Apesar da Vale, bolsa encerra a quarta-feira em alta

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A bolsa brasileira manteve seu ritmo de recuperação nesta quarta-feira, acompanhando os ganhos contabilizados no setor externo, apesar dos dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos terem ficado abaixo das expectativas. Os dados só não foram melhores devido a desaceleração apresentada pelas ações da Vale.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou o dia em alta de 0,59%, aos 47.171 pontos e um giro financeiro de R$ 6,840 bilhões. Com o resultado, a variação acumulada no mês chega a -11,84%, enquanto a desvalorização apurada durante 2013 chega a 22,61%.

“Tivemos um dia de pequena recuperação, que foi encampada pela melhora das ações do grupo X”, explica Alfredo Sequeira, superintendente da Fator Corretora. O destaque do dia ficou com as ações da LLX, que dispararam 25% depois que a companhia anunciou a contratação de assessores financeiros para a análise de oportunidades de negócios e operações societárias. O único contraste do dia ficou com as ações da Vale, que caíram por conta da queda do preço do minério de ferro no mercado internacional, em meio a preocupações quanto a desaceleração da economia da China.

Ao mesmo tempo, as bolsas internacionais avançaram depois de comentários feitos pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, de que a política acomodatícia adotada pela instituição será mantida no futuro próximo. Quanto ao PIB norte-americano, a última revisão ficou em 1,8%, abaixo dos 2,4% iniciais, o que diminui a possibilidade do Federal Reserve (o BC americano) de reduzir os incentivos monetárioa ao crescimento da economia. A expectativa dessa revisão tem sido o principal fator de fuga dos ativos pe países emergentes nas últimas semanas, uma vez que ela aumentaria a atratividade das aplicações nos Estados Unidos.

Na visão de Sequeira, o que se viu na quarta-feira foi uma manutenção da chamada retomada técnica da bolsa, uma vez que as ações negociadas no Brasil apresentaram uma queda expressiva nos últimos dias.

 “O desempenho da bolsa não se deve a uma melhora da situação, mas porque houve uma recuperação das perdas. Em 2013, o Ibovespa acumula 22,6% de queda, enquanto o S&P 500 – índice de referência da Bolsa de Nova York – sobe 13,48%. Então, é um sinal claro de recuperação”, explica. Outros pontos que ajudaram no quadro envolvem a movimentação política brasileira dos últimos dias, diante da série de votações em andamento na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. “Isso efetivamente melhora um pouco o ânimo do mercado, mas internamente não tem nada de muito bom. O comprador está com medo, embora os ativos estejam baratos”.

Quanto ao dólar, a cotação do dia fechou em queda de 0,90% no balcão, a R$ 2,1900 – segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, este foi o menor patamar de fechamento registrado desde o último dia 18, quando chegou a R$ 2,1770.

Além do impacto decorrente dos dados dos Estados Unidos, as negociações foram afetadas pelo fim do compulsório recolhido em operações vendidas (contra o dólar) no mercado à vista de moedas, em valores acima de US$ 3 bilhões. A iniciativa derrubou uma das últimas barreiras para as negociações no mercado cambial, uma vez que as cotações elevadas acabam por pressionar o comportamento da inflação.

Para quinta-feira, a agenda de eventos destaca a divulgação do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) referente ao mês de junho, além do IPP (Índice de Preços ao Produtor) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a definição da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), e arrecadação de impostos no país. No setor externo, os analistas vão acompanhar os dados de renda pessoal, gastos pessoais, vendas de imóveis e seguro-desemprego dos Estados Unidos, além do PIB da Inglaterra e as vendas de varejo da Alemanha.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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