas mais velhas e minha esposa na época, e contei o que pretendia fazer. Disse que afetaria a vida de todas. Recebi luz verde:

  • Pai, se você não enfrentar os ataques, você vai morrer de desgosto.

Mas foi um desafio cruel. As caçulas tinham 8, 9 anos, iam para a escola e não sabíamos o que chegaria a elas. Chegaram a insinuar até que eu frequentava saunas gays, como uma espécie de defesa, caso quisesse explorar maledicências que circulavam contra um dos agressores.

Minha ex entrou em depressão. Cometi a imprudência de reclamar contra as baixarias e expor os estragos que estava trazendo à família. Mas o alerta serviu apenas para que os ataques aumentassem. E não havia uma voz sequer para se solidarizar, nem mesmo aqueles que eu havia defendido.

Pensava, inicialmente, que os ataques não eram de conhecimento de Civita, por ser pela Internet. Depois, caiu a ficha de que eram comandados integralmente por ele. Já estava em andamento a construção do discurso de ultra-direita.

Lembro-me de um episódio, no qual Azevedo atacou a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por financiar um trabalho de redução de danos na saúde mental. Acusou de traficante a orientadora da tese – uma professora de 70 anos. A pressão era tão intensa que a Fapesp quase recuou e cassou a bolsa de pesquisa. Liguei para a direção, na época, alertando que o recuo significaria a desmoralização da instituição.

Depois percebi que os assassinatos de reputação visavam criar uma aura de temor em torno da revista, para possibilitar negócios variados de Civita, na disputa de livros didáticos, cursos apostilados, na venda de capas para a indústria farmacêutica e outras mais, tudo devidamente retratado na série.

Quando a série saiu, o jogo piorou, mas apareceram aliados dos mais inesperados. Os jovens pioneiros da Internet descobriram que se houvesse links para a matéria em vários blogs, ela subiria no ranking de buscas do Google. Montaram a operação e, cada vez que alguém digitava a palavra “VEJA”, o Caso de Veja aparecia no segundo lugar na busca.

A Abril passou recibo, ao tentar bloquear a série nos seus servidores.

Percebi que para encerrar aquele inferno, a única maneira seria direcionar as críticas às pessoas físicas dos jornalistas envolvidos na guerra suja. Atirar contra a Veja teria o mesmo resultado de uma estilingue contra um tanque.

A reação da Abril consistiu em abrir cinco processos simultâneos, em nome de quatro jornalistas e dela mesmo, e me chamar para conversar. O enviado foi Sidnei Basile, excelente pessoa e assessor especial de Civita.

Ele entrou em contato através de minha irmã, indagando se poderia falar com ele. Claro, era um velho companheiro. Marcamos um almoço com uma condição:

  • Sidnei, na primeira parte da conversa você é o assessor do Civita. Na segunda parte, é um velho companheiro, que vai me explicar que loucura é essa que se apossou da revista.

Na segunda parte, ele admitiu a imprudência da redação, em se envolver com os arapongas de Carlinhos Cachoeira. A matéria que assustou a Abril havia sido justamente um dos capítulos da série, no qual mostrava as ligações da sucursal de Brasília com o bicheiro.

A proposta de Basile era clara. Se eu parasse de atacar a Veja, eles retirariam os processos.

Lembrei de cada ataque que saía na revista, da angústia de  ligar para as tias idosas, para as irmãs e as filhas, acalmando-as. E a tensão esperando o próximo ataque, E recusei.

Explodiram as ações.

Minha defesa ficou nas mãos de Tais Gasparian, Marco Antonio Barbosa e Samuel MacDowell Figueiredo. Levantei todos os ataques que havia sofrido e, mesmo não sendo advogado, julguei que a estratégia de defesa seria considerar a revista uma organização hierárquica. Ou seja, não teria como comprovar que as críticas ao diretor da publicação eram uma reação aos ataques que sofria de seus subordinados, se não ficasse claro que Veja era uma estrutura hierárquica rígida, na qual nada saía sem controle expresso da direção.

Na época, consultei Manuel Alceu, o maior especialista no tema, e ele concordou. Ficou de dar um parecer para unificar as ações.

Os advogados não toparam. Não insisti por confiar na sua experiência. Nem questionei linhas de defesa que pareciam mais um copy-paste de ações habituais de defesa de jornalistas. Apenas tempos depois descobri que havia a possibilidade da reconvenção – isto é, o réu acusar o acusador apresentando elementos que caracterizariam o ataque prévio -, mas que não foi utilizado.

Passamos pelo desafio da 1a instância. No meio do caminho, fui chamado a uma reunião no escritório, onde Samuel McDowell anunciou que estavam deixando o caso. A razão óbvia era não se indispor com a mídia, já que a guerra tinha se espalhado por outros veículos. Deu outra explicação qualquer e tirou o corpo.

E aí entro na questão do direito de resposta.

O Supremo Tribunal Federal tinha acolhido a pretensão de Ayres Brito, de revogar a Lei de Imprensa. Não houve nenhuma preocupação com os efeitos da medida sobre o mundo real, o direito de resposta, os limites das condenações pecuniárias etc.

Minha ação foi protocolada na Vara de Pinheiros. Durante meses e meses não se tinha decisão, havia toda sorte de protelações.

Na época, escrevi um artigo criticando as manobras da juíza para não conceder o meu direito de resposta. Por engano, troquei o nome da juíza. A juíza citada incorretamente abriu uma ação por difamação. Ou seja, considerou-se difamada por ter-lhe atribuído decisões de uma colega sua. A ação caminhou, fui condenado a indenizá-la. E o direito de resposta não saía.

Agora, saiu. Para que servirá? Para nada. 

Durante todo esse período, as acusações ficaram girando na Internet e virei alvo de todo tipo de lawfare. Meu contrato com a TV Cultura foi rompido pelo Paulo Markun, por críticas que fiz, no meu blog, às manobras de José Serra com a Sabesp. 

Só depois de rompido o contrato com a Cultura, recebi uma proposta da TV Brasil, que estava sendo montada. Na época, sempre aparecia como um dos três finalistas em jornalistas impresso e eletrônico nas votações do Comunique-se. Fui acusado pela Folha de ter sido contratado sem licitação. A repórter foi incumbida de ouvir a Fundação Padre Anchieta sobre isso. Ouviu a resposta óbvia, que não havia licitação para a contratação de jornalistas. A informação foi suprimida pela então editora Vera Magalhães.

A pressão era tão grande que, em 2010, a TV Brasil suspendeu o pagamento enquanto não entregasse todos os programas até julho, para, então, romper o contrato. Só voltou a me recontratar 3 meses depois.

Todos os passos que dei, inclusive enfrentando a máquina de assassinar reputações da antiga Veja, foram em defesa do jornalismo.

Dias atrás participei de uma live e um espectador comentou. Disse que era jovem e sempre achou que eu era um bandido total. Só mudou de opinião quando passou a buscar mais informações.

O único efeito da publicação do direito de resposta  foi relembrar os momentos cruciais e me permitir uma auto-análise: sabendo tudo o que aconteceria posteriormente, eu tomaria as mesmas decisões novamente?

Aí vêm as palavras de minha filha:

  • Pai, se você não enfrentar os ataques, vai morrer de desgosto.

 

Aqui, o link para a série O Caso de Veja.

E uma palestra que dei na CEUB, em Brasilia

 

 

 

Luis Nassif

41 Comentários

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  1. “oferecendo a bicicleta dele para uma rifa, para me ajudar na defesa.” Sao pessoas assim que fazem acreditar que a luta vale a pena.

    Hum então Vera Magalhães não é assim de hoje…

    1. Conheceis a Verdade. E a Verdade Vos Libertará. E a Verdade é libertadora. Esta é a Imprensa Brasileira? Mas esta não é a Imprensa que se diz livre, que buscou por esta tal Democracia? Não são as Páginas de Carta, de Kfouri, de Nassif, de Dines,…? Omissão ou Cumplicidade? Quando então valeu o caráter de Civitta’s? De Fria’s? De Mesquita’s? De Marinho’s? Ou vemos que nunca valeram fora a perpetuação destes 90 anos de Estado Ditatorial caudilhista Absolutista Assassino Esquerdopata Fascista?! Ou toda sua narrativa não é apenas a continuidade do Braço Fascista sobre a Imprensa Nacional e Paulista de Chateaubriand, fabricando as Notícias para o ‘Patrão’? Ou fabricando a Censura para o ‘Patrão’? Ou a Imprensa não é Voz e Silêncio ao mesmo tempo? O que é Notícia, quando não está na Imprensa? Suas acusações, e já são dezenas, basicamente acontecem na Redemocracia, entre Progressistas, Socialistas, ‘o Povo Escolhido’ pela Imprensa Tupiniquim. Entre os tais “Democratas” na Redemocracia de uma Constituição Cidadã !!! Então era isto? Serra, sempre ele, o Abutre que aparece em todas acusações de diversos Jornalistas, não era o Estadista à altura do Brasil? O Político que representaria a grandeza da Nação? Então estes 40 anos foram jogos nesta latrina? Qual é a explicação? Omissão, Cumplicidade ou Covardia? Agora nos instantes finais do segundo tempo da prorrogação é que são revelados quase meio de século entre Crimes e Criminosos? Como isto foi possível? Lembro do caso dos Precatórios de Paulo Maluf. Covas, Quércia, toda ‘Petezada’ condenando que aquilo não era possível !! Os Precatórios deixados por Maluf na ordem de 14 bilhões foram arremessados nos Governos Quércia e Covas, com as bençãos de FHC, para a estratosfera de quase 100 bilhões. Isto depois de doarem todo o Brasil e SP. De CSN, a Vale, passandso por CSN, Rodovias, Liberdade, incluindo Nossa Caixa e Banespa. Desonesto era o Maluf?! Aqueles Precatórios, que de forma criminosa e desavergonhada não eram pagos por Maluf?! Estamos vendo a Verdade, depois de 40 anos. Como estão os Precatórios da cidade e estado de São Paulo, atualmente? Então era esta Verdade que foi sendo escondida e omitida por longas 4 décadas? Pobre país rico. 40 anos. E é esta Imprensa “Institucionalizada” que é a 1.a linha de combate contra a chamada FAKE-NEWS?!!! A Verdade é Libertadora. Mas de muito fácil explicação.

  2. A imprensa brasileira seria tão ruim se o nosso Judiciário não fosse pior do que ela?
    Essa pergunta é importante, Nassif. A resposta dela nos ajuda a compreender como e porque o Lawfare ganhou uma dimensão ciclópica, mitológica, durante e depois da aventura lavajateira. A Lava Jato por certo terminou, mas a estrutura em que ela operou ficou intacta. Nenhum desembargador do TRF-4 ou ministro do STJ e do STF que participou ativamente da destruição dos inimigos (a soberania popular, o Brasil inclusivo, a economia brasileira, a Petrobras, a soberania sobre o pré-sal, o PT e Lula, não necessariamente nessa ordem) sofreu qualquer represália. Muito pelo contrário, eles estão todos em seus postos e apenas Sujo Moro foi expelido para fora da Justiça Federal.

    O seu direito de resposta pode ser tardio e politicamente irrelevante. A sua resistência, entretanto, o permitiu ver o começo do fim daquela máquina de destruir reputações.

    Reinaldo Azevedo, repórter esgotífero que também me atacou uma vez no seu blogue (e que eu desafiei inutilmente para uma briga de rua), agora anda por aí como se fosse um legítimo defensor da democracia, um adversário do bolsonarismo que ele mesmo ajudou a fortalecer enquanto criava o vácuo político que foi explorado pelo mito. Ele passaralho, você passarinho. Continue cantando e não tenha medo das pedras. A História as condenará a ficar por aí, chorando sozinhas no mesmo lugar, como diz a música de Raul Seixas.

  3. Olá Nassif.
    Neste período você foi o mais importante Jornalista do Brasil.
    Sua coragem e inteligência são exemplos muito positivos. Hoje, nestes tempos sombrios, você ainda é uma importante referência.
    Tudo de bom pra você e sua família.

  4. Nossos agradecimentos a tua filha. E confesso, lia o Reinaldo (tio Rei, como um bando de babacas o chamava) e lembro o ódio que despejava e seus seguidores babando atrás. Não entendia o pq. Obrigado por esclarecer.
    Sinceros abraços. Continue.

  5. Caro Nassif,
    Quando mais jovem eu via seus comentários, principalmente sobre economia, e pensava que você era o cara que entendia de economia na redação. Sempre notei que você procura se desviar ou se afastar fenomenologicamente dos padrões gado de análise. Serviu de inspiração para o minha forma de trabalho.
    Venho aprendendo a apreciar os textos como construções literárias, independente de seu conteúdo objetivo.
    Para mim, você é um dos maiores jornalistas da atualidade pois seu olhar não se limita a fatos-mônadas, mas procura ver o máximo de relações viáveis sobre o tema. Além disso, um texto agradável que estimula nossa inteligência e não nossos instintos animalescos. Racionalidade modesta comum às maiores inteligências.
    Esse texto, com toda a carga emocional que tem, emociona pela beleza e pela certeza de que o justo morre de joelhos, amarrado, mas lutando.
    O direito de resposta valeu, sim! Agora sabemos mais quem é quem! E mantemos nossa confiança de que a verdade é luz forte demais para ser escondida embaixo da mesa!

  6. Nassif,
    Aquele período inesquecível foi de enorme valia para que a sociedade, as pessoas pudessem observar quem era quem, mas me lembro que o atropelamento do cavalo Civita sobre o setor foi o fator dominante por algum tempo, o suficiente para envergar qq pessoa que se colocasse contra aquela verdadeira máquina de moer carne.
    Os detalhes daquele período ficam na memória de cada um dos que acompanharam a pancadaria diária, 24 horas por dia, e bastava mencionar o nome do blog para que o interlocutor o considerasse comunista, fenômeno que ocorre até hoje, se bem que em menor escala – é assim que pode ser percebido o poder da grande mídia, capaz de deixar qualquer pessoa influenciável literalmente idiotizada por meio daquele discurso canalha de esquerda contra a direita que, até hoje, vira e mexe aparece por aí.
    Como um dos muitos participantes ativos daquele momento bastante especial, em minha opinião o melhor, o mais instigante e, principalmente, o momento que melhor mostrou as entranhas deste país que ainda precisa ser melhor avaliado, afinal, saber que um pústula como DMainardi permanece encantando os seus leitores e ouvintes com o habitual rol de cretinices não é pouca coisa.

  7. Ironicamente, o direito de resposta do Nassif chega agora, já no ocaso de Veja.
    Realmente, não vai servir para nada; ninguém mais lê Veja.
    Ninguém vê, ninguém lê.
    A única serventia é lembrar, aos que não acompanharam o caso, que mainardis e azevedos estão e sempre estiveram aí, na ribalta, vergando de acordo com o vento.
    Apesar das aparências, estarão sempre com as línguas bífidas do lado de fora da boca, uma parte para lamber o saco dos patrões, e outra para espalhar o veneno que lá recolhem.

  8. Jistiça que leva doze anos para reconhecer um direito de resposta não é justiça, é uma canalhada que tem cara e lado.
    O judiciário brasileiro é um monturo de merda!
    Obrigado Luis Nassif por sua coragem e pelo seu equilíbrio emocional e inteligência para enfrentar esta canalhice de jornalistas a ministros daquele tribunalzinho chamado stf.

  9. Nassif, acompanho vc ha tanto tempo, que nem sei precisar a data. Seu jornalismo é uma trincheira nesse nosso país tão louco, ao ponto de ter eleito o capitão.

  10. Q bom q não conseguiram enterrar vc e seus direitos ainda vivo !!
    Obs:VOTEM EU PRA PRESIDENTE DA CÂMARA,MEU NÚMERO É 1317,UNIREI NOSSO PÁIS CONTRA OS VERDADEIROS INIMIGOS EXTERNOS !!

  11. E o Nassif é tão democrata, tão democrata, que quando o infame Reinaldo Azevedo começou a se mostrar democrata eu, desinformada, comentei aqui no blog e meu comentário passou. Meu respeito ao homem e ao profissional Luís Nassif.

  12. Estou em quarentena,vamos combinar.
    Sobre esse assunto não posso passar por cima.
    Foi através do Caso de Veja,que vamos por assim dizer,adentrei à alma de Luís Nassif.
    Mesmo a distância,compartelhei como se minha fosse,as piores dores que um ser humano pode suportar.Lia os artigos de Mainardi (toda aquela agressividade que imprimia nos seus textos não só contra Nassif e demais,alem dos objetivos já expostos por Nassif,era uma briga intestina contra Deus por te-lo punido de ser um dos maiores cafajestes que a vida ejetou sobre a terra e detentor dos piores instintos da alma humana),e o do não menos canalha Tio Rei,demitido da revista depois de um grampo telefônico.
    Por diversas vezes fiquei acordado madrugada adentro,esperando mais um Capítulo do Caso de Veja,já consignado por mim por diversas vezes,como o mais importante trabalho jornalístico que tive a oportunidade de ler.
    Resumo da Ópera:Mainardi fugiu para Veneza,dizem com medo da cadeia,mas continua brigando com Deus e ainda produzindo cafajestagens financiado por dinheiro da corrupção.Tio Rei metaforsiou-se e Luís Nassif consolidou-se com o mais completo e brilhante jornalista de sua geração.No fundo,acho que lutou pela própria vida.

  13. Só há uma coisa nesse texto que não concordo, apesar de entender o que o Nassif, com quem me solidarizo, quer dizer: “que, depois de 12 anos, o direito de resposta não serve para nada”.
    A VERDADE, CARO NASSIF, É ATEMPORAL E SOMENTE ELA TRANSFORMA AS PESSOAS”.

  14. Nassif, se pudéssemos usar nesse caso aquela analogia das prateleiras (onde estariam colocados os jornalistas) você estaria ao lado de poucos profissionais na mais alta delas.
    Acompanho teu trabalho há muito tempo e posso afirmar que você é primeiro nível, daqueles profissionais que fazem a diferença. Mas como em toda evolução desse nosso universo, as coisas levam tempo: daqui algumas décadas quem serão mainardi, azevedo, olavo, markun, etc na fila do pão? Nessa fila, o padeiro que lhes servirá sem sorriso no rosto se chamará joaquim silvério dos reis.

    Parabéns e obrigado por existires. Nosso país precisa de mais brasileiros como você.

  15. Ei, Nassif. Você deveria requerer à Justiça que a Veja abra o direito de resposta para não assinantes. Fui tentar ler e fui direcionado para a página de assinaturas. É de certa forma um meio de evitar que o direito de resposta seja lido. Que negócio maluco esse de pagar para se ler um direito de resposta?

  16. O acompanho desde as colunas contra o senso comum,ainda no jornal do rato.
    Hoje,ainda que tardiamente,não podemos dizer que o efeito do direito de resposta foi inócuo.
    Deve ter trazido prejuízos de toda ordem para você e para sua família mas,mesmo assim,após 12 anos,a vitória veio,e veio também mostrando que se deve lutar sempre,que não se deve nunca aceitar a submissão aos desejos dos poderosos.
    Você demonstrou judicialmente aquilo que você sempre escreveu e escreve em suas colunas: Que o espaço para o contraditório deve existir e não pode ser retirado de ninguém.
    Parabéns! Que outros vários 12 anos nos posibilitem acompanhar essa sua trajetória.

  17. Nassif lembre que você é, e caráter pessoal e profissional, um dos ícones da luz, da resistência, do combate, da moral e da ética jornalística no Brasil. A sua história profissional se construiu de sucesso, por ter sido trilhada nos pilares acima descritos. Bem diferente de você e com existências totalmente opostas, trevosas, oportunistas, submissas e sem luz, a Veja, Mainarde e Cia, ainda que tarde, foram derrotados por você e hoje, 12 anos depois, se destacam mais pela decadência e pelo sucesso nas manchetes policiais. Hoje, 12 anos após, você mantém a cabeça erguida, a sua luz continua a brilhar, a sua História e a sua credibilidade reconhecidas e admiradas em todo mundo. Porém, quanto a eles….

  18. O Caso de Vejo é uma reportagem sensacional, sem querer bajular. Imprimi todo o texto em cerca de 10 cópias e distribuí com colegas que eram assinantes da revista. Com a leitura, dois deles me disseram que não renovariam a assinatura. Uma gota no oceano, mas acho que valeu a pena.

  19. Nassif, saiba q em momento algum, durante todo esse seu calvário, titubiei. Sempre o tive como um ícone do jornalismo verdadeiro. Parabéns pela resistência e por seguir firme defendendo os preceitos do bom jornalismo.

  20. Luis Nassif é perseguido por ser um dos maiores jornalistas dos últimos tempos. É combatido por todos aqueles que se contorcem diante de sua grandeza e de seu posicionamento em defesa da maioria. O que seria da democracia se não houvesse jornalistas do quilate de Nassif?

  21. Grande Nassif,
    O direito de resposta serve, sim, para muitas coisas, entre elas que não se deve confiar em certos advogados… O papel de S. Basile nesse episódio também me parece um horror, assim como do JR Guzzo. Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo não contam, são pau-mandados

  22. Nassif, és um baita Jornalista e tudo isso mostra o teu valor e a tua dignidade! Como nossa mídia é podre e, como diz o grande jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, também, incompatível com a democracia.

  23. Na pequena opinião deste leigo, para a eficácia da mensagem e a boa economia dos donos do site, esta e qualquer outra matéria importante necessitam de 2 vídeos: um integral e outro simplificado, de poucos minutos – que será o mais visto, curtido e problematizando nós comentários.

  24. Então, Nassif, vc honra a coragem. Saiba que no mundo do poder quem, como vc, resiste, é sempre apedrejado. Cumprimento a vc e a suas filhas pela coragem.
    Vc no jornalismo faz lembrar o destemor de Brizola na política.

  25. Nassif, meu caro, nem sei se vais ler esse comentário, pois vejo que tens o hábito de não leres, talvez por autodefesa ou por alguns motivos que me escapam, mas vou diferentemente dos outros que tecem elogios rasgados a ti vou fazer mais uma das críticas que te faço durante esses tempo que escrevo tanto no PORTAL LUIS NASSIF que começo a publicar a mais de 18 anos e com essa colaboração tomo o direito de fazer algumas críticas não a tua obra, mas a forma de agir perante a ela.
    Como a tua ética ainda não conseguiu se libertar da ética católica conservadora que lhe foi ensinada pela tua família, sempre levas consigo a ideia do Pecado Original, ou seja, quando começas a ser atacado procuras ver aonde estás errando, porém o raciocínio deve ser ao contrário, quando começas a ser atacado deves procurar a onde estás acertando, para simplesmente aplicar maior vigor nos acertos e com isso conseguires sair do sufoco.
    É surpreendente que em 2007-2008 tinhas um dos blogs mais importantes do jornalismo brasileiro, entretanto sempre vias esse blog mais como uma atividade de segunda linha em que teu trabalho. Enquanto jornais eletrônicos bem mais recentes como o 247 e o DCM, que começam uma década após as tuas publicações ocupam um espaço diferente da forma que gerasse com o Portal e o GGN esses ultrapassam em muito as visualizações que obténs no GGN e ficas completamente para trás em relação aos outros quando se fala em YouTube.
    O teu canal do YouTube foi aberto em 18 de abril de 2013, os canais do 247 e DCM foram abertos em 28 de junho de 2015 e 26 de outubro de 2018 ou seja, um dois e cinco anos após o TV GGN, entretanto enquanto a TV GGN tem somente 35 milhões de visualizações e 186 mil inscritos o 247 tem 272 milhões de visualizações e 612 mil inscritos e o DCM 167 mil inscritos e 48 milhões de visualizações.
    Em resumo, fazes uma análise corretíssima quando a perda de importância da imprensa escrita e a TV e por outro lado não dás a devida importância a Internet.
    Se Paulo Henrique Amorim não tivesse falecido, seu canal Conversa Afiada já teria chegado a quase dois milhões de inscritos e certamente se mantivesse o mesmo número de visualizações estaria em torno de 200 a 300 milhões dessas.
    Sei que te sentes desconfortável a frente do computador, mas vejo que estás melhorando, porém estás numa encruzilhada em que deves te decidir, ou adotar uma solução caseira (uma firma familiar) como está fazendo o DCM mas está incorporando mais pessoas na sua grade de conteúdos e retoma o crescimento, ou adotas uma solução de imprensa profissionalizada como está fazendo o 247, uma aposta mais arriscada mas a única capaz de sobreviver no futuro.
    Mas voltando ao assunto do post, se notas que começa uma intensificação da campanha contra a tua pessoa, ou profissionalizas mais a TVGGN pegando não pessoas que te agradam mas que chamem público, ou simplesmente te aposentes.

  26. Prezado Nassif, te admiro como pessoa e jornalista, adoraria poder te conhecer pessoalmente um dia, grande brasileiro! Parabéns a você e a árvore se conhece pelo fruto: olha sua filha aí nos salvando a todos! Feliz Natal, Feliz Ano Novo!

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