Bolsa segue setor externo, e fecha o dia em queda de 1,81%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O recuo apresentado pelas bolsas internacionais acabou puxando o ritmo das negociações no Brasil, fazendo com que o índice de negociações retomasse o patamar dos 55 mil pontos. A queda das ações da Petrobras também exerceu um impacto importante sobre os negócios.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou a quarta-feira em queda de 1,81%, aos 55.440 pontos e um volume negociado de R$ 5,657 bilhões. A variação acumulada no mês aponta valorização de 5,93%, ao passo que a perda ao longo de 2013 chega a 9,04%. As maiores altas do pregão ficaram com as ações da Embraer (EMBR3), Eletropaulo (ELPL4) e Cielo (CIEL3). As maiores baixas ficaram por conta dos papéis das empresas OGX Petróleo (OGXP3), B2W (BTOW3) e MMX Mineração (MMXM3).

A avaliação é de que a queda se deve a uma realização de lucros por parte dos investidores, uma vez que o avanço acumulado pela bolsa ao longo do mês até a última terça-feira (22) era de quase 8%. Essa contração se deu por conta do noticiário internacional, em especial China e Europa.

No caso chinês, existe a expectativa de que o Banco do Povo da China (o Banco Central do país) aperte as condições de liquidez durante os próximos meses, o que influenciou o desempenho de papéis como Vale. Quanto ao mercado europeu, houve a notícia de que o Banco Central Europeu (BCE) vai realizar uma análise dos balanços de 130 instituições financeiras da zona do euro durante o mês de novembro, como forma de descobrir riscos antes de adotar a união bancária.

Já as ações ordinárias da Petrobras caíram 1,78%. Ainda existe a expectativa de que os preços dos combustíveis sofrerão um ajuste, principalmente devido ao consórcio para exploração na área de Libra, na qual a estatal terá de efetuar um pagamento de R$ 6 bilhões referente ao bônus de exploração. Contudo, o mercado acompanhou o pronunciamento da presidenta da estatal, Graça Foster, que afirmou que o caixa da empresa está “muito bem” e que o valor necessário para a operação pode ser pago sem aporte do Tesouro ou reajuste dos combustíveis.

“O Ibovespa terminou a quarta-feira em baixa, seguindo as principais bolsas norte-americanas, que caíram com os investidores realizando lucros devido ao aumento das preocupações com o setor bancário na China e após o índice S&P 500 alcançar nova máxima histórica no pregão de ontem, influenciado pela divulgação dos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que vieram abaixo das expectativas dos analistas e aumentaram as especulações de que o chamado tapering – redução do programa de compra de ativos do Federal Reserve – acontecerá somente no próximo ano”, diz o analista Nataniel Cezimbra, do BB Investimentos.

No mercado de câmbio, a cotação da moeda no balcão fechou em alta de 0,69%, a R$ 2,1890. De acordo com informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, as negociações acompanharam o ritmo do mercado externo, e o mercado também entendeu que o Banco Central não vai realizar a rolagem de todos os contratos de swap com vencimento programado para o dia 1º de novembro. A notícia de que a China vai reduzir sua liquidez também causou alguma movimentação.

Quanto à rolagem do BC, os 20 mil contratos de swap oferecidos no dia foram negociados, gerando um total de US$ 986,8 milhões, sendo 5,5 mil contratos (ou US$ 272,3 milhões) com vencimento programado para 1º de julho de 2014, e 14,5 mil contratos (ou US$ 714,5 milhões) para o dia 1º de outubro de 2014. Por conta da sinalização de que a rolagem seria realizada em três dias, os agentes entenderam que a possibilidade de os 138 mil contratos restantes, em um total de US$ 6,8 bilhões, sejam ofertados de uma só vez. Assim, tudo indica que o BC vai retirar recursos do mercado, o que ajuda a explicar o viés de alta dos preços.

Além disso, a autoridade monetária brasileira manteve sua estratégia de intervenção diária com a venda de US$ 10 mil contratos de swap, em negociação equivalente à venda de moeda no mercado futuro. Assim, US$ 495,3 milhões foram colocados no mercado.

Na agenda macroeconômica de quinta-feira, os agentes vão acompanhar os dados de desemprego no Brasil referentes ao mês de setembro. No exterior, foco para os novos pedidos de seguro-desemprego, vendas de casas novas, balança comercial e a atividade fabril obtida pelo Federal Reserve de Kansas, nos Estados Unidos; os índices de gerentes de compra referentes a manufatura e serviços na Alemanha, na França e na zona do euro; e os preços ao consumidor no Japão.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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