Bolsa interrompe ciclo de quedas e avança 1,60%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Após três pregões de perdas, a bolsa de valores brasileira conseguiu se descolar do setor externo – que apresentou pouca liquidez por causa do feriado nos Estados Unidos (EUA) – e encerrou as operações de quinta-feira (4) em alta. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) subiu 1,60% no fechamento desta quinta, aos 45.763 pontos e a um volume negociado de R$ 4,614 bilhões. No mês, a perda acumulada chega a 3,57%, enquanto a desvalorização no ano é de 24,92%.

Por conta do Dia da Independência nos EUA, os analistas acabaram acompanhando a movimentação na zona do euro. O discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, sinalizou que a política monetária deve seguir acomodatícia no longo prazo e que as taxas de juros do BCE devem ficar em níveis atuais ou menores por período prolongado. O Banco da Inglaterra também manteve a taxa básica de juros do país em 0,50%, assim como o programa de compra de ativos em 375 bilhões de libras, na primeira reunião do banco central sob o comando do canadense Mark Carney.

No Brasil, o destaque ficou com as ações da Vale e da OGX. A mineradora conseguiu obter o aval que faltava dos órgãos ambientais, para começar a executar o projeto de minério de Serra Sul, no Pará. Quanto à OGX, as empresas de Eike Batista acabaram tendo um desempenho bastante favorável – a ação OGXP3 fechou o dia em alta de 20,51%, enquanto os papéis da MMX Mineradora avançaram 6,97%.

A notícia que impulsionou os negócios foi a renúncia de Eike do cargo de presidente e membro do conselho de administração da MPX Energia. Além disso, a empresa fará um aumento de capital social no valor de R$ 800 milhões. Para o mercado, a notícia criou a percepção de que foi dada a largada para uma reestruturação das  empresas do Grupo X, culminando na saída de Eike Batista da frente da maioria delas. “Não se sabe se foi por conta da EBX, uma vez que as notícias com o Eike já são batidas, e a coisa complicou com a OGX”, explicam os analistas Bruno Piagentini e Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores. “A saída possivelmente sinaliza a reestruturação do grupo, mas também é um sinal coerente de uma mudança mais contundente”.

Câmbio

No câmbio, as negociações foram caracterizadas pela liquidez reduzida, mesmo com as duas intervenções realizadas – primeiro, por meio de leilão de swap cambial e depois, ao anunciar novo leilão para amanhã. Segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, o dólar à vista negociado no balcão fechou em baixa de 0,40% ante o real, cotado a R$ 2,2600.

Além das declarações do presidente do BCE, as operações com dólar também foram afetadas pelas do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que afirmou que a moeda norte-americana chegou a um novo patamar, considerando o cenário para a economia daquele país, e que não deve “aumentar ou cair muito”. Porém, o ministro afirmou que “seguramente (o dólar) não voltará aos níveis abaixo de R$ 2,00, que tivemos por dois anos”.

Para esta sexta-feira (5), os agentes vão acompanhar a divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) referentes ao mês de junho, mas o ponto de referência deve ficar com os dados de mercado de trabalho nos EUA, uma vez que, segundo os analistas, “a divulgação pode sinalizar quando e como o Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos) vai parar ou cortar com o quantitative easing (o pacote de incentivos à economia). Se a taxa ficar em 6,5%, o corte fica mais perto”.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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