Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Pirulito que bate bate, pirulito que já bateu…

por Luciano Hortencio

 

Pirulito que bate bate,

Pirulito que já bateu.

Quem gosta de mim é ela,

Quem gosta dela sou eu.

Em meio à praça adormecida,

Ao luar que tece rendas no chão

Numa grande alegria da vida

As crianças dançam, girando vão.

Fazem roda de braços dados,

Riem num riso que nos faz bem.

Abrem os olhos afortunados.

Que lindos olhos as crianças têm!

Uma magrinha tatibitate

Com a voz delgada que Deus lhe deu

Esganiçada não canta, late!

Pirulito que bate bate,

Pirulito que já bateu.

As notas frescas se umedeceram de uma tristeza que ninguém quis.

A voz daqueles que não sofreram, que não amaram, como é feliz.

Na singeleza, na ingenuidade, dessa alegria que faz chorar,

A gente sente que anda a saudade, cantando dentro do nosso lar.

E recordamos as esperanças que o tempo em sombra adormeceu.

Nós outros, poeta, somos criança, foi a nossa alma que envelheceu.

Pirulito que bate bate, pirulito que já bateu.

 

Didi Caillet – PIRULITO – poesia de Olegário Mariano.

Disco Odeon 10.395-A.

15.05.1929.

Disco constante do Arquivo Nirez.

Estrelas que nunca se apagam.

Coisas que o tempo levou.

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

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