Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Oh, que légua tão tirana!!!

Oh, que estrada mais comprida

Oh, que légua tão tirana
Ai, se eu tivesse asa
Inda hoje eu via Ana

Quando o sol tostou as foia
E bebeu o riachão
Fui inté o juazeiro
Pra fazer minha oração

 

Tô voltando estropiado
Mas alegre o coração
Padim Ciço ouviu a minha prece
Fez chover no meu sertão

Varei mais de vinte serras
De alpercata e pé no chão
Mesmo assim, como inda farta
Pra chegar no meu rincão

 

 

Trago um terço pra Das Dores
Pra Raimundo um violão
E pra ela, e pra ela
Trago eu e o coração

 

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

19 Comentários

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  1. MINHA VIOLA

     

    Minha viola querida,

    Certa vez, na minha vida,

    De alma triste e dolorida

    Resolvi te abandonar.

    Porém, sem as notas belas

    De tuas cordas singelas,

    Vi meu fardo de mazelas

    Cada vez mais aumentar.

    Vaguei sem achar encosto,

    Correu-me o pranto no rosto,

    O pesadelo, o desgosto,

    E outros martírios sem fim

    Me faziam, com surpresa,

    Ingratidão, aspereza,

    E o fantasma da tristeza

    Chorava junto de mim.

    Voltei desapercebido,

    Sem ilusão, sem sentido,

    Humilhado e arrependido,

    Para te pedir perdão,

    Pois tu és a jóia santa

    Que me prende, que me encanta

    E aplaca a dor que quebranta

    O trovador do sertão.

    Sei que, com tua harmonia,

    Não componho a fantasia

    Da profunda poesia

    Do poeta literato,

    Porém, o verso na mente

    Me brota constantemente,

    Como as águas da nascente

    Do pé da serra do Crato.

    Viola, minha viola,

    Minha verdadeira escola,

    Que me ensina e me consola,

    Neste mundo de meu Deus.

    Se és a estrela do meu norte,

    E o prazer da minha sorte,

    Na hora da minha morte,

    Como será nosso adeus?

    Meu predileto instrumento,

    Será grande o sofrimento,

    Quando chegar o momento

    De tudo se esvaicer,

    Inspiração, verso e rima.

    Irei viver lá em cima,

    Tu ficas com tua prima,

    Cá na terra, a padecer.

    Porém, se na eternidade,

    A gente tem liberdade

    De também sentir saudade,

    Será grande a minha dor,

    Por saber que, nesta vida,

    Minha viola querida

    Há de passar constrangida

    Às mãos de outro cantor

    Ilustrações: telas de brilhantes artistas Naif brasileiros, disponíveis na Internet

    O poema é do genial Patatitva do Assaré

    1. Meu parceiro JNS, vulgo Jones!!!

      Eu tenho violas para todos os gostos, tenho umas três ou quatro “Quebradas”; tenho “Cantadeiras”, tenho violas que vão pro “Fundo do Baú” e outras mais. Apesar da diversidade de “Violas”, não perderia por dinheiro nenhum no mundo a oportunidade de divulgar a voz da minha querida amiga D’ALVA STELLA NOGUEIRA FREIRE, nem, muito menos, o piano de NÍZIA DIOGO MAIS, outra querida amiga que partiu para o plano maior.

      Anexo ainda dois vídeos que editei por ocasião dos 90 anos da minha querida amiga e regente. D’Alva Stella completará 91 anos agora em janeiro, com toda lucidez. É ela quem me socorre nas dúvidas que surgem quando da edição de vídeos que contêm composições mais antigas e complicadas.

      Abração do luciano

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=b7Tac7RGwkE%5D

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=bWpSdWv85BI%5D

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=gK8Ln5VQC94%5D

       

      1. Era uma vez

         

        Em uma misteriosa ilha do Mediterrâneo

        As Sereias – seres marinhos, metade mulheres, metade pássaros – tocavam e cantavam as músicas maravilhosas do álbum ‘Sons da Terra do Sol’, que enfeitiçavam quem passava junto a ilha e as ouviam.

        Hipnotizados, os navegantes aproximavam-se demasiado das costas rochosas, naufragavam e os marinheiros eram devorados pelas fascinantes Sereias.

        Julisses, que ia navegar proximo do local, queria ouvir o ‘Canto das Sereias’ sem, no entanto, correr perigo ou colocar em risco os companheiros de viagem e as suas embarcações.

        Para isso, ordenou que os marinheiros e os remadores tapassem os ouvidos deles com cera e que o amarrassem, muito bem preso, ao mastro da embarcação.

        Em seguida, avisou-os de que não podiam libertá-lo, em circunstância alguma, mesmo que ele ordenasse ou implorasse insistentemente.

        Assim, Julisses conseguiu ouvir a beleza do ‘Canto das Sereias’ e evitou o perigo mortal que todos corriam.

        Depois que Julisses foi embora, a sereia D’Alva Stella foi aportar em Fortaleza, prá socorrer o velho Lobo do Mar do Ceará.

        E todos foram felizes para sempre, curtindo, na Internet, os seus vídeos, que, durante a viagem dele na Arca de Noé, eram updeitados por seletos e velocíssimos pombos correios.

        Antes que ela me jogue uma praga maligna, mando um beijo carinhoso pra Dona Stellita.

        1. Don Giovanni!!!

          E Deus te livre da pronta resposta e do raciocínio rápido da D’Alva Stella, amigo JNS! É famosíssima por suas tiradas bem e também mal humoradas… Não deixa nada sem resposta e nunca deu ponto sem nó!

          Bia Lessa veio a Fortaleza montar a ópera Dom Giovanni. Mega espetáculo! Celeuma na cidade. Todo mundo sendo convidado a participar e nada de D’Alva Stella ser chamada. Só se falava na ópera nos meios artísticos, principalmente no Conservatório de Música Alberto Nepomuceno.

          Em uma noite, antes de começar o ensaio do Coral de Câmara, estavámos a bater papo no hall quando chega um aluno meio “sem noção:

          – E aí, D’Alva, vai participar de Dom Giovanni?

          – Não, meu filhinho, até porque não fui convidada! Não se precupe, porém. Quando tiverem a necessidade de uma índia velha para jogar flechas na platéia eles saberão me procurar…

          FUI!

          1. Muxoxo

             

            Quem perdeu foi Dom Giovanni

            São preciosidades como o seu relato coloquial que humanizam este espaço tão… (mais não falo, por não ser muito prudente).

            E mais palmas pra D’Alvinha Flecheira, que, diante de reiterados rapapés, não vai soprar a sua zarabatana envenenada pro meu lado.

  2. ATÉ O SOL RAIAR

     

    “Cortaram a cabeça do Rei, mas não mataram Lampião”

    Usando a moderna técnica da animação em 3D, o curta é uma narrativa fantástica de uma lenda sertaneja. Os personagens de barros feitos por um artesão de uma humilde vila sertaneja ganham vida e agitam o sertão numa noite de São João, como nos memoráveis tempos do cangaço.

    Humor, drama e ação compõem o fio condutor da história, levando a um final contado em prosa e verso por gerações de homens e mulheres que presenciaram os fatos narrados no filme.

    Além da perfeita execução técnica, é emocionante como o roteiro do curta foi bem elaborado, unindo várias ícones culturais nordestinos (artesanato, forró, festas juninas, cordel, cangaço) numa história muito bacana.

    [video:http://youtu.be/xBY18HuLFbE width:600 height:450]

    Ilustração com fotos do artesanato de barro produzido no exuberante nordeste brasileiro.

          1. Rapá

             

            Deu no

            – INSIPIDUS BLOG

              – MANOEL DE BARROS

            “Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade.”

            Parça Marvado, o meu avatar no INSIPIDUS BLOG, o meu blog, aquele que não fede e nem cheira, como tantos porraí, será M.S.C., as iniciais de Mulo Sem Cabresto, que vem a ser o irmão gêmeo da  famosa Mula Sem Cabeça e primo da perseguida Mula Sem Cabaço, da nobre linhagem muar do INCITATUS.

            Abraço arroxado!

            Não roxo.

  3. Tributo

     

    MONUMENTO EM HOMENAGEM AO TENOR DO CEARÁ

    Parceirinho Maior, após exaustivos estudos, este é o nível de detalhamento do meu particular projeto idealizado para homenageá-lo pela sua marcante carreira percorrida no mundo da música.

    Aguardo a sua aprovação para que eu possa, urgentemente, despachá-lo pelo Trem do Pantanal, que estaciona no Parque Ecológico do Rio Cocó, às 7:00, de acordo com o confiabilíssimo cronômetro do triptanolizado Raulzito.

    Meu ídolo, peço, por gentileza, conferir e assinar o documento atestando o recebimento do tributo dedicado a você, o extraordinário Tenor do Ceará.

    Peço, também, a sua aplicação para – após a inauguração do seu monumento, contando com a performance da nervosa banda de música local, tocando os clássicos da MPB das antigas – não se furtar a encomendar a cachaçada e a farra homérica, que na moita, não pode ser divulgada para o conhecimento da galera perfumada e deschegada nos rocks Dionísiacos que elevam a alma indócil da indomada Sociedade dos Poetas Loucos. 

    Inté intão!

  4. E estamos conversados

     

    Um sabiá-laranjeira
    Cantando no meu telhado
    Uma rede na sombra
    Meu potro de pêlo malhado
    Uma morena faceira
    No bolso algum trocado
    É tudo o que desejo
    E estamos conversados.

    [video:http://youtu.be/tW55jonnIeQ width:600 height:450]

    Nada mais há que eu queira
    Este é todo o meu tesouro
    Sou um homem abençoado

    [video:http://youtu.be/RUlyLeFzq1M width:600 height:450]

    Não devo ao imposto de renda,
    Não preciso advogado
    Nem ouro pra ser roubado.

    [video:http://youtu.be/m7ui1Z2pEQA width:600 height:450]

    Um sabiá-laranjeira
    Meu pôtro de pêlo malhado
    Uma morena faceira
    No bolso algum trocado
    Uma rede na sombra
    E estamos conversados.

    FRED MATOS POEMA | ARTE PICASSO

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