Dados econômicos ruins levam bolsa a cair 1,75%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro do terceiro trimestre abaixo do esperado fez com que a bolsa de valores voltasse a fechar em queda, atingindo seu menor desempenho desde o registrado em 30 de agosto. O setor externo também não ajudou, por conta dos temores envolvendo o início do ciclo de redução dos estímulos nos Estados Unidos.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou a terça-feira em queda de 1,75%, aos 50.348 pontos e um volume negociado de R$ 6,488 bilhões. O índice acumula queda de 4,06% em dezembro e baixa de 17,40% no ano. As maiores altas foram as ações da Vanguarda Agro (VAGR3), Petrobras (PETR3 e PETR4) e B2W (BTOW3). As maiores baixas ficaram por conta dos papéis das empresas LLX Logística (LLXL3), MMX Mineração (MMXM3) e Brookfield (BISA3).

“O Ibovespa terminou a terça-feira em baixa, seguindo as principais bolsas norte-americanas, que caem no momento, com os investidores realizando lucros em meio às especulações de quando o Federal Reserve irá iniciar a redução do programa de estímulos monetários, após os bons números da indústria do país divulgados nesta semana”, diz o BB Investimentos, em relatório assinado pelo analista Nataniel Cezimbra.

Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a economia do país caiu 0,5% durante o terceiro trimestre deste ano em relação ao visto nos tres meses imediatamente anteriores, atingindo seu pior resultado desde o primeiro trimestre de 2009. Em entrevista coletiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a afirmar que os números do quarto trimestre “certamente serão favoráveis”, mas o clima de ceticismo tomou conta das negociações ao longo do dia.

Apesar da recuperação apresentada pelas ações da Petrobras e da Vale, o humor voltou a azedar devido aos rumores de retirada dos estímulos econômicos nos Estados Unidos, principalmente após a divulgação de uma série de relatórios sobre atividade industrial em diversos mercados, indicando que a economia global está em processo de recuperação.

“A bolsa esteve bem negativa, refletindo um PIB muito decepcionante e o cenário externo adverso”, diz Luiz Morato, operador-sênior da TOV Corretora. “Se os dados de emprego dos Estados Unidos vierem bons no fim da semana, pode ser que se tenha a retirada de estímulos econômicos antes do que o mercado esperava. E também existem as questões fiscais brasileiras, que aumentam a vulnerabilidade do país”.

No câmbio, a cotação à vista no balcão fechou o dia com ganho de 0,81%, a R$ 2,3770, o maior nível de fechamento desde 30 de agosto de 2013. Segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, o avanço contrariou a queda registrada pela moeda ante o iene e o euro, que foi influenciada por uma realização de lucros logo cedo e por uma piora do humor nos mercados internacionais devido à volta dos temores em torno do prazo para que o Fed comece o desmonte de seu programa de compras de bônus mensais. “A cotação do dólar subiu quase nas máximas do ano, e o cenário está bem adverso, mas pode ser que o mercado tenha exagerado, e possamos ver um pouco de queda nesta quarta-feira”, explica Morato.

Na agenda macroeconômica de quarta-feira, destaque para os dados de produção industrial e preços de commodities no Brasil. No exterior, os agentes acompanham a balança comercial, vendas de casas novas e o Livro Bege dos Estados Unidos; o PIB, as vendas do varejo na zona do euro e o índice dos gerentes do setor de serviços na França, na Alemanha e na zona do euro.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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