Bolsa volta a fechar em queda, e dólar volta a subir

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O mercado começou a semana ainda digerindo a postura adotada pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, que reclassificou como “negativa” a perspectiva para a dívida soberana brasileira, aliada à movimentação no mercado internacional e à falta de indicadores com maior peso no mercado brasileiro.

O Ibovespa encerrou a segunda-feira em queda de 0,59%, aos 51.316 pontos – o menor patamar desde outubro de 2011 –, com um volume negociado de R$ 6.223 bilhões. Com o resultado, a variação acumulada no mês é de -4,09%, ao passo que a perda no ano chega a 15,81%.

Poucos indicadores domésticos foram divulgados, e nem mesmo a notícia envolvendo a compra das operações da Seara Brasil e da Zenda (indústria de couro) pela JBS junto à Marfrig ajudou a dar algum fôlego para o pregão. O desempenho dos papéis acabou sendo bem distinto: enquanto as ações da Marfrig (MRFG3) foram os destaques de alta, com valorização de 6,30%, os papéis da JBS (JBSS3) perderam 5,89%. Segundo fato relevante, a operação envolveu R$ 5,85 bilhões em assunção de dívidas – ou seja, a JBS não vai desembolsar recursos, e irá assumir os débitos das duas companhias.

“O índice doméstico operou quase a totalidade do pregão em campo negativo, apesar de ter reagir algumas vezes, sucumbiu na meia hora final”, diz o analista Nataniel Cezimbra, do BB Investimentos, em relatório. “Houve influência hoje, que também deverá perdurar amanhã, dos vencimentos de índice futuro do Ibovespa e opções sobre o índice à vista, que estão agendados para a próxima quarta-feira, dia 12”.

O analista Elad Revi, da corretora Spinelli, afirma que a bolsa brasileira não apresentou uma referencia mais consistente para nortear sua movimentação. “Houve alguns indicadores de certa relevância na China e no Japão, e isso deu algum rumo para as bolsas, mas aqui não teve nenhum catalisador. Basicamente as operações ficaram meio de lado (com pouca liquidez), e faltam lucros para impulsionar a alta, ou a quebra de alguma bolha para ir para baixo de uma vez”.

Cezimbra resasalta que, com a retirada da alíquota de 6% para aplicação de estrangeiros em renda fixa, a operação conhecida como cash and carry (ex. compra de opção do índice à vista e venda de futuro), para receber o diferencial de juros, tornou-se menos atrativa, no momento. “Todavia, a colocação em perspectiva negativa do rating soberano do Brasil levou a um aumento da retirada de capital externo no mercado à vista pelos investidores estrangeiros, neste mês”.

Por outro lado, a cotação do dólar voltou a subir, mesmo com as medidas adotadas pelo governo e as atuações do Banco Central para segurar a moeda. De acordo com informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, o dólar à vista fechou com elevação de 0,56%, a R$ 2,1480, o maior patamar desde 30 de abril de 2009. Mas a moeda chegou a ultrapassar a marca de R$ 2,16, o que fez o Banco Central atuar no mercado com dois leilões de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) para segurar a moeda, o que funcionou de forma provisória.

No primeiro leilão, da oferta de 40 mil contratos, com vencimento em 1º de julho deste ano, foram negociados 10 mil, no total de US$ 498,3 milhões. Dos outros 40 mil contratos ofertados, com vencimento em 1º de agosto, foram negociados 10 mil, com valor total de US$ 497,8 milhões.

No segundo leilão, dos 40 mil contratos, 11 mil foram negociados, com total de US$ 546 milhões e vencimento em 1º de agosto. Também foram negociados outros 11,5 mil contratos, do total ofertado de 40 mil, totalizando US$ 571,6 milhões, com vencimento em 1º de julho deste ano.

Quanto as operações de terça-feira, o quadro não deve apresentar muitas alterações. E a agenda vem igualmente enfraquecida de eventos, com destaque para os indicadores industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a decisão do Banco do Japão sobre a taxa de juros do país e os dados de confiança do pequeno empresário nos Estados Unidos.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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