Morre a incansável ativista Therezinha Zerbini

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

 

 

Jornal GGN – A advogada, ativista, fundadora do Movimento Feminino pela Anistia, do Jornal Maria Quiteria e do Brasil Mulher durante a ditadura, Therezinha Zerbini, faleceu hoje aos 87 anos.

Therezinha era a viúva do general Zerbini, cassado pela ditadura e cunhada do Dr Zerbini. Durante os anos de chumbo, ela demonstrou que ter medo era um luxo que não se poderia ter. Neste período, escondeu e cuidou de estudantes feridos pela polícia em sua casa, no bairro do Pacaembu, em São Paulo. E, durante os anos de repressão, ainda trabalhou para levantar recursos que pudessem auxiliar aos clandestinos.

Foi presa pela Operação Bandeirantes, sob a alegação de ter ajudado Frei Tito, amigo de sua família, para que pudessem usar o sítio em Ibiúna para a realização do Congresso da UNE em 1968, de onde centenas de estudantes saíram presos.

Ela respondeu ao inquérito policial militar e foi enquadrada na Lei de Segurança Nacional. Ficou oito meses presa. Saiu e continuou sua luta pela anistia. Em 1975, criou o Movimento Feminino pela Anistia (MFPA) que engrossou a luta pela redemocratização do Brasil.

O cineasta Silvio Back fez um Globo Repórter, “Mulheres guerreiras do Brasil” e neste documentário entrevistou a equipe do Brasil Mulher e, diz Beth Lorenzotti, “incrível o programa ir ao ar em plena ditadura”.

Ela também está no livro de reportagens “A mulher que era o general da casa – Historias da resistência civil à ditudura”, de Paulo Moreira Leite.

Com informações do facebook de Elizabeth Lorenzotti e do site da OAB-SP

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

20 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Ao que parece, foi um ser

    Ao que parece, foi um ser humano maiúsculo, marcando sua presença neste planeta de forma nobre e útil para a humanidade.

    Que DEUS a tenha no lugar que merece…

  2. Bem no hiato entre um confronto e outro.

    Lá se vai uma guerreira, fica o exemplo de lutas.

    Bem no meio entre um confronto e outro.

    Sintomático?

  3. Não sei se é correto, porém

    soube que o Dr. Zerbini, logo depois de ter realizado o primeiro transplante de coração leu nos jornais, ou recebeu uma informação de que o ditador da época, Costa e Silva desejava congratulá-lo ou então apenas encontrá-lo. 

    Nesta ocasião ele teria (repito, teria) imposto como condição para se encontrar com o ditador, que o inquérito contra “seu irmão militar” deveria ser encerrado. 

    Logo depois ele recebeu ou teria recebido em casa todo o processo. Aí sim, se encontrou com o ditador. 

    1. A verdadeira HIstória da

      A verdadeira HIstória da Ditadura e de seus muitos heróis transformados em vilões e de seus muitos vilões pintados como heróis, aos poucos (e põem pouco nisso) vai aparecendo …

      Com diziz um velho sábio chinês: “Não se pode segulal a bosta debaixo da água pol muito tempo, né!?”.

      Tlim, tlim-tlim-tlim-tlim, tlim-tlim-tlim, tlim, tlim… (*musiquinha chineza)

       

      “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  4. Heroína.

    Até hoje havia passado “batido” o nome de Therezinha Zerbini pra mim.

    O que só confirma que a história real de quem desempenhou qual papel nos anos de ditadura ainda está mal contada, escondendo heroínas e protegendo criminosos.

    Minha homenagem à senhora em questão e meus respeitos à família dela.

  5. BOA VIAGEM SENHORA THEREZINHA

    BOA VIAGEM SENHORA THEREZINHA ZERBINI…

     

    Os Zerbinis são a prova ‘VIVA/morta’ de que nem todos os ricos são baixos, desonestos e covardes. Há raras exceções …

     

    “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  6. “A mulher que era o general

    “A mulher que era o general da casa”, conforme PML, deixa muitas saudades de sua luta e exemplo pra todos os humanistas do país.

    Descanse em paz!

  7. Meus pêsames à família e

    Meus pêsames à família e minha sincera homenagem a essa valorosa e corajosa mulher. Sua vida prova que não é o que se tem na conta bancária ou a classe social que define o caráter de uma pessoa, mas o que ela leva na cabeça e no coração. 

  8. MFPA

    O Movimento Feminino Pela Anistia foi a primeira mobilização – e, talvez, a mais importante, porque informou milhares de pessoas,  articulando até donas de casa em todo o País pela anistia, em um momento em que a sociedade estava submersa na escuridão da falta de notícias sobre as perseguições, os exílios, as mortes e a tortura!  A Terezinha foi alguém especial que, com sua vivência, não dava tréguas à ditadura – creio que por sua experiência com o que ocorreu com o seu marido, oficial afastado do exército brasileiro por suas convicções. Meu profundo sentimento aos seus familiares e amigos a quem dirijo expressa gratidão por terem partilhado de sua luta e de sua coragem ao defender os que precisavam de auxílio naqueles tempos sombrios. 

  9. Ref. morte Therezinha Zerbini

    Prezados editores,

    A boa prática jornalística recomenda que matérias tratando de óbito de pessoas públicas contemplem a menção e relato da causa mortis. Tal abordagem não visa adentrar em aspectos íntimos de familiares, mas sim elucidar e informar temas afetos à saúde, que são sempre de interesse público e como tal, merecedores de uma ampla e efetiva abordagem do profissional de comunicação social.

    Atenciosamente,

    Douglas Fernandes

    1. Prezado Douglas

      Bom dia, Douglas

      Você tem razão. A fonte da matéria sobre a morte de Therezinha Zerbini foi o site da OAB-SP e o Facebook. Nenhuma das fontes trazia a causa mortis. Publicamos mesmo assim, celebrando a vida de Therezinha Zerbini. 

      Folha, Estadão e site da Veja foram na mesma fonte, como dá para perceber nas matérias que soltaram. A causa mortis não aparece.

      Apesar de concordar com você, manteremos a matéria no ar. Celebração de vida, pode-se dizer.

      Abraços e obrigada por nos alertar

      Lourdes

      1. “Militares que Disseram NÃO ”

        No excelente documentário do Sílvio Tendler, “Militares que Disseram NÃO” há relatos emocionantes desta grande guerreira e de outras figuras diretamente ligadas as forças Armadas e que entrarão para a história como bravos guerreiros pela legalidade e pela democracia brasileira .

        [video:https://youtu.be/6hD8JIHbu3w%5D

  10. Um dia triste. Vai-se um

    Um dia triste. Vai-se um bastião da justiça e da liberdade.

    Uma mulher de verdade, uma defensora da verdade.

    Nunca esqueceremos o que fez por nosso país e seus compatriotas

    – Companheira Therezinha Zerbini!!!!

    -Presente agora e sempre!!!!!

    Muita luz e paz pra ti.

     

     

  11. Missa de 7º de Therezinha Zerbini

    A missa de 7º dia do falecimento de THEREZINHA ZERBINI será realizada dia 21-março-2015 (sábado), às 9p0min., na Igreja de São Domingos , na Rua Caiubi, 164 – Perdizes – São Paulo.

    Ela sempre me dizia que deveríamos promover uma reunião entre os amigos: “Unidos na diversidade…” Gostava de citar Santo Agostinho: “O coração é a sede da memória.”
    Ela não tinha preocupação qual era o credo, a cor, a raça ou a qual partido a pessoa pertencia…a todos mirava com seus lindos olhos azuis, acolhia com sorriso e a cordialidade que lhe eram peculiares.
    Ela viverá na memória de todos que privaram de sua amizade.
    A luta continua.

  12. Missa de 7º de Therezinha Zerbini

    A missa de 7º dia do falecimento de THEREZINHA ZERBINI será realizada dia 21-março-2015 (sábado), às 9p0min., na Igreja de São Domingos , na Rua Caiubi, 164 – Perdizes – São Paulo.

    Ela sempre me dizia que deveríamos promover uma reunião entre os amigos: “Unidos na diversidade…” Gostava de citar Santo Agostinho: “O coração é a sede da memória.”
    Ela não tinha preocupação qual era o credo, a cor, a raça ou a qual partido a pessoa pertencia…a todos mirava com seus lindos olhos azuis, acolhia com sorriso e a cordialidade que lhe eram peculiares.
    Ela viverá na memória de todos que privaram de sua amizade.
    A luta continua.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador