Desempenho das empresas X continua a influenciar bolsa de valores

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Embora tenha ensaiado uma recuperação ao longo do dia, a bolsa brasileira não conseguiu segurar o ritmo e fechou o terceiro pregão do mês em queda. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou o dia com queda 0,41%, aos 45.044 pontos e um volume negociado de R$ 7,905 bilhões. Com isso, a variação acumulada no mês chega a -5,08%, enquanto a perda no ano é de 26,10%.

Como tem ocorrido desde segunda-feira (1), as ações da família X têm sido destaque de queda no pregão. Por ser o terceiro papel de maior peso na composição do índice oficial da bolsa, a queda da OGX acaba reduzindo o ritmo de negociações – nesta quarta-feira, a ação OGXP3 encerrou o pregão com a maior perda do dia, de -13,33%, com o papel negociado a R$ 0,39. Nem mesmo o avanço de 3,05% das ações da Petrobras durante o dia foi suficiente para segurar a queda. As ações da Vale também fecharam as operações com perda, devido à divulgação de dados mais fracos referentes à atividade na China.

“Teve papel caindo cerca de 20%, fazendo com que o peso do pregão ficasse em cima da família X”, explica o analista Elad Revi, da corretora Spinelli. “Em uma questão conjuntural, a OGX acaba influenciando. Um estudo divulgado recentemente mostra que, se não fossem as empresas X, o índice estaria 14% maior, o que confirma o tamanho do impacto”.

A instabilidade decorrente da queda das empresas de Eike Batista ganhou um novo componente depois que a agência de classificação de riscos Moody’s fez coro à agência Standard & Poor’s e reduziu a nota de crédito da OGX de B2 para CAA2, com perspectiva negativa – o que sinaliza um elevado risco de calote. “Os ajustes da Moody’s e da S&P só ajudaram a piorar, ou a reforçar o que o mercado estava batendo, sobre a questão negativa das empresas X”, afirma Revi.

Alento nos EUA

A agenda econômica do dia foi mais calcada no mercado externo, mas sem dados de grande expressão. “A questão econômica impactou mais que os indicadores, e, no Brasil, as questões são mais pontuais – as empresas X estão afetando negativamente tanto ou mais que a conjuntura econômica”, diz o analista da Spinelli.

No mercado cambial, o dólar à vista negociado no balcão subiu 0,89%, para R$ 2,2690. Informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, indicam que a cotação começou a ganhar força durante o dia, após a divulgação de dados favoráveis sobre o mercado de trabalho norte-americano. Os dados do fluxo cambial em junho – segundo o Banco Central, o déficit registrado no mês atingiu US$ 2,636 bilhões – não chegaram a influenciar as negociações.

Entre os dados divulgados no dia, destaque para a criação de 188 mil vagas de trabalho no setor privado dos Estados Unidos, segundo informações da Automatic Data Processing (ADP), que ficaram acima dos 160 mil estimados por analistas – e acabaram inclusive afetando o dólar, devido à percepção de que o Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) deverá começar a reduzir seu programa de incentivos no futuro próximo. Contudo, a desaceleração do índice de atividade do setor de serviços, de 53,7 pontos em maio para 52,2 em junho, ajudou a reduzir o ímpeto de alta.

A agenda macroeconômica desta quinta-feira (4) será de poucos eventos no Brasil e no exterior, com destaque para os dados do setor automotivo a serem divulgados pela ANFAVEA, o anúncio da taxa bancária oficial pelo Banco da Inglaterra e a reunião do Banco Central Europeu (BCE). Com o feriado da Independência dos Estados Unidos, a expectativa é de que o volume de negociações seja discreto durante o dia.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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