Bolsa se recupera em outubro, mas mercado deve seguir instável em novembro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O mês de outubro foi favorável para a bolsa de valores, que voltou a subir depois de acumular três meses consecutivos de queda, apresentando entrada líquida de recursos pelos estrangeiros e os papéis das empresas blue chips aparecendo entre os destaques positivos do índice. Ao longo do período, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) apresentou um ganho acumulado de 1,80% em moeda local.

“No período, embora o noticiário local tenha sido dominado pela divulgação de novos indicadores indicando a deterioração da conjuntura macroeconômica do país, saíram diversos anúncios e sinalizações de política monetária relacionados às principais economias internacionais que acabaram favorecendo a recuperação dos principais índices acionários aqui e lá fora”, explicam os analistas da Socopa Corretora, em relatório.

Para o mês de novembro, contudo, o quadro doméstico deve seguir trazendo dificuldades para o posicionamento dos agentes. “A perspectiva interna permanece complicada em meio à crise política que parece não ter fim. Enquanto isso, as contas públicas seguem se deteriorando sem que o governo consiga implementar algumas medidas que dariam, pelo menos, um alento”, dizem os analistas da Ativa Corretora.

No quadro externo, a equipe do BB Investimentos explica que a China continua sendo a principal fonte de preocupação para os mercados, com uma série de indicadores desfavoráveis em outubro. Em resposta a esse cenário, o PBoC (Banco Central Chinês) anunciou um corte adicional de 0,25% na taxa básica de juros, a sexta redução desde novembro de 2014, além de uma redução de 50 bps nos requerimentos de reservas dos bancos. Todas essas medidas buscam estimular o crescimento enquanto o governo tenta eliminar excesso de capacidade criado durante o superciclo das commodities, principalmente nos setores intensivos em capital.

Na Zona do Euro, os agentes dizem que o principal medo é o da deflação, alimentada pela valorização da moeda única e baixas taxas de consumo das famílias, entre outros. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que o Banco está avaliando novas medidas de estímulos a serem anunciadas na próxima reunião, em dezembro.

Nos Estados Unidos, na última reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC), o os membros do FED decidiram manter a taxa básica de juros entre 0% e 0,25%, embora sinalizando a possibilidade um aumento na reunião de dezembro. “Enquanto o mundo desenvolvido e até mesmo alguns emergentes seguem fazendo políticas monetárias expansionistas, o Brasil segue o seu processo de ajuste macroeconômico, com políticas fiscal e monetária restritivas. A última decisão do Copom foi clara nessa direção, de manutenção dessa política restritiva por tempo relevante para fazer convergir a inflação para a meta”, dizem os analistas.

Agentes priorizam posicionamento defensivo

Diante da instabilidade interna (com maior possibilidade de viés negativo) e as incertezas do mercado internacional, algumas corretoras tem adotado um posicionamento mais defensivo para as suas carteiras no período.

“No nosso entendimento, apesar do forte sell-off da bolsa este ano, especialmente em dólar, o Ibovespa não está barato em termos de múltiplos”, dizem os analistas da Socopa Corretora, explicando sua preferência pela manutenção do portfólio exposto a papéis que devem ser favorecidos pela depreciação do real ante o dólar.

Confira algumas indicações de carteiras para o período mas, antes de investir, entre em contato com seu banco ou corretor de valores para estruturar um plano de acordo com seu perfil de investimentos:

BB Investimentos: Ambev ON (ABEV3), Cia.Brasileira de Distribuição PN (PCAR4), Raia Drogasil ON (RADL3), Hypermarcas ON (HYPE3), Itaú Unibanco PN (ITUB4), Bradesco PN (BBDC4), Multiplus ON (MPLU3), Ultrapar ON (UGPA3), Taesa UNT (TAEE11), CPFL ON (CPFE3).

Um Investimentos: Cielo ON (CIEL3), Cosan ON (CSAN3), Embraer ON (EMBR3), Itaú Unibanco PN (ITUB4), JBS ON (JBSS3), Par Corretora (PARC3), RaiaDrogasil ON (RADL3), Suzano Papel PNA (SUZB5), Taesa UNT (TAEE11), Tupy ON (TUPY3)

Ativa Corretora: Equatorial ON (EQTL3), RaiaDrogasil ON (RADL3), Suzano Papel PNA (SUZB5), ItauUnibanco PNN (ITUB4), Valid ON (VLID3), BBSeguridade ON (BBSE3), Ambev ON (ABEV3), Cielo ON (CIEL3), BRF ON (BRFS3) e Petrobras PN (PETR4).

Socopa Corretora: BRF ON (BRFS3), Cielo ON (CIEL3), BBSeguridade ON (BBSE3), ItauUnibanco ON (ITUB4), Suzano Papel PNA (SUZB5) e Ecorodovias ON (ECOR3).

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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