Balanço da Petrobras derruba bolsa; índice cai 1,85%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A publicação do balanço trimestral da Petrobras mexeu com o humor do mercado, principalmente devido ao fato de a estatal não ter efetuado as chamadas baixas contábeis no resultado do terceiro trimestre. Fatores como a preocupação envolvendo o racionamento de água e energia elétrica e o desempenho ruim das ações de bancos e de construção civil contribuíram para que o índice encerrasse o dia no vermelho.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou as operações em queda de 1,85%, aos 47.694 pontos e com um volume negociado de R$ 5,981 bilhões. Agora, o índice acumula queda de -2,22% na semana, -4,62% no mês e -0,30% em 12 meses.

O índice operou em forte baixa, afetado pela queda das ações da Petrobras, “cujo balanço do terceiro trimestre, divulgado sem as baixas contábeis esperadas pelos investidores, desencadeou forte movimento de venda dos papéis da empresa”, pontuam os analistas do BB Investimentos, em relatório. A Petrobras divulgou as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 na madrugada desta quarta-feira, e os dados apontaram um lucro líquido de R$ 3,084 bilhões.

O balanço foi aprovado pelo Conselho de Administração da companhia que, após mais de sete horas de reunião, não chegou a consenso para definir perdas sofridas pela estatal por causa dos desvios de recursos em suas contas, constatados pela Operação Lava Jato. O balanço da Petrobras não foi auditado independentemente, mas ainda assim foi divulgado, segundo nota da empresa, para atender a “obrigações da companhia (covenants) em contratos de dívida e facultar o acesso às informações aos seus públicos de interesse”.

Ao fim do dia, os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) tombaram 11,21%, a R$ 9,03 – a maior queda percentual diária desde 27 de outubro do ano passado, quando a ação caiu 12,33%. Já os papéis ordinários (PETR3) recuaram 10,48%, a R$ 8,63 – a maior baixa percentual diária também desde 27 de outubro de 2014, quando a ação caiu 11,34%. Na ponta negativa também figuraram bancos e siderúrgicas.

“Na Europa as bolsas operaram com sinais mistos, ponderando a boa noticia da revisão de expectativa de crescimento da Alemanha em 2015, que passou de 1,3% para 1,5%, com a má notícia de que o novo governo da Grécia anunciou a paralisação do programa de privatizações. A abertura do mercado em Nova Iorque, que operou em campo positivo à espera do comunicado da reunião de política monetária do FOMC, não ajudou a melhorar os ânimos”, ressaltam os analistas do BB Investimentos.

No câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em alta de 0,25%, a R$ 2,577 na venda. A queda de 0,77% registrada nas operações de ontem abriu espaço para as compras, enquanto os investidores aguardavam o resultado da reunião do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, por conta da expectativa em torno do início dos ajustes de juros no país – que podem levar à retirada de capital de mercados emergentes, como o Brasil.

No cenário doméstico, o Banco Central manteve seu programa de intervenções, com a venda de 2 mil contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), sendo 1,4 mil para 1º de setembro e 600 para 1º de dezembro deste ano.

A autoridade monetária também realizou mais um leilão para rolagem dos contratos de swap cambial que vencem em 2 de fevereiro. Foram vendidos 10 mil swaps, sendo 7 mil para 1º de fevereiro do próximo ano e 3 mil para 1º de abril de 2016, em operação que movimentou o equivalente a US$ 488,5 milhões.

A agenda de indicadores será movimentada nesta quinta-feira: no Brasil, os agentes aguardam a publicação do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) referente ao mês de janeiro, além da taxa de desemprego, a publicação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) e o resultado primário do governo central. No setor externo, destaque para os números de pedidos de seguro-desemprego e vendas de casas pendentes nos Estados Unidos; taxa de desemprego e o índice de preços ao consumidor na Alemanha; índice de confiança do consumidor na zona do euro; e a taxa de desemprego, produção industrial e o índice de preços ao consumidor no Japão.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

3 Comentários

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  1. PETROBRAS – Recompra das

    PETROBRAS – Recompra das ações. Não sei se existe algum impedimento legal ou outro qualquer, porém, porque o Brasil não faz o mesmo que o governo russo? Recompra as ações da Petrobras. 

     

  2. Petrobras…

    Só consigo lembrar daquele patético blog “Fatos e Dados”, onde a diretoria da Petrobras fazia beicinho e respondia de forma malcriada o que saía na imprensa. Por trás daquilo, estavam roubando como nunca.

     

  3. Caro Nassif, o colunista do

    Caro Nassif, o colunista do Diário Catarinense, Moacir Pereira, publica o que seriam informações do G1, afirmando que as perdas da Petrobrás são de 88 bilhões de reais em função do Lava Jato. Alguma verdade, nisso, já que tais dados só poderiam ser apurados após ser conhecido – pelo menos – o trabalho de denúncia criminal, não? Agradeço.

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