Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
[email protected]

O urubu, quando de azar, o de baixo mela o de cima!

Por Luciano Hortencio

 

Compadre, você me diga,

Me diga só de um arranco:

Por que é que galinha preta

Põe por força ovo branco?

 

Urubu comeu, urubu bebeu

Urubu comeu, urubu bebeu

 

Caboclo, vancê não treite

Sai p’ra fora e desembucha,

Qu’eu gosto de vê o cabra

É na boca da garrucha.

Urubu comeu, urubu bebeu

Urubu comeu, urubu bebeu

 

Caboclo bom no riscado

Não arreceia o destroço:

Eu sou um cabra sarado

Criado com chumbo grosso.

 

Urubu comeu, urubu bebeu

Urubu comeu, urubu bebeu

 

Eu não sou da terra não, 

Eu sou lá do Tararé

Só procuro um cabra bom

Pra rufar comigo o pé.

 

Urubu comeu, urubu bebeu

Urubu comeu, urubu bebeu

 

Ha duas coisas no mundo

Que me faz admirar:

Trem de ferro andar no chão,

Telegrama andar no ar.

 

Urubu comeu, urubu bebeu

Urubu comeu, urubu bebeu

 

Ha duas coisas do mundo

Que dão confusão na gente:

E’padre ir para o inferno

E doutor ficar doente.

 

Urubu comeu, urubu bebeu

Urubu comeu, urubu bebeu

 

Pulseira de besta é peia,

Lençol de burro é cangalha,

Mulher de padre é visage,

Cabra safado é canalha.

 

Urubu comeu, urubu bebeu

Urubu comeu, urubu bebeu

 

Urubu quando infeliz

Não ha pau que o agasaie:

Si senta no verde seca,

Si senta no seco cai.

 

Urubu comeu, urubu bebeu

Urubu comeu, urubu bebeu

 

Eu plantei no meu quintal

Uma cabeça de urubu

Nasceu a velha careca

Toma de volta pra…

 

Urubu comeu, urubu bebeu

Urubu comeu, urubu bebeu

 

Bahiano, Vicente Celestino e Coro – URUBU SUBIU. Odeon Record 121.318. Ano de 1917. Fonograma cedido pelo Arquivo Nirez, em Fortaleza – Ceará.
 
Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

23 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

      1. Amigo Luciano

        Eu não posso ouvir falar em Urubu que lembro sempre do Baiano e os Novos Caetanos. Fico até com peninha do pobre urubu!

        Urubu tá com raiva do boi
        E eu já sei que ele tem razão
        É que o urubu tá querendo comer
        Mais o boi não quer morrer
        Não tem alimentação

        O mosquito é engolido pelo sapo
        O sapo a cobra lhe devora

        Mas o urubu não pode devorar o boi:
        Todo dia chora, todo dia chora.

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=p91zSr3MYCc%5D

        “O norte, a morte, a falta de sorte…
        Eu tô vivo, tá sabendo?
        Vivo sem norte, vivo sem sorte, eu vivo…
        Eu vivo, Lu.
        Aí a gente encontra um cabra na rua e pergunta: ‘Tudo bem?’
        E ele diz pá gente: ‘Tudo bem!’
        Não é um barato, Luciano?
        É um barato…”

        Abração!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador