Cenário volátil afetou os preços dos ativos em renda fixa em julho

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O quadro de inflação em queda e câmbio instável acabaram sendo componentes importantes quanto à trajetória dos indicadores do segmento de renda fixa durante o mês de julho, com os preços dos ativos refletindo o quadro de incerteza crescente para o curto e médio prazo na ocasião.

Segundo dados divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), as apostas de redução da meta para a Taxa Selic em julho não se sustentaram após a divulgação da ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central),o que motivou um processo de correção nos preços dos ativos. Além disso, se por um lado, o resultado do IPCA de julho (0,01%), reforçou a percepção de um cenário de inflação mais favorável, por outro, o aumento da volatilidade da taxa de câmbio, por conta do aumento da aversão a risco, trouxe dúvidas quanto à trajetória das principais variáveis do segmento para os próximos meses.

Em relatório assinado pelo economista Marcelo Cidade, a sinalização da estabilidade dos juros, trazida pela ata do Copom em 24 de julho, gerou a revisão nos preços dos ativos de renda fixa, com destaque para as carteiras de durations longas. “Com taxas até então mais elevadas, esses ativos embutiam prêmios significativos num cenário hipotético de redução dos juros”, diz a entidade.

Desta forma, o IRF-M 1+, que reflete a carteira prefixada acima de um ano,r egistrou perda de 0,65% na última semana de julho após apresentar ganho  acumulado de 1,90% entre 01e 23 de julho. No mesmo período, o IMA-B5+, que expressa a carteira de NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B) acima de cinco anos, variou 3,64%, com queda de 2,25% entre 24 e 31 de julho. “No início de agosto, entretanto, esses índices voltaram a registrar valorização em ritmo moderado”, pontua a entidade.

A aderência na trajetória da volatilidade do câmbio e do IRF-M1+ ratifica esse argumento. “A associação desse movimento com as incertezas dos investidores não residentes pode ser justificada pela parcela expressiva de títulos prefixados nas carteiras desses agentes (80%), o que correspondia a R$ 310 bilhões em junho de 2014, com participação equivalente de LTN e NTN-F, de R$ 155 bilhões para cada ativo”.

A Anbima ressalta que os leilões de NTN-F (Nota do Tesouro Nacional – Série F) realizados no período mostram que a demanda por títulos prefixados longos continua expressiva. “As ofertas de ativos de maior prazo janeiro/2025, contaram com colocação integral nos leilões de julho e da primeira semana de agosto”. Também houve aumento de taxas na maior parte das ofertas primárias realizadas em agosto, refletindo o acirramento das incertezas dos investidores durante o período de volatilidade cambial.

Debêntures começam a mostrar crescimento

No mercado de debêntures, os dados registrados pelo Sistema REUNE indicam um crescimento expressivo do número de operações e de séries negociadas. Segundo a Anbima, o mês de julho contabilizou um crescimento de 47% do número de negócios em relação ao mês anterior, em sua maioria relacionada às operações com clientes. Entretanto, a melhor performance do segmento em 2014 ainda não se reflete no grau de concentração do mercado.

Os cinco títulos com maior volume de operações representam 70% do total de negócios no mês. “Pelo menos até outubro, a tarefa de precificar os ativos de renda fixa segue desafiadora. A proximidade do fim do Quantative Easing, conjugada com o ritmo de recuperação da economia norte-americana e o ambiente doméstico marcado por eleições presidenciais, deve manter volátil a trajetória da taxa de câmbio nos próximos dois meses”, pontua a Anbima.

Em paralelo, os agentes buscam mensurar o quanto a retração observada no nível de atividade pode contribuir para a melhora das expectativas inflacionárias e para a redução efetiva da inflação. Por enquanto, a perspectiva do segmento é de um ambiente marcado pela elevação da volatilidade dos seus principais indicadores.

Em um contexto de piora do nível de atividade, o resultado de 0,01% do IPCA de julho, em 8/8, reforçou o viés de baixa embutido nas expectativas inflacionárias de curto prazo dos agentes, com reflexos nas projeções de inflação para 2014. Ao mesmo tempo, ocorreu em agosto uma elevação da volatilidade da taxa de câmbio, com impactos no mercado de renda fixa, sobretudo nos preços dos ativos prefixados longos.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1.  
    Estou em jejum; Que Deus os

     

    Estou em jejum; Que Deus os proteja.

             Rezando pelos nossos rentistas qua ganharam menos.

                 Uma curiosiidade:

                 Quando o nosso goleiiro da seleção brasileira pegou os penaltis que nos classificou pra próxima fase, ele disse:

                                  ”’Vcs não sabem o que passei”( com lágrimas nos olhos)

                                      Assistia o jogo numa padaria de classe média HÍPER BAIXA.

                             O aposentado,como eu, disse: Vc não sabe o que passo ganhando 724 ao mês

                                Resumindo:

                         Eu estou disposto a colaborar meu salário mínimo de aposentadoria  com os rentistas que ganharam menos do que gostariam.

              Peço pro blog fazer uma ”vaquinha” pra eles.

                  Eu colaboro com a metade do salário m´nimo.

                        Vamos nessa pessoal.Tadinhos  deles!

                             

     

  2. como dizia minha avó, que não

    como dizia minha avó, que não conhewcid]a mercados financeiros, só batedores de cartreira.

    mas o marido era delegadom, prendia os caras.

    aí ela, codoída, dizia:

    tadinhos,né

    parecem tão tolinhos esses meninos

    acho que ela nem imaginava que existiriam esses tais agentes com tantas carteiras e tantas mãos bobas por aí….

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