Bitcoin não é investimento, mas também não é uma bolha, por JigSawjr

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Bitcoin não é investimento, mas também não é uma bolha

por JigSawjr

Comentário ao post “Salve-se das criptomoedas enquanto é tempo, por Luis Nassif

O grande problema no raciocínio do Nassif em relação ao Bitcoin consiste no fato de ver as criptomoedas apenas como um ‘INVESTIMENTO’… Quem trata o Bitcoin como investimento com certeza vai perder (ou ganhar) muito. Nos EUA tem gente vendendo carro, casa e usando dinheiro da faculdade dos filhos para ‘investir’ em Bitcoin, porque o vizinho ganhou muito dinheiro com isso… É loucura! Mas isso não faz do Bitcoin uma bolha (e sim a moda de comprar Bitcoin, que se alastrou no último ano). É tipo pessoas comprarem carro para sair por aí matando outras pessoas, e o governo querer proibir a venda de carros. Os carros não foram criados para isso…

Bitcoin não foi pensado como investimento. Leiam o paper do Nakamoto, que é o criador da moeda. Ele foi pensado como uma moeda descentralizada, com quantidade finita (a fim de evitar inflação) e baixas taxas de transação (ou mesmo sem taxas, como é o caso de outras moedas como o Raiblocks). Uma criptomoeda não precisa necessariamente ter um lastro, mas pode ter (a Venezuela recentemente divulgou que estava criando uma criptomoeda com lasto no petroleo, por exemplo…).

O Bitcoin por si só não é uma bolha, mas pouco a pouco foi criada uma bolha dentro do Bitcoin. É diferente da TelexFree, que era essencialmente um sistema pirâmide + bolha… Se a bolha da TelexFree estoura (e estourou) acabou todo o esquema. Adeus TelexFree… Se a bolha do Bitcoin estourar (e não sabemos ainda se vai estourar… Ainda há pouco existia boatos que a Amazon, maior varejista dos EUA e provavelmente do mundo, estaria pensando em aceitar Bitcoin como forma de pagamento), o Bitcoin continua existindo, mesmo após o estouro… E vai voltar a ser o que era quando os nerds e geeks viam no sistema de blockchain um sistema divertido, que permitia fazer transações para quaisquer pessoas no mundo. O bitcoin mudou a dinâmica de muitas famílias na Venezuela recentemente, com a destruição do Bolívar… Se o valor do Bitcoin caí de $10.000 para $10, a bolha estoura, mas não quer dizer que a moeda acaba. Ela apenas não é mais atrativa para os ‘investidores’… (ou talvez seja, pelo fato de poder comprar ‘na baixa’)… A questão aqui é quanto é o ‘preço justo’ do Bitcoin? E… como fazer para evitar a volatilidade que apareceu junto com os ‘investidores’? (… de forma a tornar a moeda atrativa para transações, que era a finalidade pensada inicialmente).

O russo criador do Ethereum (um token, que pode ser usado de forma genérica, como uma moeda similar ao Bitcoin ou para validar os votos de uma eleição por exemplo) disse que estava assustado com o valor que ele tinha chegado, e não acreditava que valia tudo isso (chegou a valer aproximadamente $1400 no auge)… Isso não quer dizer que o Ethereum por si só é uma bolha, já que é uma grande sistema de criação de contratos e blockchain para uso geral (e não apenas como criptomoeda)… Acontece que foi criada uma bolha dentro do ETH, na qual entram diariamente os espertos e ‘manés’… O Ethereum com certeza não vai acabar após um eventual estouro de bolha no cripto-mercado, porque agir como uma moeda é apenas uma das características do ETH.

Uma informação bem relevante é o fato que por mais que existam mais de 300 criptomoedas, todas elas seguem a tendência do Bitcoin. Se o Bitcoin sobe, elas sobem junto, se cai, caem todas também…O Bitcoin é a coca-cola das cripto-moedas. Existem muitas pessoas que não fazem a mínima idéia do que é blockchain, mas já ouviram falar do Bitcoin… Ou seja, do jeito que o sistema está atualmente, ele prejudica quem acredita no sistema de blockchain como uma nova forma de moeda/transação, porque deixa essas pessoas reféns dos malucos que vêem o Bitcoin como investimento ou dos day-traders…

Agora imagine que você vai trabalhar nos Estados Unidos e queira mandar dinheiro para sua família, sem pagar taxas ou ter que fazer contas em 5 bancos diferentes… Que legal é essa oportunidade! Transações quase instantâneas (uma transação Bitcon demora de 10 minutos a 1 hora, mas em outras criptomoedas mais modernas, como Raiblocks elas são instantâneas)… É evoluir do telégrafo ao e-mail.

Algumas lojas famosas (como a Steam, maior loja de jogos digitais do mundo, ou mesmo a Microsoft) aceitavam Bitcoin até pouco tempo atrás. E pararam de aceitar graças à volatilidade da moeda. Entra-se um paradoxo, porque a moeda não vai estabilizar enquanto os manés estiverem vendendo suas casas para entrar no esquema e os espertos venderem seus Bitcoins que foram comprados na baixa… Poucos estão pensando em usar o Bitcoin como uma moeda de troca mesmo, que é a idéia inicial. Existem concessionárias em São Paulo vendendo carros quase milionários, aceitando pagando em Bitcoin, mas o que vai definir se a bolha estoura ou não é a aceitação do mercado como um todo. E dificilmente o mercado vai aceitar uma moeda extremamente volátil… Se os mercados não aceitarem e os governos ficarem em cima querendo proibir, a bolha estoura e os ‘economistas clássicos’ como o Nassif vão dizer ‘Viu só? Eu não falei? Eu já sabia!’. Se os mercados, por algum motivo qualquer, começarem a aceitar as criptomoedas, o Bitcoin provavelmente será a criptomoeda ‘de facto’ e os economistas terão que aceitar que eram dinossauros demais para um mundo novo. Não estavam prontos para essa evolução, como as empresas de veículos a combustão não estavam prontas para o mercado de carros elétricos.

Demonizar as criptomoedas por sí só é burrice. Tecnicamente falando, é uma idéia sensacional (que está sendo destruída pelos ‘investidores’), diferentemente dos esquemas Ponzi clássicos, que já foram pensados maliciosamente desde o início. As criptomoedas poderiam ser a solução para o problema que os BRICS querem resolver há um tempo, não atrelando todas as operações em dólar. Ou mesmo o famigerado Kadaffi, quer foi sepultado logo que pensou em sair da linha do ‘sistema mundial dolarizado’… Independente de ser uma idéia boa ou ruim, é uma coisa a ser pensada.

Eu particularmente não possuo nenhum bitcoin (e venderia se tivesse, porque é loucura ficar nesse mercado na situação que está atualmente, além do que dificilmente ele vai chegar à $100 mil, tornando-se algo atrativo para quem entrar agora como ‘investiro’) mas como sou área de exatas e já procurei saber como funciona esse esquema ‘tecnicamente’, acho que Nakamoto (que ninguém sabe quem é de verdade) merecia um Nobel da Economia. A idéia é fascinante. As criptomoedas poderiam significar uma utópica transição de sistema, como foi a transição do feudalismo para o capitalismo. Porém, nem todas as pessoas estão preparadas para essa transição, como na alegoria da caverna de Platão…

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

22 Comentários

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  1. Bitcoin não é investimento,

    Bitcoin não é investimento, mas também não é uma bolha, por JigSawjr

    Então é o que ?

    Evidente que é uma bolha.

    Mas que pode durar anos.e anos .

    Inforormaçao que nem vc e nem Nassa deu nos seus artigos :

     Qual é o prazo médio pra estourar ?

    Dá pra ganhar uma grana antes da  bolha explodir  ?

    Quando saberei ?

     Quais são os sinais ?

    É ISSO que importa.

    Agora, dizer que a bolha explode até eu sei.

      Mas quando//?

    Um mês, dois , 3, um ano? 

     Aí que reside o segredo ; TODO mundo sabe, mas não sabe quando.

    Essa é graça do ”negócio’

      ps : Nos meus parcos recursos ganhei uns 20 mil reais e ainda sobrou outro tanto pra dar como perdido.

    POR isso devo continuar ?

    1. “Então é o que ?”
      Uai, uma

      “Então é o que ?”

      Uai, uma moeda, assim como o dólar (com suas respectivas qualidades/defeitos). Você compraria dólar hoje para vender à R$4,00 em 2020 (sem ter nada que indique que estará R$4,00 em 2020)?

       

        Mas quando//?

      Um mês, dois , 3, um ano?

      Aí que está a coisa. A bolha em cima do Bitcoin se criou porque as pessoas viram ele como um investimento. Devido à oscilação do preço (hoje mesmo despencou) as empresas tendem a não aceitar. Quando o mundo inteiro virar as costas para o Bitcoin (empresas e governos) a bolha estoura. Se o mundo passa a aceitar o Bitcoin como moeda, a bolha deixa de existir e não estoura. Simples assim…

  2. depende

    A valorização dessas criptomoedas vai depender muito da popularização delas que por sua vez vai depender da facilidade de lidar com elas, aceitação em transações e segurança contra hackers, diante disso não consigo ainda enxergar que aconteça. 

    Quando avisei aos meus amigos que era preferível estocar bujões de gás do que bitcoins eles riram, hoje me dão razão.

    Da mesma forma as apostas esportivas baseadas em tipsters de qualidade são investimentos muito melhores do que as porcarias que os bancos daqui oferecem. O governo já sabe disse e tem fechado o cerco pouco a pouco, mas ele não vai poder regular o pagamento de apostas por criptomoedas… Assim como qualquer transação ilegal, isso que faz a criptomoeda ter razão de existir.

    1. Quando avisei aos meus amigos

      Quando avisei aos meus amigos que era preferível estocar bujões de gás do que bitcoins eles riram, hoje me dão razão.

      Você teria um custo absurdo para estocar esses butijões, enquanto não gastasse eles, rsrsrs.

      O problema com as criptomoedas é que você não tem custo para armazenar, mas tbm não tem garantia que valerá mais ou menos o que vale agora…

       

      Tem uma criptomoeda que está sendo na casa do $1, mesmo quando as outras caem ou sobem, a Tether (https://coinmarketcap.com/currencies/tether/#charts). Ainda não sei como fazem esse bruxaria, mas vou pesquisar…

  3. depende

    A valorização dessas criptomoedas vai depender muito da popularização delas que por sua vez vai depender da facilidade de lidar com elas, aceitação em transações e segurança contra hackers, diante disso não consigo ainda enxergar que aconteça. 

    Quando avisei aos meus amigos que era preferível estocar bujões de gás do que bitcoins eles riram, hoje me dão razão.

    Da mesma forma as apostas esportivas baseadas em tipsters de qualidade são investimentos muito melhores do que as porcarias que os bancos daqui oferecem. O governo já sabe disse e tem fechado o cerco pouco a pouco, mas ele não vai poder regular o pagamento de apostas por criptomoedas… Assim como qualquer transação ilegal, isso que faz a criptomoeda ter razão de existir.

  4. O que estraga é o mundo real.

    Ou seja, a ideia é ótima, fantástica em tese, o que estraga são as pessoas, seria perfeito se os humanos não participassem disso, piada.

    1. “Ou seja, a ideia é ótima,

      “Ou seja, a ideia é ótima, fantástica em tese, o que estraga são as pessoas, seria perfeito se os humanos não participassem disso, piada.”

      Exato! O problema é que estamos em uma fase de transição (aliás, estamos para entrar em uma fase de transição. A revolução nem começou ainda) e com um monte de moedas fiduciárias e ‘virtuais’, as pessoas não tem interesse em criar uma estabilidade para as criptomoedas, mesmo porque podem usá-las para especulação.

       

      Mas imagine daqui 40 anos: você acha mesmo que estaremos contando células ainda? O mundo vai ter que dar um jeito nos problemas de volatilidade das criptomoedas e fazer a transição das fiduciárias para criptos (mesmo que isso envolva criar um lasto para elas)

  5. Toda a argumentação descreve
    Toda a argumentação descreve detalhadamente como se desenvolve uma bolha especulativa ao vc diz que não é bolha.

    1. “Toda a argumentação descreve

      “Toda a argumentação descreve detalhadamente como se desenvolve uma bolha especulativa ao vc diz que não é bolha.”

      Leia novamente e atentamente. O Bitcoin é uma moeda, não é bolha. As pessoas criaram uma bolha usando a moeda Bitcoin.

       

      Imagine que amanhã o mundo inteiro acorde com a idéia de comprar dólares para vender ‘mais caro’ em 2030. Uma corrida a todos os dólares do mundo valorizaria a moeda, e uma ‘bolha do dólar’ seria criada. Mas não quer dizer que o dólar em si deixaria de ser uma moeda para ser uma bolha. A bolha seria criada em volta dele…

  6. Os espertalhões sempre vem

    Os espertalhões sempre vem com a conversa de que a Microsoft e a Amazon aceitam, ou aceitavam, ou iam aceitar bitcoins, mas é tudo balela. Como empresas de renome vão trabalhar ilegalmente??? Papo furado, para convencer os incautos…

    1. “Os espertalhões sempre vem

      “Os espertalhões sempre vem com a conversa de que a Microsoft e a Amazon aceitam, ou aceitavam, ou iam aceitar bitcoins, mas é tudo balela. Como empresas de renome vão trabalhar ilegalmente??? Papo furado, para convencer os incautos…”

      E você tem fonte para a ‘balela’? Tem algum comunicado que elas não aceitavam por ser ‘ilegal’? No Brasil, a receita federal já avisou que os contribuintes tem que declarar os bitcoins no IR. Você imagina a receita chegando para os traficantes e falando ‘hey, vocês aí! Tem que declarar o estoque ilegal de maconha e cocaína no próxima IR OK?’.

      Cara, olha para os artigos do próprio Nassif. O tom dos artigos mudou depois que ele viu que ‘criptomoedas’ e ‘bolhas em cima de criptomoedas’ são coisas diferentes. E, diferente do pessoal da TelexFree que tentou derrubar o blog do ar, choveu de comentaristas argumentando de forma educada.

       

      As criptomoedas não são ilegais em nenhum lugar do mundo. Na China, fala-se em proibir as fazendas de mineração por causa dos gastos de energia (na verdade, eu acho bem idiota esse negócio de mineração, e já foram criadas moedas que não precisam ser mineradas). Em outros lugares fala-se de regularização, mas ainda não ouvi falar de proibição.

      1. Comunicado nº 31.379, de

        Comunicado nº 31.379, de 16/11/2017 (Banco Central do Brasil):

        “6. É importante ressaltar que as operações com moedas virtuais e com outros instrumentos conexos que impliquem transferências internacionais referenciadas em moedas estrangeiras não afastam a obrigatoriedade de se observar as normas cambiais, em especial a realização de transações exclusivamente por meio de instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operar no mercado de câmbio.”

  7. Se bitcoin é um esquema Ponzi e uma bolha…

    Se bitcoin é um esquema Ponzi e uma bolha, o mercado de artes também é. Alguém decide que um mictório é uma obra-prima e logo aparece um otário disposto a comprá-lo por milhões. Pelo menos o bitcoin teria a vantagem de não ser falsificável. Faz alguns anos uma seguradora japonesa pagou um preço astronômico por um dos quadros de girassóis do Van Gogh. Só que existem evidências muito boas de que o mesmo é apenas uma falsificação. E a recente onda de obras inéditas, ou perdidas, de grandes mestres que surgem de repente e logo são atestadas por especialistas e vendidas por fortunas? Talvez a questão toda seja outra, excesso de liquidez na mão de pouquíssimas pessoas que já nem sabem o que fazer com tanto dinheiro, gerando todo tipo de bolhas.

     

  8. 0S SONHADORES …. SONHAM!

    Criar uma alternativa ao dolar e sair do esquema dos grandes bancos, que devem deter em suas “burras’ cerca de 4 a 5 vezes o PIB mundial em reservas em dolares, aplicados no mundo inteiro, em mercados especulativos, sem ter um único projeto real, que tenha como consequencia o aumento da riqueza global ou mesmo a do país onde sera feito, somente poderá ser comseguido com uma enorme guerra (nuclear), talvez a 3ª guerra mundial (ou a última)!

    A turma do dolar e especulação em moedas/juros/ganância, só vai largar da têta com a morte deles ( e a nossa tambem).

    Não será um japonês ou qualquer um outra nacionalidade que vai quebrar esta farra destes fdp assim tão facil! Isto é só sonho de jovens e crédulos, que acreditam que o mundo será mudado de outra maneira, que não seja com fim das elites atuais!

    1. “Não será um japonês ou

      “Não será um japonês ou qualquer um outra nacionalidade que vai quebrar esta farra destes fdp assim tão facil! Isto é só sonho de jovens e crédulos, que acreditam que o mundo será mudado de outra maneira, que não seja com fim das elites atuais!”

      Ninguém sabe quem é o ‘japonês’, pode ser o japonês da Federal. É só um nome em um paper. Quem garante que não são os próprios americanos que criaram a moeda? Na verdade, especula-se que o Nakamoto seja britânico, porque em alguns e-mails ele usou expressões que se acredita que apenas um britânico nativo usaria (supondo que seja só uma pessoa né, que também não é certeza).

  9. Gostei. Li o Nassa. Agora

    Gostei. Li o Nassa. Agora lendo JigSawjr… Gostei. Para quem não entende nada sobre bitcoins e observo um número de grandes palestras sobre…gostei. O que aprendi: se desejasse hoje bitcoinear, que não é o mesmo que investir na lógica atual…não seria o melhor momento pq o tal criptomercado estourou ( é isso?)….Na minha ignorante perspectiva devo acompanhar o criptomercado…de uma moeda sem lastro sob as bases atuais…Como?

    PS1: Criptomercado…não sabia lidar com o mercado, imagine a sua fase Cripto

    PS2: Minha mente faz uma alerta para saídas do “quadradinho”. Vi o bitcoin nascer e não levei fé…Não entendo definitivamente nada de mercado financeiro, imaginem sua versão cripto?

    PS3: Me sentindo uma Múmia!

     

    1. “não seria o melhor momento

      “não seria o melhor momento pq o tal criptomercado estourou ( é isso?)…”

      Ninguém sabe se vai ou quando vai estourar. Hoje o bitcoin teve uma queda brusca, e os conspiradores já dizem que é o fim. Mas pode ser que seja só mais um ‘espasmo’ da moeda.

      Resumindo: se você não sabe o que está fazendo, não se arrisque. E se for se arriscar, só coloque o dinheiro que pode perder. Não venda a sua casa para entrar nesse esquema.

       

      É tipo a galera que não entendia nada de petróleo e vendeu tudo o que tinha para entrar no barco do Eike, porque ele era ‘modinha das revistinhas de finanças’… Se deram mal, mas se o campo de Tubarão tivesse petróleo (e o preço do petróleo não tivesse caído demais) teriam ganho uma graninha. A questão é que quando o ‘negócio’ é mais arriscado, ganha-se mais ou perde-se mais…

       

      De minha parte, quero usar criptomoedas como moedas mesmo, mas tem que se achar uma solução para a volatilidade primeiro.

  10. Salve-se do capitalismo enquanto eh tempo
    As cripto-moedas estao na ordem do dia da imprensa. Na GGN, apenas nos últimos dez dias, o assunto foi pautado, que eu saiba, pelo menos 5 vezes. Hoje mesmo, já são quatro matérias nesse sentido. De acordo com o próprio Luz Nassif, referindo-se ao seu texto recente sobre as “moedas escondidas”, o tema provoca uma enorme discussão.

    As investigações históricas de Laum até Le Goff, citadas por Robert Kurz (“Dinheiro sem valor – Linhas gerais para a transformação da crítica da economia política, 20. O sacrifício e o regresso perverso do arcaico”), contextualizadas pelo autor, “ignoradas tanto pela chamada ciência económica como pelo marxismo, e que também nas ciências históricas se mantiveram marginais até à data ”, assim esclareceram sobre a genealogia da moeda (dinheiro):

    “O que era o dinheiro pré-moderno? começou por ser o gelt, o sacrifício aos deuses, que originalmente foi um sacrifício humano. Com este gesto pagava-se uma “culpa” ou, melhor dizendo, cumpria-se um “dever” para que o Sol voltasse a nascer todos os dias, para ser possível a alimentação no “processo de metabolismo com a natureza” (Marx), talvez para afastar ou atenuar as desgraças e os golpes do destino, etc. Esta “objetualidade do sacrifício” simbólica, mas necessariamente material, percorreu, em primeiro lugar, um espectro histórico de metamorfoses, de substituições. Mas não substituições de Deus, como Bolz opina e Benjamin poderia dar a entender, mas substituições da própria vítima: desde os seres humanos jovens de uma rara excelência ou especial beleza, passando pelo gado bovino ou cavalar e outros animais sacrificiais, substituídos posteriormente pelas representações simbólico-materiais desses animais na forma de bolos ou hóstias, até ao metal precioso e à moeda cunhada. A estrutura deste “dever sacrificial” foi, em seguida, transferida sob múltiplas formas para as inter-relações sociais das pessoas, mas com isso não foi de modo algum “secularizada”; pelo contrário, a relação social (imanente) foi derivada da relação (transcendente) com Deus e constituída como estrutura complexa de “deveres” tanto pessoais como institucionais, de acordo com o exemplo da objetualidade do sacrifício. Isto não tinha nada a ver com uma economia ou um modo de produção no sentido do “trabalho abstracto” e das relações de valor.

    Ora, em que consiste o salto qualitativo no estatuto do dinheiro que, sob a forma de um processo, se desenvolveu desde a chamada protomodernidade com base nas condições da crise religiosa e da revolução militar? O aspecto fulcral profundamente irracional ou até “insano” consiste no facto de a velha objectualidade do sacrifício, por esse reacoplamento a si própria se ter transformado num movimento de fim-em-si abstracto e, justamente, se ter substituído assim ao poder transcendente. O sacrificado ao mundo dos deuses transformou-se ele próprio em quase-deus. Do ponto de vista de qualquer religião, só podemos estar aqui perante uma enorme blasfémia. Mas a religião não era nenhum mero sistema de crenças, mas uma relação de reprodução transcendentemente ancorada no “processo de metabolismo com a natureza” e nas relações sociais. Na medida em que se convertia num fim-em-si terreno em processo, a objectualidade do sacrifício era desvinculada da referência à transcendência divina e gradualmente, com ela, também a totalidade da reprodução. O que restou foi a expressão material da objectualidade do sacrifício que, afinal, já alcançara a forma de moeda ainda no seu antigo sistema de referência.”

    Os artigos recentes e seus comentários, todos ricos em informações e algumas especulações divergentes sobre as moedas-escondidas, permitem confirmar que o assunto está longe de se constituir em um consenso.

    Ou muito me engano em meu empirismo ou a unanimidade desses artigos comungaram pelo menos no ponto comum, mais ou menos “escondido”, de que o capitalismo é o destino natural do homem e assim seguirá, “ad eternum”.

    Ao que tudo indica, portanto, as moedas-escondidas teriam chegado para executar o moto-contínuo de sua reinação sobe a terra, quer se goste ou não delas.

    Desses artigos, o que mais chamou minha atenção, particularmente, foi o do Nader Amadeu, “Como chegaremos à idade das trevas em uma geração”. Especificamente, a passagem em que o autor antevê as consequências distópicas do “anarcocapitalismo”, termo, aliás, não utilizado na matéria em apreço.

    Anarcocapitalismo, ou capitalismo sem Estado, é a consequência óbvia do capitalismo que, valendo-se em larga escala da capacidade tecnológica – cripotgrafia, a exemplo do “Blockchain” – de esconder “não só todo nosso dinheiro mas também uma inúmera gama de ativos (ações, bens, imóveis, títulos de propriedade, registros, documentos e dados pessoais)” (Nader Amadeu), leva o Estado da asfixia ao encolhimento e, “in extremis”, à extinção. Isso porque tais ativos escondidos têm a capacidade de serem transacionados pelos proprietários, produtores, prestadores e consumidores sem intermediações. A rigor, necessitariam apenas de uma rede mundial de computadores, seja ela qual for no futuro. Assim o Estado, por meio das instituições que regula – bancos, notadamente – se vê tolhido da possibilidade de aferimento das trocas de titularidade de ativos e consequente da cobrança dos impostos que incidem sobre essas trocas.

    Os elementos fortes que creio haverem sido desconsiderados nas previsões apocalípticas do Nader Amadeu, assim como também desconsiderei de forma muito mais tosca em comentário igualmente apocalíptico anteriormente postado sobre o assunto, foram dois.

    O primeiro diz respeito ao fato de que, na sociedade de mercado, o único e último LASTRO de qualquer moeda, o único meio de geração de valor real é o trabalho humano. Isso é elementar, apesar de constatar cada vez mais esquecido. Esse LASTRO se dá pela apropriação, por parte do capitalista, da mais valia que expropria do trabalhador.

    Antes comentar mais sobre este “primeiro ponto”, contudo, peço licença ao leitor paciente para a reprodução ilustrativa, a seguir, da única passagem (fragmento) de Karl Marx, na qual ele fala sobre o fato de o uso das máquinas representarem uma contradição insanável do capitalismo, condutora, portanto de seu fim e propiciadora de sua superação. Tal fragmento sobre as máquinas o que pode ser estendido, sem maiores reparos, ao atual estágio de desenvolvimento tecnológico da informática e sua congênere, a robótica, aplicados ao trabalho, realidade histórica contemporânea evidentemente inexistente ao tempo de Marx:

    “A troca do trabalho vivo pelo trabalho objectivado, quer dizer, a manifestação do trabalho social sob a forma antagónica do capital e do trabalho, é o último desenvolvimento da relação do valor e da produção baseada no valor. O pressuposto desta relação é – e continua sendo – que a massa de tempo de trabalho imediato, a quantidade de trabalho utilizada, representa o fator decisivo da produção de riquezas. Ora, à medida que se desenvolve a grande indústria, a criação de riquezas depende cada vez menos do tempo de trabalho e da quantidade de trabalho utilizada, e cada vez mais do poder dos agentes mecânicos postos em movimento durante a duração do trabalho. A enorme eficiência destes agentes, por sua vez, não tem qualquer relação com o tempo de trabalho imediato que custa a sua produção. Depende, antes, do nível geral da ciência e do progresso da tecnologia, ou da aplicação dessa ciência à produção. (O desenvolvimento das ciências – entre as quais as da natureza, bem como todas as outras – é, certamente, função do desenvolvimento da produção material). A agricultura, por exemplo, torna-se uma simples aplicação da ciência do metabolismo material e o modo mais vantajoso da sua regulação para o conjunto do corpo social. A riqueza social manifesta-se mais – e isto revela-o a grande indústria – na enorme desproporção entre o tempo de trabalho utilizado e o seu produto, assim como na desproporção qualitativa entre o trabalho, reduzido a uma pura abstração, e o poder do processo de produção que ele controla. O trabalho já não surge tanto como uma parte constitutiva do processo de produção; ao invés, o homem comporta-se mais como um vigilante e um regulador face ao processo de produção. (Isto é válido não só para a maquinaria, como também para a combinação das atividades humanas e o desenvolvimento do intercâmbio humano). O trabalhador não mais introduz a matéria natural modificada (em ferramenta) como intermediário entre si e a matéria; antes introduz o processo natural – transformado num processo industrial – como intermediário entre si e toda a natureza inorgânica, dominando-a. Ele próprio coloca-se ao lado do processo de produção, em vez de ser o seu agente principal. Com esta transformação, não é o tempo de trabalho realizado, nem o trabalho imediato efetuado pelo homem, que surgem como o fundamento principal da produção de riqueza; é, sim, a apropriação do seu poder produtivo geral, do seu entendimento da natureza e da sua faculdade de a dominar, graças à sua existência como corpo social; numa palavra, é o desenvolvimento do indivíduo social que aparece como a pedra angular da produção e da riqueza. O roubo do tempo de trabalho de outrem sobre o qual assenta a riqueza atual surge como uma base miserável relativamente à base nova, criada e desenvolvida pela própria grande indústria. Logo que o trabalho, na sua forma imediata, deixe de ser a fonte principal da riqueza, o tempo de trabalho deixa e deve deixar de ser a sua medida, e o valor de troca deixa portanto de ser a medida do valor de uso. O trabalho excedente das grandes massas deixa de ser a condição do desenvolvimento da riqueza geral, tal como o não-trabalho de alguns poucos, deixa de ser a condição do desenvolvimento dos poderes gerais do cérebro humano. Por essa razão, desmorona-se a produção baseada no valor de troca, e o processo de produção material imediato acha-se despojado da sua forma mesquinha, miserável e antagônica, ocorrendo então o livre desenvolvimento das individualidades. E assim, não mais a redução do tempo de trabalho necessário para produzir trabalho excedente, mas antes a redução geral do trabalho necessário da sociedade a um mínimo, correspondendo isso a um desenvolvimento artístico, científico, etc. dos indivíduos no tempo finalmente tornado livre, e graças aos meios criados, para todos. O capital é em si mesmo uma contradição em processo, [pelo fato de] que tende a reduzir o tempo de trabalho a um mínimo, enquanto, por outro lado, coloca o tempo de trabalho como a única medida e fonte de riqueza. Assim que, diminui o tempo de trabalho na forma necessária para aumentá-lo na sua forma excedente; coloca portanto, o trabalho excedente, em medida crescente, como uma condição – questão de vida ou de morte – para o necessário. Por um lado, o capital convoca todos os poderes da ciência e da natureza, assim como da cooperação social e intercâmbio social, com o fim de tornar a criação de riqueza independente (em termos relativos) do tempo de trabalho empregado nela. Por outro lado, o capital necessita de utilizar o tempo de trabalho como unidade de medida das gigantescas forças sociais entretanto criadas desta maneira, e para as confinar dentro dos limites requeridos para manter o valor já criado como valor. As forças de produção e as relações sociais – dois aspectos diferentes do desenvolvimento do indivíduo social – aparecem ao capital como meros meios, e não são para ele mais que meios para produzir apoiando-se na sua base limitada. Na verdade, contudo, elas são as condições materiais para rebentar com essas mesmas bases. “Uma nação é verdadeiramente rica quando em vez de 12 horas se trabalha apenas 6. Riqueza não é dispor de tempo de trabalho excedente” (riqueza efetiva), “mas de tempo disponível, para além do usado na produção imediata, para cada indivíduo e para toda a sociedade”. [The Source and Remedy, etc., 1821, p.6.]

    A natureza não produz máquinas, locomotivas, caminhos-de-ferro, telégrafos, etc. Estes são produtos da indústria humana; materiais naturais transformados em órgãos da vontade humana sobre a natureza, ou da participação humana na natureza. Eles são órgãos do cérebro humano, criados pela mão humana; o poder do conhecimento objetivado. O desenvolvimento do capital fixo indica até que ponto o conhecimento social geral se tornou uma força produtiva imediata, e, portanto, até que ponto, as condições do processo da própria vida social está sob o controlo do intelecto geral e foi transformado de acordo com ele. Até que ponto as forças produtivas sociais foram produzidas, não só sob a forma de conhecimento, mas também como órgãos imediatos da prática social, do processo vital real.”

    A atual inflação das moedas fiduciárias ou “fiat”, reflete o adiantamento, por parte da economia de mercado, de valores reais a serem supostamente apropriados sob a forma de mais valia do trabalho humano futuro a prazos estratosféricos, cada vez mais próximos do infinito sob a forma de crédito.

    Ao mesmo tempo, isso embute e reflete a incapacidade crescente do mercado poupador de mão de obra de gerar valores reais. Mesmo em um país atrasado como o Brasil, vivemos em um mundo no qual o trabalhador, gerador de mais valia e consumidor, substituído pelas máquinas (informática, robótica), vai se tornando, de maneira crescente, cada vez mais obsoleto, sendo por isso inevitavelmente descartado pela própria economia de mercado que engendra a inutilidade do trabalho.

    Portanto e retomando o fio da meada, o primeiro ponto que creio haver sido desconsiderado por Nader Amadeu é o fato de que a ampliação do uso da estratégia dos ativos-escondidos pela economia de mercado é incapaz de deter o avanço das contradições que conduzem ao fim do capitalismo.

    Isso merece ser aprofundado, admito. Contudo, creio que tudo leva a crer que o fenômemo em si dos ativos-escondidos aponta em direção oposta aos meros “novos caminhos” para a “eterna” sociedade de mercado. Ao contrario, é mesmo um sintoma de seu fim.

    Isso porque, ao supostamente substituir a força de trabalho humano pelo “quantum” da energia despendida para o acoplamento de valor às moedas escondidas, de acordo com os pressupostos da economia de mercado, que a criptografia aplicada não pretende substituir mas sim potencializar, anula assim qualquer possibilidade de LASTRO para tais moedas.

    Em última instancia, inflacionado ou não, fiduciária ou não, talvez seja preciso repetir até a exaustão para que os “esquerdistas” seduzidos pelo sujeito automático do capitalismo compreendam, o verdadeiro LASTRO do dinheiro é o trabalho morto – mais valia do trabalho apropriado no passado – que ele escamoteia. Portanto, jamais a “energia” será capaz de substituir tal premissa básica do capitalismo, o fundamento em si do tal “mercado”, e jamais as moedas assim geradas terão qualquer valor real em sua composição.

    O segundo ponto entendo como sendo o mais importante, porque condicionado e não determinado em termos de desenvolvimentos históricos lógicos, como o débâcle inevitável do capitalismo devido as suas contradições intrínsecas, como bem previu Marx. Alguém ainda duvida que estamos assistindo ao asselvajamento da sociedade de mercado a olhos vistos?

    Este segundo ponto é o porvir possível.

    Ora, Nader Amadeu não considerou seriamente que, quando o mercado deixar cada vez mais de cumprir suas promessas, no “espaço de uma geração” como diz o titulo de seu artigo, seguirá aumentando a massa de descontentes e não apenas o número de fascistas dispostos a se tornarem milicianos apoiadores de micro-estados, a surgirem feito pipocas feudais como meio de assegurar a opressão dos despojados e a manutenção deles ao largo da catástrofe prenunciada.

    Eis o campo de atuação que cada vez mais se abrirá para movimentos organizados coletivistas, para a atuação política de pensamentos solidários contrapostos à barbárie que se avizinha. É possível imaginar, ainda, o papel relevante que provavelmente passarão a desempenhar os movimentos identitários com bases nacionais residuais, herdeiros dos antigos estados, não mais com escopo competitivo e, portanto reacionário, pois isso, a competição, é inerente à sociedade de mercado com prazo de validade vencido.

    É razoável imaginar que a disputa deixará de ser a de todos contra todos, passando a ser entre fascistas de um lado e massas desvalidas de outro. Não haverá mais a possibilidade factível e objetiva de cooptação de tais contingentes populacionais, cuja superioridade numérica aos fascistas arregimentados pelos “senhores” será avassaladora, pois não haverá o que ser prometido em troca.

    O mais provável, portanto, é que os que ainda se dedicarem à concentração de riquezas e recursos naturais em detrimento da esmagadora maioria sejam expropriados e combatidos. Eles provavelmente fenecerão aniquilados, pois será impossível o monopólio das armas em uma tal perspectiva, no qual os recursos naturais e os meios de produção se encontram espalhados em escala mundial. O conhecimento para a exploração de tais instrumentos e recursos também é um patrimônio humano cada vez mais socializado.

    Face ao longamente exposto, creio ser preciso que as forças progressistas, sobre as quais fatalmente recairão as responsabilidades de uma tal superação, comecem a abrir os olhos e reassumam suas antigas bandeiras históricas.

    O tempo de uma geração passa ligeiro. O comunismo capitalista de estado é história; a social democracia se mostra incapaz de deter a perda crescente de direitos das massas, antes sendo facilmente cooptada pelo mercado. Em um mundo onde o capitalismo chega ao fim, a saída emancipadora talvez seja ANARCOCOMUNISMO.

    Salve-se do capitalismo enquanto é tempo.

  11. Quanto que vale um país?

    Quanto que vale um país?

    Com a discussão das criptomoedas em relação as moedas fiduciárias, é necessário se abrir uma nova discussão que ao meu ver se torna cada dia mais importante: Quanto que vale um país?

    As críticas dos jovens liberais que adoraram as criptomoedas, pois por ideologia eles tratam todas as moedas fiduciárias (não lastreadas em ouro ou minerais valiosos) como moedas sem valor a varrer, não importa que a moeda se chame Dólar, Real, Libra Esterlina ou Rubro, em princípio para eles todas estas moedas são mero papel impresso.

    Porém o que esquecem é que o que conta é a capacidade dos países em entregar produtos e serviços em troca de suas moedas. Muitos simplesmente contam com o PIB como uma métrica que quantifica a capacidade monetária do país, ou seja, se o PIB de um país é 1.000. Porém antes de continuar na discussão vamos colocar da Wikipédia a definição de PIB:

    O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica de uma região.

    A grande sacada dos pequenos liberais é que a moeda em circulação deveria ser lastreada pelo PIB do país que ela representa, porém direi e provarei que algo que é corrente e se torna a maior bobagem de todo o mundo.

    Vamos dizer que o mesmo país que tem um PIB 1.000 ele tem em circulação da sua moeda um valor convertido na mesma base 4.000. Ou seja, de acordo com os pequenos liberais a moeda deste país não tem lastro e deveria valer ¼ do valor atual.

    Correto? Não erradíssimo. Por dois motivos, um temporal e outro material.

    O temporal é que o PIB é anual e, pelo que eu saiba quando um país tem mais moeda do que seu PIB anual ele não chega no fim do ano, fecha o balanço e se é negativo, desparece do mapa!

    O argumento acima parece uma verdadeira estupidez, alguém vai dizer que tem que somar a dívida pública e outras bobagens, porém se for somada a dívida pública a única coisa que o País como Nação Soberana, deve cumprir no fim do ano é pagar os juros de sua dívida externa (a interna se enrola).

    Implicitamente todo o sistema financeiro aceita isto, não importando se há mais ou menos dinheiro do que o PIB, mas sim se ele consegue transferir para o exterior através da venda de bens e serviços o que ele deve.

    Porém iria mais longe, mesmo um país que não tenha capacidade no ano em questão pagar a sua dívida externa ele receberá de boa vontade dos organismos públicos ou privados internacionais um refinanciamento de sua dívida se ele mostrar que tem capacidade de pagá-la ao longo do tempo.

    Para calcular esta capacidade de pagamento é levada em conta o VALOR DO PAÍS, por exemplo, os USA tem uma enorme dívida externa, ou melhor seus títulos públicos estão nas mãos de outros países, como a China, por exemplo, mas o governo chinês sabe claramente que a capacidade dos USA em produzir bens e serviços a médio prazo numa situação de crise é suficiente para gerar recursos para pagar toda a dívida, inclusive o principal!

    É uma verdadeira tolice que os países da zona do Euro limitem seus déficits a 3% do PIB, pois todos sabemos que países como a Alemanha e a França, apesar de não terem recursos naturais ou artigos primários a serem trocados tem uma imensa capacidade de bens não tangíveis que são transformados na contabilidade dos grandes grupos financeiros em um valor real.

    Outra grande tolice temporal é a relação entre um valor anual de PIB, com uma moeda que não será emitida e gasta ao longo do mesmo ano fiscal, nenhum país civilizado no fim do ano coloca mais 100% do valor do seu PIB em circulação, ou seja, os USA não emite 100% do seu PIB em dólares por ano, ele simplesmente emite o suficiente para substituir as células velhas e um pouco a mais para cobrir o incremento do PIB anual e para realizar obras públicas que se forem mal empregadas no futuro criará uma inflação interna.

    Da mesma forma por que até hoje o Real não sofreu um ataque especulativo dos fundos especializados nesta mixórdia, simplesmente se o Real perder valor perante as outras moedas a importação diminui e a exportação aumenta, cobrindo em parte a perda de valor da moeda em relação as outras.

    Esta discussão toma corpo quando são criadas as criptomoedas, estas sim, diferentemente das moedas fiduciária nacionais não são cobertas por nada. Se uma criptomoeda perde o valor ela simplesmente desaparece levando tristeza e rancor aos seus proprietários, mas com impacto praticamente nulo nas economias dos países.

    Se um BitCoin ou um Ethereum (ótimo nome para uma moeda que não existe, éter é por definição algo que existe mas não tem matéria nem energia) caírem a zero no seu valor, os que trocaram seus dólares, reais, euros ou qualquer moeda por essas criptomoedas vão perder tudo, porém eles trocaram de mãos as suas moedas fiduciárias, que os pequenos liberais acham que não valem nada, e quem recebeu estas moedas farão bom ou mal uso de seus lucros, mas independente do tipo de gasto elas continuarão na economia.

     

  12. Claro que não é uma bolha, pois uma bolha é supervalorizar…..

    Claro que não é uma bolha, pois uma bolha é supervalorizar algo que existe!

    Desde as bolhas das tulipas, as pricipais bolhas sempre são em torno de qualquer ativo que tem um valor a qualquer momento num mercado não inflacionado, já as ciptomoedas na realidade não tem o mínimo valor, elas podem e talvez sejam substituídas por moedas virtuais bancadas por Estados ou grupos econômicos que ganharão dinheiro com as taxas de administração e de transferência, porém terão algum lastro dado pelo o Estado ou grupo econômico que o gere.

    Podemos dizer que o dinheiro que circula no mundo é quatro vezes ou mais o PIB de todos os países, porém se contarmos o PIB desses países mais as RESERVAS NATURAIS e outras que impropriamente chamamos de não tangíveis , o dinheiro que circula é mais ou menos (ou menos) que esta soma. Logo o dinheiro circulante, apesar da contabilidade mal feita dos pequenos liberais, tem sim lastro.

    Porém as criptomoedas da forma que são feitas, com emissão não controlada por ninguém, com desvinculação a qualquer patrimônio nacional é, plageando o Juiz Moro, um ativo sem valor, ou seja, não há nenhum passivo que o cubra, logo como não tem uma bases mínima as criptomoedas não são bolhas, são

     

  13. E onde raios está a

    E onde raios está a “finitude” das Bitcoins? No paper do ser fictício? Não tem lastro matemático o limite de 21 milhões. E moeda não precisa ter lastro? Você precisa decidir se leu a porra do paper ou não.

  14. Rolando de rir vendo as pessoas perdendo tudo o que ganharam em uma vida de trabalho. Alguns oferecem moeda virtual usando Deus como fiador kkkkkk , tem gente que acredita kkkkkkk . Essa geral toda é trambique, acha que o dinheiro se reproduz? Cresce como cogumelos? Deixa de ser besta, é uma “mega -vaquinha ” , vai juntando e quem sacar primeiro da risada. É a mesma regra para todas, não importa o nome. Mas continuem! Vamos investir! Rendimentos de … 15% ao mês kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk …

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