Aversão a risco leva bolsa de valores a fechar em queda de 1,15%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A aversão ao risco decorrente do quadro fiscal norte-americano levou o mercado de ações brasileiro a encerrar o dia abaixo dos 53 mil pontos, com o investidor estrangeiro desmontando suas posições. Nem mesmo os dados favoráveis divulgados pela China foram suficientes para conter o ritmo de queda. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo), encerrou a quinta-feira (3) em queda de 1,15%, aos 52.489 pontos e com um volume negociado de R$ 5,301 bilhões. Com o resultado, a variação acumulada no mês chega a 0,29%, ao passo que a variação em 2013 mostra uma contração de 13,88%.

A falta de acordo entre republicanos e democratas para a aprovação do orçamento norte-americano tem sido o ponto de referência das negociações. “Os mercados estão azedos por conta do impasse nos Estados Unidos: o Congresso reluta em ceder no debate para o Obama, e Obama mostra-se firme, e os mercados estão afundando”, diz o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora. “Enquanto isso, o PMI [índice de gerentes de compras] da China veio bom e, na Europa, [o ex-primeiro ministro Silvio] Berlusconi perdeu força na Itália porque o governo ganhou voto de confiança da sociedade”.

Outro destaque veio do presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, que afirmou que, se os Estados Unidos entrarem em default devido ao fracasso nas negociações quanto ao orçamento e ao teto da dívida, “o mundo nunca mais será o mesmo”. Galdi explica que “se parar os Estados Unidos, para o mundo e, a não ser que se fale algo bom e crie esperança, [o mercado] tem ajuste. O governo norte-americano não vai ter dinheiro para mais nada no dia 17 de outubro”.

Instabilidade lá e cá

Além da instabilidade do mercado internacional, as negociações no Brasil foram afetadas pela redução dos prognósticos para a nota da dívida soberana do Brasil de positiva para estável, anunciada pela agência de classificação de risco Moody’s. A reavaliação não alterou o rating do país, que permanece em Baa2, garantindo o grau de investimento. Contudo, Galdi ressaltou que a agência sinalizou o risco de rebaixamento do rating no próximo ano.

No câmbio, a cotação do dólar à vista no balcão terminou o dia em alta de 0,14%, a R$ 2,2010, ajuste considerado esperado diante da queda de 1,12% registrada na quarta-feira (2), segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado. Operadores não apontaram fundamentos específicos para justificar a cotação da moeda nesse patamar. No atual valor, a moeda acaba sendo favorável para os importadores, que conseguem comprá-la a preços menores em meio à recente tendência de valorização da divisa norte-americana.

O Banco Central manteve sua estratégia de prover liquidez ao mercado, e negociou os 10 mil contratos de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento programado em 03 de fevereiro de 2014, em um total de US$ 498,3 milhões.

A agenda macroeconômica desta sexta-feira (4) destaca os números de produção de veículos da Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores) no Brasil, além de indicadores de preços ao produtor na zona do euro. “O payroll (dados de mercado de trabalho dos Estados Unidos) não vai ser divulgado. pois o departamento que divulga esses dados está parado. De qualquer forma, estamos acompanhando o humor lá fora, mas vai continuar esse ambiente de aversão ao risco”, diz Galdi.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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