Os 110 anos de Ismael Silva, o Grande São Ismael, de olhos doces e fala educada

No palco do Zicartola, Hermínio Bello de Carvalho entrega a Ismael Silva a comenda Ordem da Cartola Dourada, em 1964

Por Mara L. Baraúna

(Niterói, 14 de setembro de 1905 – Rio de Janeiro, 14 de março de 1978)

Ismael foi o quinto e último filho do cozinheiro Benjamim da Silva e de Emília Corrêa Chaves. Quando tinha 3 anos, o pai faleceu e a mãe foi para o Rio de Janeiro trabalhar como lavadeira, levando o filho mais novo e deixando os maiores com parentes.

Depondo sobre sua vida, Ismael costumava ressaltar: eu fui um menino diferente. Vivia pedindo à minha mãe para me botar na escola. Um dia, como ela não me atendia, eu mesmo tomei a iniciativa de me matricular. Isso, quando tinha somente 6 ou 7 anos de idade. Embora um tanto exagerado pelo depoente – nem tudo o que se diz, se faz, cantava ele mesmo – esse fato pode ser considerado como uma manifestação precoce de seu temperamento voluntarioso. Essa escola ficava no Rio Comprido, um dos três bairros onde Ismael passou sua infância e juventude. Os outros dois foram Catumbi e Estácio.

Ismael fez Já desisti, seu primeiro samba aos 15 anos, inédito. Frequentava o Café Apolo, no Estácio, onde ficou logo conhecido e seu samba Me faz carinhos foi gravado em 1925, por Orlando Tomás Coelho, um pianista que era conhecido como Cebola.

Foi o criador do termo Escola de Samba e fundador da primeira escola, a Deixa Falar. Ismael, entusiasmado com a música que fazem seus companheiros do Estácio, o bairro onde mora, tem a ideia de formar uma agremiação de carnaval, cuja sede era próxima à Escola Normal. A Deixa Falar foi fundada em 12 de agosto de 1928, na Rua Maia de Lacerda, 27, casa de Chystalino, sargento da polícia e pai do sambista Biju. Comandada por Ismael, entre os fundadores estava o compositor Alcebíades Barcelos, conhecido como Bide, considerado o inventor do surdo, além de Marçal, Mano Rubem, Mano Edgar, Baiaco, Brancura e Heitor dos Prazeres. Quando chega alguém de outro bairro contando prosa, Ismael diz: Deixa falar! Eles têm que respeitar, porque a Escola de Samba é aqui (no Estácio). É da Escola Normal que saem os professores… Se aqui é a Escola Normal, então a Escola de Samba também é aqui!. Argumentava que os sambistas da área eram os verdadeiros professores. 

Apesar do sucesso, a Deixa Falar durou pouco tempo, desfilando na Praça Onze apenas nos carnavais dos anos de 1929, 1930 e 1931. Em 1932, o jornal Mundo Sportivo organizou o primeiro concurso entre escolas de samba. Mas a Deixa Falar não quis participar – preferiu se inscrever na competição dos ranchos, mais prestigiada na época. Passado o carnaval, a Deixa Falar entrou em crise e enrolou a bandeira no mesmo ano. As razões pelas quais a Escola deixou de existir foram as mortes, naquele ano, de Mano Edgar e Nilton Bastos, além da mudança de Ismael para o centro do Rio. Mas serviu de exemplo para outras agremiações. Formou alunos, fez escola. E entrou para a história.

Pelas influências dos sambistas do Estácio de Sá – compositores e ritmistas – o samba se distanciou do maxixe e aproximou-se da marcha. Ismael Silva, numa entrevista, fala desta mudança ocorrida no samba, o paradigma do Estácio: Quando comecei, o samba não dava para os agrupados carnavalescos andarem nas ruas, conforme a gente vê hoje em dia (…) O samba era assim: tan tantan, tan, tantan. Não dava. Como é que um bloco ia andar na rua assim? Aí, a gente começou a fazer um samba assim: bum bum paticumbum prugurundum… Esta mudança facilitou o desfile do grupo, pois com esse ritmo e melodia seria mais fácil dançar a caminhar ao mesmo tempo. (bum bum paticumbum prugurundum…. foi a expressão que serviu posteriormente, em 1982, como tema para o enredo da Escola de Samba Império Serrano, de autoria de Rosa Magalhães e Lícia Lacerda)

A fama dos sambas de Ismael chegou a Francisco Alves, que, dizem, comprou vários sambas dele, incluindo o grande sucesso Se você jurar, lançado em 1931 pela dupla Francisco Alves e Mário Reis. Esse comércio de sambas era comum nos anos de 1920 e 1930. A prática valeu ao cantor a alcunha de comprositor, dada pelas línguas ferinas do café Nice àqueles que tiravam um naco dos direitos autorais alheios.

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O acordo, que durou de 1927 a 1935, valeu para muitos sambas que a dupla assina com Nilton Bastos, parceiro de Ismael. A assinatura com Nilton foi uma exigência de Ismael. Quando o acordo foi desfeito, Ismael passa a assinar seus sambas sozinho. Nilton Bastos, bom letrista, teve carreira curta, morreu em 1931, com 32 anos de idade. Em sua homenagem, Ismael Silva, com Francisco Alves e Noel Rosa, compôs o samba Adeus, gravado por Castro Barbosa & Jonjoca em disco Victor, em 1932. Negro, incomodava-se com a forma preconceituosa pela qual o cantor Francisco Alves se referia a ele como o negro de alma branca.

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Triste com a morte prematura do parceiro, deixou o Estácio e foi morar no centro da cidade. Começou a frequentar o Café Nice e conheceu Noel Rosa, tornando-se um dos seus parceiros mais constantes. Admirador de Ismael, Noel muito absorve de seu talento: Cedo ou tarde – explica Ismael – Noel e outros rapazes da classe média de Vila Isabel iam tomar conhecimento do samba do Estácio. Só que Noel o fez primeiro. Tornam-se amigos de coração e parceiros próximos. Irmãos. Assinam juntos dezenove canções. Estácio com Vila Isabel dá certo na música.

Almirante conta sobre passagem de Noel e Ismael Silva, sempre requisitados por Francisco Alves para comporem para as suas gravações, algumas lhe rendendo inclusão de seu nome como parceiro: “certa vez, cobrando-lhes pagamento de uma dívida em um encontro com os dois em um bar, o Chico exigiu duas inéditas, que teriam que ser feitas ali mesmo. Ismael compôs Fica calmo que aparece e Noel, Estamos esperando”.

Em 1935, de um rápido namoro com a passista do Estácio Diva Lopes Nascimento, nasceu Marlene Martins Batista, filha nunca reconhecida oficialmente. Nessa mesma época, foi preso em flagrante depois de dar dois tiros em Edu Motorneiro à porta do Café Paulicéia, na Lapa. Foi condenado a cinco anos por tentativa de homicídio, pena mínima, graças a seu advogado de defesa, Prudente de Moraes Neto. Foi solto em 1938 por bom comportamento. Apesar do assunto não ser abertamente comentado, existiam boatos de que Ismael Silva fosse homossexual. Quando aconteceu o episódio que o levaria para a cadeia, chegaram a dizer que a confusão havia se formado por disputa de mulher. No entanto, essa versão foi logo descartada, pois muitos acreditavam que esta não era a preferência sexual do compositor. Certa vez, o escritor Luis Antônio Giron, na obra Mário Reis: o fino do samba, escreveu que Ismael destacava-se dos outros, pois se vestia melhor, usava jóias e era homossexual assumido.

Depois do episódio da prisão, sem a presença do amigo e parceiro Noel, que faleceu enquanto Ismael cumpria a pena, ele se tornou recluso e passou por enormes dificuldades financeiras. Retornou à cena carioca em 1950, quando seu samba Antonico foi gravado por Alcides Gerardi, com grande sucesso. Samba de versos tristes e andamento lento, um dos mais conhecidos e bonitos de sua obra, que ele sempre negou que fosse biográfico.

https://www.youtube.com/watch?v=hu73qfpqqSc]

Seu único samba-canção, Tradição, foi gravado por Dolores Duran em 1954.

https://www.youtube.com/watch?v=HEaB8LQIQKQ

Ismael só voltou mesmo em um show promovido pelo sambista e radialista Almirante. Com sua redescoberta, participou do show O samba nasce no coração, na boate Casablanca, em 1954, e no Zicartola, nos anos 60, que o levariam ao show O Samba pede passagem, realizado no Teatro Opinião e lançado em LP pela Philips, com Aracy de Almeida e MPB 4, em 1966.

[video:https://www.youtube.com/watch?v=ebc9LnjyH0c

Em 1960, ganhou os títulos de Cidadão Samba por iniciativa do jornalista Sérgio Cabral e Carioca Honorário, concedido pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ostentando o título de Cidadão Samba, desfilou algumas vezes na abertura oficial do carnaval carioca interpretando a corte liderada pela rei Momo. Ismael participou dos dois discos coletivos, A Velha Guarda e O Carnaval da Velha Guarda, bem como do LP intitulado Festival da Velha Guarda.

Em 1968, o sambista conheceu Ricardo Cravo Albin, que na década de setenta escreveria o espetáculo musical Se você jurar, contando a trajetória do sambista Ismael Silva e da cantora Carmen Costa, cujo LP foi lançado em 1974. Em 1971, Gal Costa regravou Antonico, com grande sucesso, no LP Gal fatal.

Ismael diminui suas apresentações em shows por ter passado a andar de muletas por causa de suas varizes. Em 1975, virou enredo da escola Canarinhos da Engenhoca, de Niterói. No mesmo ano, ganhou dos órgãos públicos dois ingressos nas cadeiras cativas para ver os desfiles através de uma lei estadual. Ismael viveu dificuldades imensas. Um ano antes de sua morte, o criador das escolas de samba teve impedida a sua entrada ao desfile do carnaval carioca. Sem dinheiro, o compositor não tinha meios para assistir ao desfile das escolas de samba. Ismael nunca escondeu o fato de não gostar da transformação que as escolas de samba sofreram com o passar dos anos. Ele dizia que era um espetáculo bonito, mas agora uma brincadeira cara, sofisticada, não mais acessível ao povo. Mas nem por isso queria abandonar sua criação. Passou a dar entrevistas para ver se conseguia um meio de assistir de perto aquilo que ajudou a criar: Sou sambista; quer dizer, sou pobre. Tive que me virar e pedir a todo mundo para dar um jeito de eu ir à Presidente Vargas. Como não conseguiu o ingresso, o compositor deu nova declaração ao jornal : É injusto que a criação receba auxílio do governo, enquanto o criador cai no esquecimento. No ano seguinte o compositor foi convidado pelas autoridades do Rio para assistir ao desfile.

Em 1977, Jards Macalé intitularia seu disco com o nome de um samba sarcástico de Ismael, Contrastes.

[video:https://www.youtube.com/watch?v=xjUZ8Bf2vbo

Às vésperas do Natal de 1977, sairia da casa de cômodos na Avenida Gomes Freire, onde morava, para internar-se no Hospital da Lagoa a fim de operar uma úlcera varicosa. Ainda convalescendo no hospital morreu fulminado por um ataque cardíaco, em 14 de março de 1978, aos 72 anos. Seu corpo foi velado no Museu da Imagem e do Som.

Ismael ficou conhecido pela elegância com que vestia seu terno branco e pelos sambas que falam de desilusão amorosa, exaltam a malandragem e fazem uso da sabedoria popular. O garoto pobre, filho de uma lavadeira e que perdeu o pai ainda menino, se transformaria, anos mais tarde, no Rei do Samba. O Grande Ismael Silva, um dos compositores de samba mais gravados na década de 1930, elaborou ao longo de sua trajetória cheia de idas e vindas, uma carreira artística legitimada não só pelas muitas partituras e discos gravados, mas também pela sua atitude e discurso.

A obra de Ismael influenciou diversos compositores de várias décadas, entre tantos, Chico Buarque. Em 1972, recebeu um bilhete de Chico: Ismael, você está cansado de saber da minha admiração pelos seus sambas. Você sabe o quanto lhe devo por toda a sua obra. O Sérgio Cabral está lhe entregando o meu presente pelo seu aniversário. É muito menos do que você merece. Um grande abraço, de coração. Junto ao bilhete, Chico Buarque lhe dedicou um prêmio que recebera do Governo do Estado da Guanabara, entregando-lhe um cheque que ele, embora vivendo modestamente demorou a descontar, preferindo exibir aos amigos a assinatura de Chico Buarque, como prova de admiração e carinho recíprocos.

Ismael foi considerado por Vinícius de Moraes como um dos três maiores sambistas de todos os tempos. Ainda segundo Vinícius, tinha olhos doces e fala educada, o que lhe mereceu desse compositor a alcunha de São Ismael. Foi chamado de O Grande Ismael Silva pelo jornalista e pesquisador Lúcio Rangel.

Em 1985, Maria Thereza Mello Soares escreveu São Ismael do Estácio: o sambista que foi rei, editora Funarte. 

Em 1988, a Funarte produziu o LP Ismael Silva. A obra de Ismael é revisitada por Dalva Torres e Jards Macalé neste Lp em que a Divisão de Música Popular do Instituto Nacional de Música homenageou a memória do compositor. 

Em 2001, foi lançado o curta metragem Ismael e Scarpino, de Alexandre Ribeiro de Carvalho e Luís “Chacra” Gerace, que mostra a amizade entre o compositor e o fotógrafo Clóvis Scarpino.

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Em 2002, foi homenageado com uma semana de atividades no Teatro da UFF em Niterói, intitulada O Bamba de Niterói, com a encenação de Cenas cariocas, retratando a polêmica entre ele e Donga sobre o que é samba. Foi feita ainda, a inauguração da Rua Ismael Silva na Praça de São Domingos no bairro do Gragoatá, além de exposição fotográfica, no SESC de Niterói. Em 17 de novembro de 2014, foi inaugurado em Niterói, o Centro de Artes e Esportes (CEU) que presta homenagem ao sambista e compositor. Niterói também sedia  a maior  Casa de Samba e o Museu da Origens do Samba Ismael Silva. O projeto está nascendo ao lado dos sítios históricos tombados pela UNESCO, do Forte São Luiz, Forte Rio Branco, Imbui e Fortaleza de Santa Cruz. 

No ano de seu centenário de nascimento foi homenageado com a série de cinco shows intitulada Ismael Silva – Deixa falar, no Centro Cultural Banco do Brasil, com as duplas Elton Medeiros e Claudio Nucci, Fátima Guedes e Flávio Burlamarqui, e Mônica Salmaso e Cláudio Jorge, além do trio Monarco, Tereza Cristina e Pedro Miranda, que se apresentaram interpretando obras do compositor.

A praça Compositor Ismael Silva recebeu uma estátua de bronze denominada de Pai das Escolas de Samba, com seu violão encostado num poste. O local escolhido, na antiga Praça Reverendo Álvaro Reis, em frente à quadra da Estácio de Sá, fica bem ao lado de um colégio onde o sambista se reunia para compor e cantar, no Estácio, na Zona Norte do Rio. De acordo com Wanderley Caramba, da Velha Guarda da Estácio, Ismael gostava de compor encostado nos postes do bairro.

Fontes:

Ismael Silva na Rádio Batuta 

Ismael Silva na Wikipédia 

Ismael Silva no Dicionário Cravo Albin

O criador da primeira Escola de Samba – Ismael Silva 

A evolução da raiz, por Toninho Camargos 

O grande Ismael Silva, por Eliete Negreiros 

Ismael Silva. Coleção Folha, Raízes da Música Popular Brasileira 

Ismael Silva, o amigo do Nestor e do Antonico, por Luís Pimentel 

Ismael Silva pede passagem, por Isabella Giordano 

Ismael Silva: professor de samba, por Carlos Nobre 

Ismael Silva: professor de samba 1905 – 1978, por Oswaldo Martins 

Ismael Silva: uma memória feita de fragmentos e silêncios, por Carla Lisboa Porto 

Poetas do Estácio criam nova forma de tocar samba, fundam a Deixa Falar e mudam o carnaval

Tem mais samba: das raízes à eletrônica, livro de Tárik de Souza

 

 

Redação

9 Comentários

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  1. Ismael

    Nassif, Mara,

    Quando escrevia sobre Nelson Gonçalves, tive a felicidade de conhecer Umberto Franceschi. Ficamos amigos e nossas macarronadas de sábado ainda me são presentes!

    Conhecedor profundo de nossa música, colecionador, estudioso, (eu aprendi a ser radical com ele!), Franceschi era uma referência não só musical mas também de  História do Brasil.  

    Disse-me ele, várias vezes, a MPB tem 4 grandes compositores: Ismael, Noel, Bide e Senhor.   

    Foi ali que conheci Ismael, foi ali que comecei a amar Ismael e, foi ali também,, entre uma garfada e ourtra, que comecei a descobrir que o bom do nosso país sempre está escondido!   

  2. Obrigada por me fazer conhecer mais de Ismael Silva

    “A obra de Ismael influenciou diversos compositores de várias décadas, entre tantos, Chico Buarque. Em 1972, recebeu um bilhete de Chico: Ismael, você está cansado de saber da minha admiração pelos seus sambas. Você sabe o quanto lhe devo por toda a sua obra. O Sérgio Cabral está lhe entregando o meu presente pelo seu aniversário. É muito menos do que você merece. Um grande abraço, de coração. Junto ao bilhete, Chico Buarque lhe dedicou um prêmio que recebera do Governo do Estado da Guanabara, entregando-lhe um cheque que ele, embora vivendo modestamente demorou a descontar, preferindo exibir aos amigos a assinatura de Chico Buarque, como prova de admiração e carinho recíprocos.”

    Bonito o gesto do Chico, mas que tristeza saber que o grande compositor e cantor Ismael Silva viveu praticamente as mesmas dificuldades que um dia o gênio-poeta Cartola também vivera. O racismo e o preconceito são pragas que insistem em sobreviver em nossa sociedade.

     

    1. Cartola custou a ser

      Cartola custou a ser reconhecido, mas morreu bem de vida, enquanto que com Ismael foi o contrário. Foi reconhecido quando jovem, mas morreu na pobreza. 

  3. Antonico é das cançoes + lindas e comoventes q há

    Eu conheci com a Gal, e me ganhou para sempre. A ternura dessa cançao, a intimidade com o santo, a solidariedade com o amigo, é linda.

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